segunda-feira, 29 de junho de 2009

DECADA DE 80

Na década de 80 muitas coisas aconteceram no Brasil no que diz respeito a política, fatos que influenciaram bastante a vida de todos no Brasil, e eu como era criança na época não entendia estes acontecimentos, mas percebia um clima tenso no ar.
Lembro que passou na tv um grande comício pelas "Diretas já", não sabia que diabos era isso, então certa noite vi no noticiário: A morte do presidente Tancredo Neves, o Marcílio e o Fernando tristes subiram e se aquietaram nas suas redes, fui atrás para saber o que se passava, não entendia o que a morte do presidente lá do outro lado do Brasil poderia afetar nossas vidas.
Logo em em seguida um bigodudo assumiu a presidência do país, brasileiros e brasileiras... e um plano cruzado pra cá, plano cruzado pra lá, mil cruzeiros, um milhão de cruzeiros, cruzado novo, inflação lá na casa dos milhões, plano verão, congela preço, descongela preço. Uma época ao meu ver ruim, sem falar no estilo de roupas e cabelos, eca!!!
Pude ver e sentir na pele as medidas do governo nesse período, a mamãe pediu que a dona Marina me levasse ao Supermercado Bompreço ( eu acho que não era mais o São João) para comprar leite junto com ela, chegando lá entrei em uma fila enorme, e de vez em quando desatava uma briga por causa dos "furões" tentando comprar leite, quando chegou nossa vez um homem disse que eu não podia levar o pacote de leite pois só era permitido para cada pessoa um pacote de leite e que a dona Marina queria dar uma de esperta levando um moleque e dizendo que era filho da vizinha.
Voltamos sem o leite da mamãe, e eu com minhas perninhas doloridas de ficar em pé no sol para ouvir um não daquele homem, maldito governo.
Então aparece um tal de "Caçador de Marajás" contra um barbudo sem dedo que era o medo das velhas, na escola até as outras crianças diziam que se ele ganhasse ia dividir a nossa casa no meio e dar a outra parte para alguém sem casa, eu dizia que era mentira pois os meus irmãos iam votar nele e ele era a única esperança para o Brasil.
Quando era de noite o Jorge, Fátima e o Artur saiam com outros jovens do Centrão para "pichar" os muros com o nome do Lula, o que eu acho que era proibido pois eles só faziam isso a noite ( propaganda do Collor eu acho que era permitido) então eu via o Sidney filho da dona Elisabete indo junto com os irmãos dele e queria ir também, mas era barrado.
Via toda a alegria e euforia no rosto deles, queria também participar mas não podia, mas também vi toda aquela euforia se transformar em frustração quando encerraram as eleições.
Mas como eu ainda era criança, só me restava fazer as coisas habituais de criança, brincar.

A FOTO DA FÁTIMA NO LIBERAL

Nunca tinha ouvido falar naquele homem chamado Paulo Fonteles, também naquele ano de 1987 por minha cabeça não tinha nem ideia do momento em que vivíamos no país.
Só recordo da Fátima olhando empolgada a foto na primeira página de O Liberal naquela manhã e depois saindo, logo depois de algumas horas o tio Inácio esbravejando para a mamãe sobre a foto e visivelmente aborrecido falava um monte de coisas e chamava alguém de coisas que não me lembro agora, em seguida a Orlandina comentando que foi ver o corpo ensanguentado, se não me engano dentro do próprio carro do morto e blá blá e ti ti ti.
Em suma, a foto era do funeral do deputado estadual Paulo Fonteles que foi assassinado no dia 11 de Junho de 1987, reunindo, segundo minhas pesquisas sobre o caso, 7.000 pessoas transformando-se em uma grande manifestação política, e bem na foto do jornal figurava o rosto da Fátima acompanhando a passeata.
Então depois de anos fui entender a reação do tio Inácio e da Fátima por causa daquela foto.

domingo, 28 de junho de 2009

Clara Amorim disse...
não entendi pq a fogueira é do tio Arthur e não da tia Nen se ela que era a líder da gangue?
24 de Junho de 2009 17:19
Artur Dias disse...
Era de todo mundo...
24 de Junho de 2009 18:02
eduardo dias disse...
Esse terreno ao lado do G.Globo era uma verdadeira mina de paus velhos. Me lembro bem da advertência feita pela mamãe: "NÃO VAI LÁ QUE TU AINDA VAIS FURAR TEU PÉ!!" Parece até que era uma profecia. Furei o pé e voltei escondido com um medo tremendo de tomar um safanão mas depois de um tempão quieto, D. Maria veio com todo carinho e passou a velha e boa copaíba prá remendar o meu pé!!
27 de Junho de 2009 14:00

A vala



A VALA

Não me lembro se foi o Fernando ou o Artur ou o Jorge que acabara de me contar uma história sobre o seu Sérgio.Havia na rua, não me lembro se o homem era bêbado ou não, o mesmo estava urinando na frente da vala, perto da casa do “SEU” Sérgio, então o próprio ficou puto e disse:- Eeeeeiii, você está mijando aí e tá sujando a vala, saia daí P...!!!!!

Daniel
27 de Junho de 2009 18:53

quinta-feira, 25 de junho de 2009

tirinha


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Crônica-Raimundo Sodré rsodrexapuri@yahoo.com.br

Meu amigo diplomata

Eu sempre fui comunista, e daqueles radicais, de não usar calça ‘ustop’, de achar que a Sibéria é uma estação de inverno e de dividir a minguada ração de pão-doce-com-garapa com o companheiro naqueles congressos estudantis paupérrimos. Sempre quis a liberdade, a igualdade e a fraternidade. E foi assim, à francesa, que cheguei, um dia a ser sindicalista (aliás, não gosto desta adjetivação. Prefiro a locução ‘líder sindical’. ‘Sindicalista’ parece com ‘seringalista’, que era o barão dominador nas relações impostas pela exploração da borracha. Uma peça chave no sistema extrativista cuja lembrança só me volta tristezas e mágoas).

Enquanto líder sindical, então, acumulei experiências que flutuaram entre a bizarrice e a mais agradável surpresa.

Quanto aos absurdos, prefiro guardar as minhas impressões para uma horinha mais aprumada na paz.

Agora as surpresas agradáveis cabem direitinho aqui:

Era um momento em que estávamos com a corda toda. Como se dizia na época: formulando, articulando, encaminhando.

Soubemos então, que o presidente da Vale do Rio Doce estaria em Belém para fazer a entrega de um piano que havia sido restaurado com recursos da empresa. Era a chance de um téti-à-téti com o homi.

No dia da cerimônia, estávamos lá daquele jeito. Carro som, discursos acalorados, motivos e coragem. Os assessores, por isso, entraram em ação para as combinas, as negociações. Entre um colóquio e outro, arriou um toró daqueles, mas nós não arredamos o pé. Ao ver tamanha obstinação, um dos negociadores se compadeceu e garantiu o nosso encontro com o presidente da Vale, contanto que parássemos o barulho e permitíssemos os preparos para o show do Artur Moreira Lima. Concordamos.

Alguns minutos após a chegada do presidente, fomos autorizados a entrar no complexo de Santo Alexandre para um encontro reservado. Houve, porém, de passarmos pelo salão onde estavam os convidados. Foi por certo, uma cena inusitada. Estávamos completamente molhados, pingando, em camisas de manga, tênis. O nosso saudoso advogado, Dr. Geraldo, era o único que ostentava alguma elegância, alinhado em paletó e gravata. Completamente encharcado, no entanto.

O clima, porém, amenizou bastante quando nos encontramos com o Dr. Jório Dauster. O embaixador era a personificação da educação e da urbanidade. Nos cumprimentou a todos, inclusive com abraços discretos, mesmo sob o risco de respingos. Na hora do ‘vamos ver’, deixei de lado a missão sindical e tietei sem acanhamentos. Falei que era um prazer para mim, estar diante do intelectual responsável pela tradução de Lolita, um dos mais belos e polêmicos romances de Vladimir Nabokov e parari, parará. Rasguei a maior seda. Ele recebeu com surpresa aquela investida, mas metabolizou com diplomacia os meus chiliquitos de fã, e logo em seguida se animou em comentar outros trabalhos que ele tinha feito sobre a obra do escritor russo. Mas o chove-não-me-molha literário durou pouco. Tínhamos uma missão. Entreguei a carta ao diplomata-presidente da Vale e nos despedimos com a esperança de que ele um dia nos responderia sobre as nossas mais nobres, justas e vastas reivindicações.

O tempo passou. Os sonhos sindicais se perderam mais em bizarrices do que em surpresas agradáveis.

Dias depois daquele encontro, recebi uma encomenda. Era um exemplar do romance Machenka, enviado e autografado pelo Dr. Jório Dauster, com um texto amigo e respeitoso na dedicatória.

Sempre fui comunista. Mas, também, sempre admirei os bons homens. E de uns tempos pra cá, passei a desconfiar das minhas certezas sobre a Sibéria.

Fogueira de São João


É São João! Eu acabo de lembrar uma boa, que dá pra gente dizer que nem sempre fomos aquelas crianças caseiras que se imagina por aí. É que, durante uma época, pelo menos na minha pré-adolescência, a Nen se tornou, digamos assim, uma chefe da nossa gang, e ainda tinha a Leila de vice.
Todo ano, pela época de São João, saíamos em busca das madeiras para fazer a fogueira, que a beira da rua ainda era larga o suficiente para isso. Começamos a perseguir como objetivo armar a maior fogueira do pedaço. Quem comandava era a Nen, e isso nos levou a travar uma disputa com a Timbiras nos quesitos "metros cúbicos" e "altura". Por várias vezes, graças à nossa farta mãozinha-de-obra, derrotamos a turma da Timbiras.
Como a gente sempre queimava mais madeira do que podia acumular, era natural que a cada ano ficasse mais difícil encontrar a lenha.
Ao lado da fábrica do Globo, aquele terreno vago ficava cheio de madeiras descartadas das construções. Uma montanha de madeira, que diziam ser proibido tirar. Mas aquela história não nos intimidou por muito tempo. Então resolvemos nos arriscar a invadir o terreno do Globo, atrás da madeira, mas teve gente que teve a mesma idéia. Não lembro das caras, exceto por uma, a do "Nenê", aquele pirado. O Nenê é extremamente agressivo, e sua presença nos deixou tensos. Pega pau daqui, pega pau dali, a Nen descobriu uma pernamanca enorme. Aí o Nenê avançou pra ela, e queria tomar de qualquer jeito o diabo da pernamanca. Imaginem a cena, a Nen pequenininha, medindo força com o doido, por causa de um pau! Eu acho que por causa do desespero da hora, o final do história se apagou da minha memória, apesar de que não virou uma confusão maior, e nem o doido agrediu a Nen.
Nesse ano, com certeza a nossa fogueira foi bem maior que a da Timbiras, apesar dos impulsos homicidas do infeliz do Nenê. Pra mim, foi a melhor vingança.

Hahaha




eduardo dias disse...
Essa tirinha me lembrou daqueles kit's de uma revista de ciências que o papai comprava prá gente. Tinha um pequeno microscópio que eu adora utilizar prá ficar vendo as formigas, minhas digitais e outros negócios interessantes que aparecessem. Tinha uma bobina que aumentava a eletricidade da pilha que fazia acender uma pequena luz. Tinha tambpem um kit que ele trouxe prá mim que tinha uma substância chamada FENOLFITALEÍNA de cor vermelha que eu jogava nos tecidos brancos e depois do contato com a luz ou com o ar, sumia. Era muito legal. Depois eu lia sobre cada um dos cientistas que ilustravam a capa das revistas de ciências.
27 de Junho de 2009 14:07

tirinha


terça-feira, 23 de junho de 2009

A Bianca lembra

BiancaAmorim disse...
CHEIRO BOM DE LAMA !Ei Clara , lembra daquelas vezes que brincávamos de "Mundos" lá na rua da casa da vó Maria ?Eu lembro , estava eu (bem pirralhita) , tu a Adriana e mais alguém que não me recordo.Nós chegamos a levar nossas amiguinhas até a casa que a escada era de madeira e que sempre tinha alguém que se batia lá (rsrsrs...:) .Então nós tínhamos essa brincadeira de "Mundos" , era "Mundo do Jasmim" , então TUDO no mundo era de Jasmim ;o "Mundo do Diamante" , então TUDO era de Diamantes ;o "Mundo das Papoulas" , então TUDO era de Papoulas .Havia um "Mundo" para todas aquelas coisas que achávamos bonito e gostávamos muito .Depois de grande, e depois de todas aquelas reformas na rua que via a casa da vovó entrar devagarinho pra dentro do chão, e a janela parecendo porta , foi que eu percebi o quanto aquele lugar era bom, depois de grande vim descobrir que quando eu sentia cheiro de lama, lama de verdade com aquela terra cheirosa apenas molhada pela chuva, eu lembrava dos ótimos momentos que passei na casa da vovó e na rua dos "Mundos". :D
23 de Junho de 2009 20:35

domingo, 21 de junho de 2009

A Nen matou o ratinho


Nazaré disse...
Aquele ratinho fedorento. Cruz credo. Não aguentava aquele fedor de fezes e urina. Pra falar a verdade acho que foi eu que acabei abrindo a janela e esmagando o 'pobrezinho'. Desculpa, tá?
21 de Junho de 2009 02:34
Gabriel disse...
Não tinha um velho branquelo lá pras bandas da Timbiras chamado seu Manduca?
21 de Junho de 2009 09:13

José Maria Fala:
Manduca era um senhor que morava na casa do Wilson.

sábado, 20 de junho de 2009

Fanhos

Alguém se lembra de uns irmãos que moravam na Timbiras que falavam assim: -Um 'fope' de maracufá'(um chope de maracujá)?

Vende-se gêlo







No começo, a gente não tinha geladeira. Era comun vermos , na frente de algumas casas, um cartazinho informando: "Vende-se gêlo, ovos e farinha". Íamos comprar o gelo diariamente, feito com água sabe-se lá de onde. A pessoa levava uma panela ou um isopor para trazer o produto. Dái, se jogava água (do filtro de barro) dentro do isopor e assim, podiamos beber uma aguinha gelada, fazer um Kisuco...Geralmente se comprava o gelo lá pela hora do almoço. Depois, o papai comprou uma geladeira ( eu acho que foi de segunda mão) toda boleada nos cantos, dom um puxador tipo de porta de carro antigo. A marca era "Gelomatic"Prá fechar a porta era preciso dar um empurrão forte para o trinco poder fechar. Por isso hoje em dia se fala, quando uma pessoa bate com força a porta do carro: -Tu não tens geladeira em casa? Aí então foi a nossa vez de entrar para o ramo e fornecer gêlo para os vixzinhos. Me lembro que depois era comun se dar gêlo. A tia Madá vinha lá da Conceição, ou então mandava um filho prá apanhar o gêlo, geladinho.

O Manduca


E o meu ratinho branco, o Manduca? Coitadinho, faleceu vítima de esmagamento. Que Deus o tenha.

Cartoon


tirinha


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quarto

Nesse quarto, me lembro que nesse cercadinho da escada também tinha uma portinha e além dela, tinha uma espécie de alçapão para evitar que as criancinhas caissem lá de cima. Encostado neste cercadinho, junto á parede ficava o guarda roupa.

LARANJINHA

Vocês lembram de que quando o papai nos levava na praça Batista Campos ele comprava a famosa "laranjinha", aquele chope industrializado? Apesar do nome, eu lembro que o sabor predominante era o de uva.

SOBRE O DESENHO DO ARTUR

Ei, moleque! Esse era o quarto que ficava sobre a cozinha e dava pros fundos? Eu lembro que ficava uma corda amarrada permanentemente no "esteio", na direção da escada. Lembram?
Eu lembro de eu deitado na rede com o papai nesse quarto...
Vocês lembram que, na parede do cômodo térreo do meio tinha uma marca diagonal que alguém disse ter sido uma escada que ali ficava? Depois alguém inventou que uma "velha" tinha se enforcado naquela escada, por isso ela teria sido removida. Só papo.
O desenho ficou pai d'égua.

Quarto

Artur, esse desenho foi nota 1000!!!!!

Quarto

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

A arte...

Blogger Artur Dias disse...

É... o papel de pão tinha uns dez centímetros de largura, o suficiente apenas para botar a mão sem tocar no pão. Se era um massa-grossa recém saído do forno, isso se tornava um problema, pela dificuldade em segurar com as mãozinhas de criança. Engraçado, não tinha essa de vergonha de expor, pelo menos o pão, na rua. Por muito tempo, usou-se papel tipo jornal.
Para desenhar, também eram valiosas as áreas brancas que ficavam nos cantos superiores da primeira página de O Liberal. Mais tarde, até essas áreas foram reduzidas e ocupadas por texto e imagens.

16 de Junho de 2009 10:35


JOSÉ MARIA COMENTA COMENTÁRIO DO ARTUR

É verdade, a gente desenhava no espaço em branco entre a beira da página e a margem do texto do jornal. Um exemplo de aproveitamento dos recursos escassos. Uma vez o papai apareceu com umas folhas de papel jornal em branco. Foi uma festa desenhar naquele papel macio e o que era melhor : completamente em branco !
Outra vez ele trouxe uns livros de cartório com algumas folhas em branco também e foi muito bom. Ah se a gente tivesse papel chamequinho!!!!!!!

"LEMBRANÇAS"

"LEMBRANÇAS"

1 comentário -

Blogger edunazar disse...

Também senti muito ter que ir morar no Centrinho prá que a casa pudesse ser reformada. Não sei o que senti quando eu e o Jorge pegamos na marreta e juntos derrubamos com os pedreiros, o muro do banheiro da casa velha. Estava cansado de tomar banho sobre tábuas vendo a água lá no fundo cobrindo as lajotas do banheiro velho que já estavam submersas de tanto que se levantou a casa. Até pouco tempo ainda sonhava com isso.
Depois vimos fiada por fiada de tijolos ser levantada, até que numa bela noite só eu e o Jorge dormíamos no andar de cima da quase pronta casa nova e quando amanheceu o dia, tinham roubado acho que umas 12 sacas do melhor cimento. Mas no dia em que a casa ficou pronta, fiquei superfeliz pois não sei como apareceu um anjo em forma de Frei Pedro que viu nossa casa tombando e nas missas que eu o acompanhava no colégio Gentil ele numa daquelas tardes anunciou que tinha uma superfamília com 12 super-irmãos e 02 super-pais que precisava reformar a casa e falou que se tivesse alguém ali que pudesse ajudar de alguma forma, seria muito bemvindo. Assim começou-se outra fase de nossa vida.

16 de Junho de 2009 21:44

A arte


Quem quer, vai. Eu queria saber desenhar, aprender a pintar à óleo, coisa que eu achava extraordinário. Como não tive uma escola formal prá isso ficava rabiscando, copiando os desenhos das revistas. Até que um dia, quando eu estudava no Perpetuo Socorro, eu conheci o Luiz, colega de sala que desenhava e ele tinha aulas de desenho. Ele ficava desconcertado pela forma como eu desenhava rápido e até direitinho. Eu vi, na casa dele, uma revista que revolucionou minha maneira de desenhar. O Daniel guarda até hoje um exemplar dessa revista. Foi ali que eu tomei conhecimento das proporções do corpo humano, do jogo de luz e sombra, texturas, as principais formas de tornar um desenho mais próximo da realidade, com uma teoria, uma metodologia. Aliás, aprendi muito com o Luiz. Foi ele que me chamou a atenção prá variedade de cores, tons e nuances que o céu, por exemplo, poderia apresentar, coisas que um olho desatento não percebe e um bom artista deve ter a sensibilidade de observar. Depois comecei a catar alguns livretos do Instituto Monitor (escola por correspondência)por ai, não sei bem onde e fui desenvolvendo , meio capenga o meu desenho.

TRAVESSA DOUTOR MORAES

Travessa Doutor Moraes entre Rua dos Timbiras e Caripunas

Postagens

Estou impressionado com o número de postagens que fizemos até agora, em tempo relativamente curto. Quer dizer, covardia, né, com essa quantidade de colaboradores também é difícil concorrer... São histórias curtas, de pontos de vista e períodos variados, entre as décadas de 60 e 80, abrangendo momentos de certo conforto e outros de dificuldades.

Mas o blog como diário (agora coletivo) é interessante, e penso que ele teria uma relevância histórica maior, se não ficasse circunscrito às nossas reminiscências particulares; ou se assim fosse, que retratassem mais conscientemente os fatos que presenciamos.

Bem, é só uma reflexão de um leitor de blogs políticos, e este aqui não nasceu com tal pretensão, é verdade. Por outro lado, cada momento de nossa vida que posso lembrar, para mim, está dentro de uma realidade maior, e assim como ela nos "determinou", nós também demos a nossa contribuição para modificá-la. Somos protagonistas, hoje e sempre.

LEMBRANÇAS

foto do centrinho antes da construção do Centrão.
CENTRINHO
Lembro de algumas coisas da minha infância como no dia em que nos mudamos para o Centrinho para que pudesse ser construida a casa nova.

O tio Inácio nos levou, eu e o Flávio, não me lembro se tinha mais alguém conosco nesse dia, fomos com umas sacolinhas contendo nossas poucas roupas sem saber o que estava acontecendo, foi angustiante a sensação que senti quando ele nos levou pelas mãos para outro lugar, não gostei de ficar lá no centrinho, ainda mais porque não tinha banheiro e tinhámos que ir no banheiro do Centrão fazer nossas necessidades.

Então descobrimos, para aliviar a angustia, que encontramos dois velocípedes no centrinho, pedimos ao Frei Pedro que prontamente nos deu, passávamos a tarde brincando, e para melhorar ainda mais conhecemos a irmã Anacleta que nos levava bolos, tortas e outras guloseimas.

Então o tão esperado dia de voltar para casa chegou, não lembro da mudança de volta, só lembro de acordar de manhã bem cedo, os raios de sol entrando pelas frestas da janelas de cor marrom, e um cheiro de tinta, todos dormiam, fiquei quieto por um bom tempo admirando a luz que se projetava nas paredes e inalando o cheiro da casa nova que até hoje tenho guardado na memória.

A PONTA DO LÁPIS



Não sei quantos anos eu tinha, mas sei que era a primeira vez que estava indo à escola, o Centro Comunitário na esquina da Caripunas com Doutor Moraes.

A mamãe arrumou todo o meu material em uma sacola plástica, mas na hora de sair lembramos que faltou apontar o lápis.

O Artur pegou o lápis e começou a fazer aquela ponta gigantesca que até hoje não aprendi a fazer, mas era uma "senhora" de uma ponta e colocou na sacola juntamente com os outros materiais.

Quando saímos já estávamos meio atrasados, o tempo estava nublado e prestes a chover e ventava muito, ao chegar na Timbiras uma ventania fez com que a sacola fosse contra a perna da mamãe e a ponta do lápis foi certa no joelho dela quebrando dentro da pele, ela ficou bastante aborrecida mas mesmo assim me deixou na escola.

Durante anos a mamãe permaneceu com aquela ponta no joelho sem querer retirar, atualmente acho que se dissolveu ou saiu espontaneamente.

tirinha


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Imagem legal


Tirinha do dia


A ARTE NOSSA

edunazar disse...
Tem uma imagem que não me sai da cabeça: a do papai chegando em casa e eu, o Artur, a Fátima e não sei quem mais, correndo e pulando no bolso dele prá pegar as canetas bic's que ele trazia. Nos jogávamos no chão frio de madeira e aí, até papel de pão e jornal serviam prá gente se acabar de tanto desenhar. Lembro do Jorge desenhando e mastigando a língua. Eu queria sempre fazer o desenho maior e fazia os músculos dos desenhos os maiores que eu podia. Prá quem não podia jogar bola nem dentro nem fora de casa, as canetas bic's foram excelentes companheiras.
14 de Junho de 2009 18:53

Comentário do Nazareno

edunazar disse...
Essa oficina tinha história. Me lembro de um cliente do papai que tava de pé no balcão esperando ele fechar o rádio dele prá poder ir embora. O papai disse que ia levar depois prá ele, mas o cara afobado disse que queria esperar. O papai todo paciente enrolava o fio nas polias do dial-up do rádio e quando ia fechar o fio saía. Foi umas 05 vezes que o papai tentou fazer até finalmente conseguir e quando ele olhou pro freguês, esse tava ficando amarelo, verde, azul, sei lá de que cor todo nervoso. Aí o papai mandou ele sentar e deu uma água prá ele que depois de uma meia hora já recuperado falou: " Pô, seu Dias, não sei como o senhor tem tanta paciência de estar colocando esse fio toda hora..." Eu já ia tendo um treco aqui de tanto ver esse negócio sair e o senhor colocar de novo. Esse nosso véio era paciente.Outra vez um militar que achava o papai legal e que morava no prédio da frente da oficina na Pe. Eutíquio desafiou o papai a descobrir como abria um canivete de aço inox em formato de caneta que ele tinha. O véio teledias pensou, analisou, calculou e de repente meteu a unha que ele conservava comprida no dedo mindinho, no meio do canivete e o fechou. O cliente ficou admirado e deu o canivete pro papai com toda a felicidade do mundo de quem estava premiando alguém muito inteligente.
14 de Junho de 2009 19:04

Artur diz:


Artur Dias disse...
Por acaso não era o Jofre, um altão, meio alemão, que morava no prédio em frente à oficina na Pe. Eutíquio? E Esse canivete, onde foi parar? Convém explicar aos não iniciados que antes, o botão de sintonia do rádio era um controle que transmitia o movimento ao sintonizador propriamente dito através desse sistema bem complicado de polias. Cada marca tinha seu esquema, e era preciso esticar o fio na medida certa, nem apertado nem frouxo demais. Invenção de algum desocupado.


José Maria Diz:
Eu peguei esse canivete prá mim como lembrança. Eu andava com ele no bolso prá tudo que era lado. Infelizmente, um dia, carregando agua da caixa d'agua central do Tapajós para casa, onde eu morava (pois houve um problema na bomba d'agua do conjunto) e era já à noitinha, o canivetinho caiu do meu bolso no meio de uns matos, provavelmente .Quando dei por falta fiquei doidinho. Voltei procurando na mesma noite e no outro dia e nada. Foi triste. Fiquei mal.

domingo, 14 de junho de 2009

POSSÍVEL ERRATA

Sobre o quadro da santa, a mãe da Cilene tem um que eu acho que é a mesma pintura. Conversando com a Cilene, ela diz que o quadro é do Sagrado Coração de Maria (nunca tinha ouvido falar). Se alguém lembrar poste um comentário.

ANDORINHAS E BORBOLETAS

Me lembro das andorinhas encerrando o dia com um esplêndido show no céu.
Me recordo também que certa tarde eu e o papai estavámos na janela da frente de casa aonde era o quarto da Nen e da Fátima quando um bando de borboletas amarelas, daquelas bem comuns que haviam por toda parte sairam em revoada, devia ser centenas, mas eram muitas mesmos saíam voando graciosamente de uma imensa castanheira que ficava no terreno ao lado da casa do Hulk.
O papai me disse que elas tinham nascido de manhã e que naquela hora suas asas estavam fortalecidas e agora podiam voar.
Este ano pude presenciar uma cena parecida, porém com um número menor de borboletas o que me veio lembrar daquela tarde tão bonita e ilustrada com a presença de nosso querido pai.

Mobília e decoração da "casa velha"

Eu tava me lembrando de alguns detalhes da mobília e da decoração da "casa velha". Lembrei que tínhamos uma mesa branca com estrutura tubular de ferro e com a parte de cima deslizante feita de fórmica. Não me lembro se essa era mesma mesa - depois, azul - que "apareceu" na casa nova de alvenaria, mas recordo que essa tinha duas bases que podiam ser unidas, transformando-a num mesão, onde almoçamos num memorável Círio (não lembro o ano).
Lembro ainda de um quadro meio medieval de Nossa Senhora da Conceição, aquela com a cabeça redonda e vestido verde. Aliás, a cor predominante do quadro era um verde meio opaco, meio pastel, sei lá. Não sei por que, mas esse quadro sempre me sugeria olhar pro céu à noite e contemplar a lua iluminando as nuvens.
Tinham também uns posters do Zé no quarto superior da frente. Lembro que um deles trazia umas caricaturas que eu nunca consegui identificar de quem eram.
Lembro ainda que as janelas do quarto do Zé nunca eram abertas, por que ele e o Jorge enchiam o para-peito de bagulhos (penas pra nanquim, canecas, etc.).

Coluna social


Aniversaria hoje a jovem encantadora Rose, promissora bibliotecômena, biblioteconomista, esposa do jovem Gabriel. Os editores do Pirão elevam os melhores votos de felicidade e prosperidade à nataliciante.

Feliz aniversário Beatriz!!


Parabéns prá você, Beatriz! Brinque muito! Pule muito! Como um pouco!Brinque de novo! Um beijo Do tio Zé Maria,Tia Celina e Das primas Clara e Bianca.

Imagem legal


Tirinha e tirinha bônus




sábado, 13 de junho de 2009

ANDORINHAS AO ENTARDECER




Não sei qual era a época do ano, mas eu me lembro que eu, Marcílio, Chardinho e Artur (acho) íamos pra cima da ponte da Timbiras, à tarde, por sobre a qual passava um revoada de andorinhas. Elas iam e voltavam aos montes, sem parar. Eu pegava um pedaço de pau e simulava bater nelas, me divertindo pra caramba.
Era muito bonito e melancólico ver aquilo. Era uma época em que a natureza ainda se manifestava por essas bandas de forma mais intensa.
Lembro que quando escurecia as andorinhas iam sendo substituídas por pequenos morcegos, que voavam tão rápido quanto elas e tinham mais ou menos o mesmo tamanho. Só que as andorinhas tinham a barriga branca e a costa preta ou cinza.
Se alguém lembrar disso mandem um comentário, falou?

ESPERA, ESPERA, ESPERA!!! VOCÊS SE LEMBRAM DO CANTO DA SARACURA? ÉGUA, EU FICAVA MEIO CABREIRO, DOIDO!!!
EI ARTUR!! TU TE LEMBRA DO FALCÃO PEREGRINO??
COMENTÁRIO José Maria
As andorinhas voavam bem baixo, formando uns desenhos no ar. Era muito bonito de se ver o bando voando com o céu escurecendo. Ainda não tinha muitas casas de frente prá nossa, então o horizonte era mais baixo e o céu era maior.
ARTUR FALA:
Artur Dias disse...
Eu lembro... Quem sabe se tocando numa daquelas andorinhas a gente não adquiria o poder daquele vôo vertiginoso, rasante?
15 de Junho de 2009 09:17

Artur Dias disse...
Uma loucura o Falcão peregrino! Fiquei sem fôlego, a primeira vez que vi o dito cujo pegar um pássaro no ar, um fim de tarde. Mas só anos mais tarde é que fui saber que era um peregrino. Quantos olhavam para o céu como aqueles pirralhos de cabelo preto?
15 de Junho de 2009 09:29

MERDAS DO SEU SÉRGIO

Teve uma vez em que dois maconheiros estavam brigando e um deles decidiu se armar com um pau da coleção do seu Sèrgio (todo mundo lembra da coleção de lixo que ele guardava no terreno entre as nossas casas, né?) pra detonar o seu oponente.
Depois da briga, o maconheiro jogou o pau dentro da vala. Pra quê??? Seu sérgio chamou o otário e mandou ele pegar o pau e colocar de volta no lugar, ao mesmo tempo em que lhe aplicava uma lição de moral.
E não é que o maconheiro obedeceu????

EU CHOOOORO!!!!

TE MAANCAAA ESSA!!!!

Um depoimento de Fátima Zenor


"A Fátima me pediu pra postar esse depoimento"

MAIS UMA PÉROLA DA DONA ORLANDINA

Na década de 70 (se não me falha a memória), Fátima e Nen começaram a ouvir gritos e tapas que insistiam em ultrapassar os limites das paredes das casas.
Logo, estavam Nen e Fátima com ouvidos grudados na velha parede de madeira, correndo o risco de terem seus ouvidos invadidos por cupins, tudo para saber qual era o barraco.
Era a Odete (irmã da "Mun-há"), gritando e correndo com medo da Orlandina, que estava lhe batendo e chamando palavrões até desconhecidos pelo Fernando.
Pelo que as irmãs Amorim Dias - nada fofoqueiras - puderam captar, Odete "pegou o beco", com a cara toda quebrada.
Minutos depois, a megera estava com a vitrola a todo volume, cantando junto com o rei Roberto Carlos: "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..."
Para aqueles que duvidam desse relato, um aviso:

"QUEM DUVIDA, PERDE A VIDA E COME CASCÃO DE FERIDA!!!"

Tirinha


sexta-feira, 12 de junho de 2009

foguete de água

que eu me lembre a gente colocava água dentro do foguete e não espoleta. Esse de espoleta foi o papai que te deu no círio.

Foguete explosivo

Esse foguete não era um que se dividia em tres pedaços ?nos quais a gente colocava espoleta dentro das cavidades, encaixava tudo de novo e então se jogava ele com força em qualquer superficie dura e ele dava aquele "papôco", se desmantelando todo, como se fosse um missil? Cara, era muito legal! Mas eu acho que ele era meio politicamente incorreto e hoje não seria aprovado pelo INMETRO.

MOLDURA COM CALIGRAFIA DO VOVÔ

Na parede do corredor da casa antiga da doutor Moraes havia dois quadros emoldurando um certificado de conclusão de madureza ginasial. Quem havia colado grau nessa tal madureza ginasial eu não lembro. Só lembro que a mamãe disse que aquela letra muito bem desenhada era do vovô, pai dela. Na outra moldura não lembro bem o que estava escrito, mas não era uma letra muito bonita não, logo não podia ter sido o vovô o autor dessa. Eu ficava horas admirando a beleza dos traços, mesmo não sabendo ler. Sentia muito orgulho de ver um trabalho bem feitinho pelo vovô. Eram todos (pelo menos os que me lembro) uma obra de arte. Ele sabia fazer uns banquinhos muito legais, além de saber fazer nó com muita agilidade.

VÔ JOSÉ E FOGUETE DA NESCAU

E os americanos fincaram a bandeira dos USA na Lua. Final da década de 60. Todo mundo comentava, via os filmes dos astronautas passeando em solo lunar. Tudo muito lindo. Mil sonhos. Mil esperanças de uma nova era para o mundo.... E lá apareceu o vovô José com um foguete comprido e fino, de um vermelho transparente muito bonito. Acho que ele ganhou de uma promoção da Nescau... E aí ele deu de presente para o Zé e pra mim. Como não sabia como aquilo funcionava, eu curtia somente a beleza do brinquedo....

Fume cigarros "Gaivota" da Souza Cruz


A vovó Zenor era uma mulher de aspecto forte, pelo menos prá mim, criança, acostumado a olha-la de baixo prá cima. Ela, naqueles vestidos compridos, com bolsos grandes na frente. A vovò fumava. O favorito dela dela era o cigarro "Gaivota", sem filtro. Ela me parecia uma pessoa tranquila, sem stress. Simples.

Já contei essa história, mas "vale a pena ver de novo".Certa vez estavamos, eu e ela, depois do almoço, no quarto de cima, da frente. A casa de madeira na época. Eu sentadinho na minha rede, com as pernas prá fora embalando, olhando prá vovó debruçada na janela fumando...Ela levava o cigarro à boca , depois ia soltando aquela fumaça azulada...tinha até um cheiro bom. Pronto! Veio a idéia: -Vó, deixa eu fumar? e ela:- Tá, toma! Peguei o cigarro e coloquei na boca. -Como é que fuma, vó?-É só chupar a fumaça!disse ela. E assim eu fiz. A fumaça entrou por todo quanto é buraco da minha cabeça. Eu danei a tossir, espirrar, sei lá...Ai ela pediu o cigarro de volta, eu dei.

Ela continuou a apreciar a bela tarde de sol.

Ponta do lápis


O vovô José Cardoso vinha sempre de manhã cedo tomar café(na dr, Moraes),ele vinha andando lá do Guamá, da Liberato de Castro. Ele sempre usava um bonezinho meio puído, uma barbinha branca, a pele morena. Eu gostava de passar a mão na carequinha dele e no restinho de cabelo , já branco. O vovô tinha um canivete afiadíssimo. Ele dizia : -Pega o teu lápis! E eu corria trazendo o lápis, que ele apontava de um jeito que eu achava muito bonito (vê se pode, achar beleza em ponta de lápis!!) E ai eu tinha a impressão que aquele lápis, com a ponta feita pelo canivete, nas mãos calosas do vovô, era um instrumento fora do comum que deixava minha letra e meus desenhos mais bonitos. Eu tinha o maior cuidado em não quebrar a ponta.Era como se só eu tivesse uma coisa que ninguém tinha.
A benção vô!

Desfalque no caixa

O vovô Cardoso, pai da mamãe, fazia uns cofrinhos de madeira que tinham um dispositivo simples, que ele colocava do lado de dentro na abertura da fenda. Era um pedaço de courvin(couro sintético) com um corte estreito prá deixar as apenas moedas entrarem dificultando sua retirada com qualquer chacoalhada. Lá em casa o cofre era alimentado quase todo dia. Eu só ficava sentindo o peso do bicho aumentar.
Pensa daqui, pensa dali...descobri que colocando com cuidado a lamina da faca pela fenda e alargando a tal proteção anti-futo do cofrinho eu conseguia retirar algumas moedas. Só não lembro em que eu gastava.

A oficina do riso.


Tinha umas horas na oficina do papai que parecia que todos os rádios e televisões já estavam consertados e ai então o papai e o Inácio e quem estivesse por lá começava a sessão de piadas. Tá! Deixa estar!! Zé Maria, moleque, queria se enturmar, ser gente grande também. Lá fui eu, depois da aula, tentar decorar uma estória que tinha no meu livro de português(uma estórinha sobre uma onça marota que se fingia de morta prá comer os animais da floresta)Muleque! Eu ria sozinho da tal onça. Pois bem. Lá estamos nós , naquela hora da piada. Piada de português prá lá, piada de papagaio prá cá(tudo bem, que eu às vezes não entendia )E eu refazendo mentalmente a minha piada na cabeça. Agora eu conto...agora eu conto...Pá! surgiu a brecha e eu: - A onça blá, blá, blá, blá , blá...Pronto terminei a piada!(cri...cri...cri...)Silêncio...Todo mundo aproveitou prá me sacanear.-Terminou a piada???Faz cosquinha aqui!

Claro que ninguém quis rir da minha piadinha. Foram rir, depois foi de mim. Pô! Quase eu fico traumatizado.

Tirinha


Constância

A Constância também cuidou um bocado de nós. Me dava banho, passava talco, inventava umas histórias. Por exemplo, achou de me dar de presente uma tigela (era muito daquele tempo usar aquelas tigelas de asa, com algum desenho) com o símbolo do Paissandu. E o papai era remista! Apesar do protesto dele, "virei" Paissandu pelo menos naquela época, 4, 5 anos de idade. E ainda por cima, ela pegou as pontas da minha camisa de abotoar e deu um nó. É uma coisa muito Bye-Bye Brasil, mas pra mim, tão pequeno, tudo o que a Constância fazia era o máximo.

Inácio (Ele só gosta que chame de Cardoso)


Além das tintas e desenhos, o Inácio também me chamou a atenção para a música(além do papai também, que todo domingo e feriados colocava a eletrola prá tocar). O Inácio gostava de ouvir o rock country do Credence. Eu gostava também. Ele tinha vocação prá disc joquei(hoje se diz DJ)O negócio dele era colocar som na caixa.

Ei Jorge!

Eu já postei aqui um texto onde me recordo da pintura do Inácio.
Errata: Onde lê-se Oscarina, leia-se OLGARINA. Outro dia desse eu conversando com a mamãe ela me corrigiu.
Segue abaixo o texto de novo:
Quarta-feira, 13 de Maio de 2009

A ARTE NOSSA
Temos um dna privilegiado. A arte me fisgou quando eu era muito pequeno, lá na casa da rui barbosa por que vi pela primeira vez uma paleta cheia de cores que era do inácio. A paleta estava em cima de um pequeno armário que a gente chamava de farmacinha. E eu , curioso, escalei não sei como um movel e pude olhar a beleza das cores misturadas. Dai então comecei a procurar saber como se usava as tintas , o lápis, a caneta, tudo que riscava. Tinha uma pintura que o inácio fez num pedaço de eucatex que , apesar de meio primitiva, eu adorava, poi s foi a primeira obra de arte que eu tive contato. Como eu gostaria de tê-la hoje! O inácio também sabia desenhar eacho que tinha outros dons artisiticos também. Lembro de alguns desenhos que ele fez da cabeça do mickey e donald, que foi também a primeira vez que eu vi esses dois personagens.O inácio apareceu uma vez, lá na casa da RB com uns tamborins que ele fazia. Eram de formato quadrado, de madeira, como realmente eram antigamente. Lembro de ele dizer, rindo prá mim que aquela pele ele tinha tirado de uma cobra. O meu olho ficou arregalado!!!O Inácio namorava com a Oscarina, filha do vizinho do lado. A mamãe não gostava dela e chamava de Osga, osgarina,KKKKKKKKKKKK!

Inácio salvo

O tio Inácio apesar de todas as sacanagens, é um irmão mais velho pra mim, mais velho que o Zé, é claro. Ele desenhava os carros pra mim, quando eu devia ter meus cinco anos. Lembro que ele fazia o carro e desenhava uns pingos de água saindo por debaixo do carro, a meu pedido. Ainda guardo na memória o formato desses desenhos. Pareciam ônibus antigos, como os do EMAÚS, pingando óleo. Lembro até da fumacinha desenhada a pedido de moleque insistente. Lembro que ele se divertia fazendo isso para mim. Lembro também de uma pintura que ele fez em tinta à óleo em um pedaço de fórmica e que durante muitos anos emoldurou a parede da sala da casa antiga.... Era um desenho que lembrava uma canoa ancorada na porta de uma casinha. Ao lado dela uma árvore e um açaizeiro. O Zé e a Nen devem lembrar disso também.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

LIZTACK + SAURON + INACIO

Caraca Jorge, "Liztack" essa foi do fundo do fundo do fundo do fundo do baú, putz nem lembrava mais desses seres malignos do Elo Perdido. hahahhahahahahaha
Eu acho então que o mais correto era comparar o tio Inácio com os liztack mesmo, porque eles sempre apareciam para encher o saco dos personagens da série.

PARABENS

Palmas para a Clara, ela merece, muitas felicidades, e aproveitando a oportunidade dia 14 é aniversário da Rosi.
Felicidades para Clara, Beatriz e Rosi.

Nem Sauron nem Liztack.

O Inácio na realidade era/é meio molecão, sempre querendo tirar com a cara de uns e outros.

SAURON x LIZTAKS

Não sei se o Inácio parece um sauron, mas que pode ser comparado aos Liztaks, isso pode!
Observação: Os liztaks eram personagens esquisitos com roupas brilhantes e cara de osga que assustavam os protagonistas do seriado americano O ELO PERDIDO, da década de 80.
AH! AH! AH! AH! AH! AH!

ANIVERSÁRIO DA BIA NESTE DOMINGO 14

Aproveito a oportunidade para convidá-los a participar do aniversário da Beatriz neste domingo 14 de junho. Tragam suas cuias. O mingau vai rolar solto...

Feliz aniversário!

CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! FELIZ ANIVERSÁRIO, CLARINHA! UM ABRAÇO E UM CHEIRO DAS PRIMINHAS BIA E BEL, E DOS SEUS TIOS MÁRCIA E JORGE...

11 de junho de 2009-Aniversário da Clara


Hoje é o aniversário da Clara! Parabens minha filha! Todo mundo da internet aí, vamos bater palmas, galera! É muita gente no mundo todo acessando esse blog, então é muita gente cantando parabéns prá você!!!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Superdotados

Lá no Amazonas de Figueiredo, baixou um pessoal do Mec/ Usaid pesquisando alunos superdotados (1977). Na sala, quem tinha as melhores notas eram a Sandra Suely, que aliás morreu afogada aos 18 anos, e eu. Então fomos destacados para uma série de testes de Q.I. E tinha um ianque, acho que chefe do grupo, que ficava lá pela escola, conversando informalmente com seus pequenos gênios. Eu dizia pra ele:
_ O senhor é americano, não é?
_ Como você saberr?
_Porque tem sotaque americano, oras!
_ Ser verdade! Entõ, quem ser seu candidato parra prresidenta das Estadas Unidas?
_ O Jimmy Carter!!
_ Nõ, nõ ser boa escolha. Boa mesmo é Reagan! O elefante [símbolo do Partido Republicano] é que ser a melhorr.
_ Não! Eu gosto do Burro [Partido Democrata]. O Carter vai ganhar, o papai falou!

E não é que ganhou a desgraça do Reagan? Mas o ianque ficou mesmo intrigado por eu distinguir uma pessoa pelo sotaque. Deve ter pensado que eu era mesmo um gênio.

Paciência do Nazo

Nem sempre era divertido ir estudar com a professora Nair, mas era legal quando ela desafiava os nosso limites. Um dia, por exemplo, este cabelo espetado aqui, com ar de "já-conheço-os-números" estava muito a fim de escrever até cem. A professora Nair:
_Queres mesmo escrever até cem?? Então escreve.
Faltava pouquinho para voltar pra casa, e o Nazareno estava comigo. Então sentei ali, perto duma janela de que vagamente me lembro (era 1976, pô) e mandei ver. Bem "mandar ver" não é exatamente o termo, porque era uma escrita vagarooosa. E a hora passando, e o Nazareno puto de fome, mas era, afinal, uma prova de aprendizado espontânea, então ele não ia me frustrar naquela hora, mesmo que à custa de ficar com fome me esperando. Mas terminei a tarefa. Não sei se faltou algum número pelo meio, mas a Profª ficou satisfeitíssima!

Daniel postou

Daniel Amorim Dias disse...
LA CALIGRAFIA

Quando tinha apenas 3 anos de idade, chovia muito e fazia frio, o vento entrava na brecha da tábua lisa localizada no segundo andar do quarto dentro da nossa casa da rua Dr. Moraes... Nazareno deitava na rede... eu queria saber o nome verdadeiro dele, pedi para que o mesmo escrevesse no papel velho, quando ele redigiu gestualmente sobre a folha, a letra bonita do Nazareno brilhou na frente dos meus olhos, eu mesmo permaneci hipnotizado pela arte de traçar gestualmente... foi o primeiro tesouro da minha vida: CALIGRAFIA!
8 de Junho de 2009 20:25

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LA CALIGRAFIAQuando tinha 3 anos de idade, eu queria saber os nomes dos meus irmãos (naquela época não sabia o significado da palavra ''IRMÃO''), o primeiro tesouro que tive contato: pedi pro Nazareno escrever o nome dele no papel velho, ele escreveu com uma letra bonita, a arte brilhou nos meus olhos, fiquei o tempo todo olhando para o movimento gestual do traço caligráfico do Nazareno. Até hoje nunca esqueci do primeiro tesouro: a CALIGRAFIA.
8 de Junho de 2009 19:18

terça-feira, 9 de junho de 2009

ALMOÇO EM FAMÍLIA

Isso me lembra quando quase nós todos nos reuniámos para almoçar em casa e sempre tinha uma piadinha nova para aprender.


Tirinhas de ontem e hoje



VISAGEM CHIFRUDA

Obs.: os parênteses são meus pensamentos.
Certa vez a vovó estava em casa e como era inevitável pedi que ela contasse estórias de visagens.
Ela nos contava as mesmas já tantas vezes ouvidas através da mamãe, então pedi que repetisse uma delas em que um parente de um primo do sobrinho do tio do avô da mãe de não sei quem saía toda madrugada para trabalhar e tinha que atravessar uma ponte que cortava um igarapé, e nesta havia um vulto a quem deveria ser pedido permissão para atravessar.
Porém neste dia o vulto não respondeu ao pedido de licença e permaneceu estático no meio da ponte (eu acho que o vulto estava meio aborrecido), e como o primo do sobrinho do tio do etc, etc e etc tinha que atravessar o igarapé, com o seu terçado ameaçou o tal vulto, que sem dar ouvidos à ameaça continuou a ignora-lo, então na tentativa de golpear a alma teimosa para abrir passagem (que burro aonde já se viu ferir um espírito?) o infeliz tascou a "terçadada" que atravessou-o sem provocar nenhum dano, a alma p... da morte deu uma bordoada no "caboco" (engraçado alma não pode apanhar ou ser ferida, mas bater pode) que voou para a outra margem do igarapé desacordado, ficando desaparecido por alguns dias.
Quando retornou para sua casa estava todo sujo e com a marca de uma enorme mão da visagem na costa e relatou o acontecido deixando todos apavorados.
Terminada a estória não resisti e falei achando graça:
_Ha ha ha esse parente é muito mentiroso, vai ver que ele estava com a mulher de alguém, aí o chifrudo pegou os dois no "flagra" e deu uma boa surra no safado, a marca da mão era na verdade do marido traído. quá quá quá quá quá quá quá quá quá quá quá .
A vovó muito invocada me esculhambou com a ajuda da mamãe, dizendo que eu estava fazendo caçoada dos antigos e essa geração de hoje não acredita em nada e que nunca mais ela contaria estas estórias e isso e aquilo. hahaahahaha.
Esta foi a última vez realmente que ela contou essas estórias.
Será que essa estória de ficar sumido por alguns dias por apanhar de visagem "colaria" como desculpa hoje em dia???
AGNOSTICISMO
Não tem jeito, ninguém é 100% agnóstico, ateu ou incrédulo, o papai não acreditava em visagem, alma penada, essas coisas assim, mas quando a coruja piava no açaizeiro ou por cima de casa falava mais alto a supertição passada de geração para geração.
E por acaso se alguém ver uma alma penada não esqueça de pedir os números da mega sena por favor.

Mamãe

Perdoem a falta de originalidade no título, mas como é a minha primeira postagem, ele é inevitável.
Então é março. 1978, precisamente. Chuva torrencial, a madrugada inteira. E o dilúvio transforma o que era rua em mar, a se estender por uma área enorme, dando assim, a impressão de um campo líquido, extenso e plano. E ela sente as dores. É urgente sair mas, nesse tempo? Fará isso pela décima vez em sua vida, mas o medo de ir e não voltar é real. o vento frio, coado pelas tábuas, pelos vãos das telhas, mantém o espírito alerta. A chuva cede, mas já está tudo tomado pela água, inclusive em alguns pontos do assoalho de madeira, onde é mais baixo, a lâmina d'água se insinua. Não há onde pisar, lá fora. A dor não permite esperar mais. Ela deve sair já.
Durmo o sono despreocupado dos oito anos, mas desperto ao sentir seu beijo na bochecha, na semi-obscuridade da manhã de céu pesado. Naquele beijo, senti apenas a mais profunda ternura, que, só nas horas quietas ela nos reservava, por ter a dura tarefa de nos administrar de dia e de noite. Hoje, sei que escondia a tensão e o medo de estar fazendo aquilo pela última vez. Nascido um Flávio bochechudo, tudo fica mais alegre e tranqüilo, as horas de medo e angústia esquecidas.
E os pequenos, ao seu redor, nem podem imaginar a incerteza das horas anteriores, nem ela permitiria que tão obscuros pensamentos invadissem aquelas cabecinhas puras, assim, tão cedo. Essa mamãe...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Artur Dias disse...
Nem sei como nos tornamos adultos normais, sendo perseguidos à noite por matintas pereiras, corujas, morcegos, catitas roedoras, vizinhos abelhudos, e de quebra, o Inácio, uma espécie de Sauron ao tucupi (brincadeira...)
8 de Junho de 2009 17:54


José Maria disse:

Mas é! Que vida assombrada! Mas a gente zoava muito também
O que é um Sauron?

Inclinações artisticas

edunazar disse...
Artur, e quem não tem inclinações artísticas nessa família? Todo mundo adora pegar numa caneta e num pedaço de papel.O Léozinho adora desenhar caminhões, o Felipe eu nem desenho perto dele e o moleque adora, o André fez um desenho perto de mim que eu não acreditei.Faz logo o teu modelo de brasão que acho que vai ficar um show!!!Abraços!
7 de Junho de 2009 20:18

O Nazareno mijava na rede.


edunazar disse...
Esse Inácio era muito enjoado!! Uma vez disse que se eu não parasse de mijar na rede ele ia pendurá-la na taberna do S. Sérgio prá todo mundo ver. Ele gostava de perturbar os sobrinhos. Lembro do papai tentando fazer o velho jipe funcionar na frente de casa prá irmos prá Icoraci e nada do carro pegar. Até depois de muito tempo sem o carro pegar o Inácio diz de lá: "CHEGAMOS"!!!!Alías, vocês sabem que fim levou nosso jipe? Meu traseiro esquentava muito no banco de trás mas eu adorava passear mesmo assim!
7 de Junho de 2009 20:25

Gabriel e "Brigael"


jorge disse...
O papai adorava um trocadilho.

Permissão de postagem


O Jorge já está postando direto no blog, sem ser como comentário.Reenviei para o email de vocês, Nazareno, Nen, Fátima, Gabriel, Fernando e Artur um convite com permissão de postar direto também, assim o texto aparece logo após a postagem de vocês. Vejam nesse email como é que funciona a permissão e comecem logo a postar.

Nazareno comenta.


Tái, a idéia da vala ia ficar muito engraçado, mas também a idéia do caroço de tucumã e ferramentas também pois lembraria bem de algumas coisas que marcaram a nossa vida. Mas a principal intenção do brasão creio que seja identificar nosso DNA de artistas.
7 de Junho de 2009 20:09

Vumbora industrializar o "Mijo de gato"?


edunazar disse...
Engraçado, vocês vão falando e eu vou me lembrando desses pequenos detalhes...Até hoje quando tem abacaxi em casa, a casca "vira mijo de gato".
7 de Junho de 2009 20:20

Preservemos a rasga mortalha!




Artur Dias disse...
Acho que nessa infância, havia superstição até pra mijar. Mas sempre o papai reafirmava: "assombração não existe. Se um dia eu disser que vi uma, pode me internar. Porque não existe coisa alguma que a ciência não explique ou vá, um dia, explicar". E assim, ganhou força em mim o espírito da dúvida, do agnosticismo. Ao mesmo tempo, o amor pela natureza, tão próxima a nós, que até me surpreendi. Como quando soube que as aves mascaradas e olhudas, que faziam companhia à harpia da Conselheiro eram murucututus. Imaginem: a maior coruja das Américas, em franca extinção, belíssima! mas vítima das nossas crenças primitivas, coitada. Rasga- Mortalha é Tyto-Alba, coruja de igreja, suindara, coruja-das-torres. No Flicker, minha id é Murucututu. Aqui no gmail, é suindara. Em homenagem a esses belos animais.
8 de Junho de 2009 15:52
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JOSÉ MARIA COMENTA:
Não tem aquele termo, "rasga beca"? Pois é, assim como beca é um traje prá quem se gradua, mortalha é uma veste prá quem morre. Então, raciocinemos: se quem rasga beca, impede a pessoa de se graduar, logo quem rasga mortalha impede a pessoa de morrer ! (Será muita viagem minha?) É por isso que a gente não morreu: De tanta rasga mortalha que passava por cima de casa, gritando(não dá nem prá colocar uma onomatopéia aqui de tanto estranho que é o som que ela faz, acho que é meio assim: - Tchirifruiiimmmm! Vrivrumrimbriuimmm!Quem consegue reproduzir o grito dela?).
Também, convenhamos, com toda aquela criação de catitas que tinha nas casas e terrenos, a população de corujas só podia se beneficiar.

D.Joana



jorge disse...
A dona Joana era gente boa, mesmo. Lembro dela preparando polvo, uma vez. Ela me perguntou se eu comia polvo. Eu nem sabia que a gente comia aquilo. Aí eu fui até a cozinha dela para ver mais de perto... Eca! Me embrulhou o estômago ver aquela coisa toda mole, brilhante... Nem quis saber se era gostoso depois de pronto.
6 de Junho de 2009 17:49

domingo, 7 de junho de 2009

RELÓGIO DE PAREDE

Tinha um relógio à corda, de pêndulo, que ficava na parede, de frente para a escada, no quarto do meio. Ele tinha o mostrador com números em algarismos romanos. Era tão antigo que o algarismo 4 era representado como IIII em vez de IV. A chaveta usada para dar corda no dito era de metal, com uns desenhos nela. À noite era possível ouvi-lo, um sombrio TIC TOC grave, enchendo a casa. Da minha rede eu escutava e imaginava mil assombrações se divertindo ao som das badaladas BLOM BLOM BLOM, arrepiantes.... BRRRRRR!!!!!

sábado, 6 de junho de 2009

Corretivos




jorge disse...
É! O papai realmente dava uns beliscões doídos na gente para nos alinhar... Ainda lembro duma noite que eu tava escovando meus dentes na piazinha branca que ficava encostada no banheiro de alvenaria, quando a casa ainda era de madeira. Aconteceu qualquer coisa de briga entre os manos e dessa vez eu não estava inocente. Daí o papai desceu correndo a escada com a sandália velha dele e saiu dando sandaliadas em todos nós. Como éramos mais de cinco naquela época, ele não quis nem saber quem era o responsável pela confusão. Na sua idéia de justiça paterna saiu distribuindo corretivos para todos os moleques... Apanhei inocente!
5 de Junho de 2009 22:25
jorge disse...
Na linha onde vocês leem "...dessa vez eu não estava inocente... ", leiam "eu estava inocente (juro!)"
5 de Junho de 2009 22:30