sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ANIVERSÁRIO DA NEN

FESTA DE ANIVERSÁRIO DA NOSSA IRMÃ "NEN" NA CAPELA REGADA A FEIJOADA COM BUCHO E MOCOTÓ, PEIXE FRITO E TAMBAQUI ASSADO NO FORNO.
O QUE SERÁ QUE TEREMOS A NOITE NA CASA DE RECEPÇÕES "GUINAZA"?

Parabéns irmãzona, felicidades, muita saúde.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mais chato.

Ô Cara chato!!!!

domingo, 3 de outubro de 2010

ANIMAÇÕES







Descobrimos um programa chamado PIVOT e daí prá frente, só Deus sabe o que vamos inventar. Por enquanto fiquem com as criações do Zé. Cliquem nas imagens e divirtam-se.




























sábado, 2 de outubro de 2010

TÁ PINTANDO CEGONHA NA ÁREA!

É com grande alegria que informo a todos meus queridos parentes e amigos que, dentro de alguns meses, será acrescentada uma linda menininha à família Rodrigues Dias. Informo também que estamos aguardando sugestões de nomes para nossa futura filha. Pensamos em Maíra Gisele, mas ainda estamos em busca de nomes que resultem em boa sonoridade.
Obrigado a todos os titios e primos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Eleições 2010

Tem uns powerpoints que a gente recebe por e-mail  falando de tudo. Tem aqueles que vem com fotos de flores, de bebês, de gatinhos, de cãezinhos, de mulher pelada, de poesias, de anos 70, de anos 80, de carros antigos, de correntes, de anjinhos, de tudo quanto é espécie animal, mineral e vegetal.
Mas tem uns que são de rachar! Tô falando daqueles que, se avizinhando o período das eleições, querem  propagar na rede uma imagem negativa da candidata do PT à presidência.
São uns conteúdos cheios de ódio creditando todo tipo de ação inescrupulosa à pessoa da aspirante.
Tudo bem se alguém envia um texto denunciando isso e aquilo, porém ,   que mostre a fonte, mostre o contexto da notícia.
Engraçado que eu não recebo nada contra os outros candidatos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SARAMAGO.

O Artur Dilmar uma vez me mostrou um livro do Saramago. Era o "Todos os nomes".Gostei muito da trama e principalmente o texto apurado na lingua de Camões. Depois li alguns outros. Entre os quais o famoso "Ensaio sobre a cegueira" e "Memorial do convento", recentemente.
Teve um, pequenino que passei a vista, "As pequenas memórias", de onde selecionei uma pequena parte:

Protopoema
Do novelo emaranhado da memória da escuridão dos nós cegos, puxo um fio que me parece solto
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limo, e tem a macieza quente do lodo vivo.
é um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.

sábado, 18 de setembro de 2010

SEMANA DA PÁTRIA (PARTE 2)

Era a Semana de shows das bandas marciais das escolas de Belém no campo do Remo. Naquela manhã, muitas escolas de Belém já haviam se apresentado e o show continuaria pela parte da tarde. Muitos estudantes formavam torcidas organizadas, claro, para darem apoio moral às bandas. O problema é que daí para os confrontos entre torcidas era um passo só.
Como já era comum, nos idos da década de 70 (século passado), havia uma rixa entre o
'Paes de Carvalho" e o "Augusto Meira". Isso toda a Belém sabia. A mamãe só me deixou ir ao "estádio" depois de eu assinar 50 vias de papel me comprometendo a não me meter em confusão, senão.... vocês já sabem o que aconteceria. O papai nem sonhava que eu estava lá, no meio da "galera" torcendo pelo colégio.
Então, saindo do campo do Remo, eu devidamente desidentificado, isto é, sem uniforme do colégio, comecei a ver alguns pequenos confrontos entre alguns alunos de colégios distintos. Aquilo já começou a me deixar preocupado. Mas, como eu estivesse neutro nessa história toda, não sofri nenhuma tentativa de agressão por parte de nenhum colégio arqui-inimigo do "Paes de Carvalho". Até hoje não entendo como é que o colégio inspirava tanto ódio em outros alunos.
Pois bem, eu descia a pé, juntamente com a minha torcida organizada, quando o grupo resolveu passar em frente do colégio Augusto Meira. A cena que agora passo a relatar ficou gravada na minha memória como fica marcada numa camisa branca a mancha do açaí... Vi de repente o grupo se desfazer em vários elementos desordenados correndo para as mais variadas direções. Gritos de desespero de pessoas que estavam nas paradas de ônibus, misturados a uma pancadaria selvagem entre os estudantes que se embolavam nas calçadas; mulheres com crianças no colo correndo desesperadas... E eu ali, mais perdido que cego em tiroteio. Foi quando o grupo ao qual eu estava ainda coeso se abriu de vez me deixando sem saber o que estava acontecendo. Olhei para o alto. Próximo das copas de mangueiras situadas naquele perímetro do colégio, vi de dois a três "braços" de carteira , girando no ar, como se fossem aviões de ataque kamikasis, um ao lado do outro. Giravam flutuando perigosamente em direção das cabeças inocentes. Pedestres, alunos e outras pessoas que por ali estavam naquela hora corremos para o outro lado da rua. Havia uma entrada para uma vila. Desesperadas, as pessoas se "danaram" a entrar nas residências próximas para conseguir abrigo diante de tamanha sandice. Os moradores trancavam suas portas e janelas desesperados, sem saber o que era tudo aquilo na vila. Não entrei nas casas, mas corri com um grupo de colegas para a tal vila. A desgraça da vila não tinha saída!!! Ficamos num beco sem saída, literalmente! Desesperados, corríamos desnorteados enquanto a batalha continuava a se dar entre o fim da vila e as paredes das casas... Como eu estivesse de camisa branca, ninguém sabia de que "facção" eu era. Escapei de fininho da vila, sem um arranhão. Corri para a avenida Magalhães Barata, que naquela época dava sentido para o centro, peguei o ônibus Batista Campos e pude descansar aliviado, deixando para trás o campo de batalha. Naquela altura do campeonato, as pessoas dentro do ônibus comentavam a falta de educação dos alunos. Eu só fazia ouvir o blá-blá-blá maledicente.
Próximo a igreja de Nazaré, lá estava uma parte da minha torcida caminhando na rua e alegremente cantando despreocupados fazendo muito barulho. Um convite para eu descer do ônibus e me juntar aquela gostosa e "inocente" algazarra de adolescentes... Foi a minha desgraça! Diz-se que "urubu quando está de azar, o de baixo caga no de cima". Quando eu me imaginava feliz e lampreiro no meio da minha "patota", todo feliz por fazer parte do grupo da torcida do melhor colégio da cidade, eis que chegam quatro viaturas da Polícia e nos fecham em cerco! "P... QUE PARIU!!!" Foi o que ouvi naquele momento. Um camburão se abriu na minha cara e não sei quantos PMs vestidos de verde-oliva avançaram de cacetetes ameaçadores e luvas brancas na nossa direção. Os meus colegas gritavam para que ninguém entrasse em pânico porque o diálogo é a melhor arma... Bem, nunca fui muito de acreditar nessa tal filosofia do diálogo, não é mesmo? Afinal, era o período da ditadura militar e quando você se encontra prestes a cair nas mãos do pelotão de choque da polícia, a primeira coisa que se pensa é: PERNAS PRA QUÊ TE QUERO... Outra vez, como mancha de açai em camisa branca, aquela cena desesperadora ficou impressa na minha memória. Vários colegas sendo "engravatados" pelos PMs, lindas colegas sendo arrastadas para dentro dos camburões, as pessoas nos olhando e xingando, os gritos de "CORRE! CORRE!" misturados aos chutes e golpes de imoblização despejados pelos PMs sobre meus colegas.... Minha nossa! Pensei, se o papai fosse me buscar na delegacia, aí sim eu seria um reles arremedo de moleque Dias.
Nestas situações de desespero, dizem os especialistas, a adrenalina atinge níveis altíssimos capazes de fazer uma pessoa comum erguer sozinha um carro de algumas toneladas... Pois bem, eu era magrela, amarelão e baixinho (ainda continuo baixinho, só que agora mais gordinho, fofinho e bonitão)e de repente minhas pernas me alçaram em um vôo que nem eu sei como consegui, me levando para trás da igreja de Nazaré, a 14 de março.
Enquanto a PM se fartava no meio da torcida, eu descia a ladeira da 14 de março acompanhado por alguns colegas e policiais em perseguição. Minhas passadas atingiram marcas recordes comparáveis as dos atletas em corridas de 100 metros. Nunca imaginei que eu pudesse voar com as pernas...
Hoje eu devo essa ao velho e bom Zé Dias que um dia me botou para praticar corrida no ginásio de educação física, por intermédio de uma sua prima que era professora de educação física (madrinha do Zé Maria). Ter aprendido um pouco de técnica de corrida me ajudou e muito naquela conturbada manhã de setembro... Escapei, milagrosamente, de duas surras: a dos PMs e uma que seria talvez a mais pior de todas, a do velho Zé Dias... Quem quiser que conte outra.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"SEU" ZÉ DIAS E A SEMANA DA PÁTRIA

Estamos iniciando o mês de Setembro. Manhãs de esplendoroso céu azul e forte temperatura. Manhãs de uma década de 70 (século passado) e eu, lá na oficina da Pariquis, ouvindo os hinos e marchas daquele disco que todo ano tinha que se fazer ouvido. Era hino da Marinha ("Qual cisne branco que em noite de lua, vai navegando no mar azul.."), hino nacional, da bandeira, do exército, da independência e outros que não lembro mais os nomes...
Fui criado sob a empolgação do velho Zé Dias e de seu apoio incondicional aos militares no governo. Fui influenciado, como todo filho que se preza, pelas palavras de patriotismo e civismo que eram proferidas pelo nosso pai, sempre que iniciava-se o mês de Setembro. As mangas maduras balançando ao vento, davam àquele pedaçinho de Batista Campos um ar de feriado prolongado e a certeza de não pisar na escola tão cedo. Eu pedia autorização para ir até a Serzedelo Correa ver o desfile militar que acontecia iniciando na praça da República e entrava pela Gentil Bitencourt. Eu queria ser um piloto da Força Aérea. Eu via, empolgado, o desfile de toda a portentosa força nacional, guardiã de nossa pátria querida. Eu via a ordem, a execução dos passos cadenciados, ouvia o grito firme dos soldados, que encantava as garotas que também assistiam e davam gritinhos histéricos por cada soldado garboso... Eu queria a vida militar para mim. Acreditei que aquela era a melhor das profissões a ser seguida e que orgulharia o velho Zé Dias. Eu recordo que nessa época havia os vendedores de bandeirinhas do Brasil, do Pará, de cataventos coloridos, sorveteiros, pipoqueiros e outros ambulantes naquele tempo, disputando um troquinho naquele pedaço de B. Campos.
Voltava empolgado para a oficina e papai já devia ter rodado o mesmo disco pela centésima vez. As pessoas passavam na porta da oficina e elogiavam o gosto e atitude cívica do papai. Acho que elas não podiam criticar os militares mesmo.
Mas uma coisa que um dia me chamou a atenção num dos inúmeros desfiles que eu vi, foi a de um rapaz sendo arrastado por soldados. Os soldados com aqueles braceletes e capacetes brancos seguravam o adoleceste puxando um dos braços para trás arqueando sua coluna - devia tá doendo muito aquela posição - enquanto algumas pessoas gritavam que ele era um "subversivo". Não sei ao certo o que ele fez, eu não vi. Mas as coisas começavam a mudar um pouco em meus sonhos militares... Criança, não podia entender o que havia de errado naquela situação. Muito mais tarde as vendas caíram de meus olhos permitindo ver melhor o verdadeiro desfile.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

NIVER GUILHERME

Não teve festa! Só um bolinho. Apreciem.
Faltou um dedo pra completar "46".

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Orações

Essa vela aqui, é a mesma que eu coloquei quando o nosso sobrinho Rodrigo passou por maus momentos, mas superou.
Agora eu a acendo pela minha cunhada, a Regina, que vai passar por uma cirurgia delicada.
Peço a todos que mandem muita força positiva prá que ela possa  pular essa fogueira e voltar prá familia commuita saúde.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Amar é…

Por Cássio Andrade



Quando criança, procurava aprender o que era amar, vendo os bonequinhos do “amar é…” com suas frases de efeito sobre o amor recheado por uma filosofia simples quase de auto-ajuda. Pareciam receitas na confeitaria do afeto.

Também fui ensinado a amar meus pais. Em minha infância, ainda se chegou a seguir a velha fórmula: papai no bolso, mamãe no coração. Quanta distância entre o bolso e o coração! À mãe, a ternura, o carinho, o afeto; ao pai, o trabalho, a autoridade, nenhum doce predileto. Minha geração precisou mudar esse receituário.

Ainda bem que aprendemos a amar nossos pais, como se não houvesse amanhã, da forma como alguém, já do outro lado, nos ajudou a amar as pessoas. Que país poderíamos nos tornar se continuássemos a amar do velho jeito?

Nesse dia dos pais, peço licença para, em nome do amor radical e sem fronteiras, render homenagem a meu filho. Na verdade, agradecê-lo por me fazer pai; por obrigar a revelar o rosto materno da paternidade.

Confesso que tentei projetar um caminho diferente a meu filho: jogar bola, levar ao campo, falar das minas, impor-lhe um clube para o qual torcer, essas coisas que usalmente fazem os pais aos filhos varões. A vida me fez abortar esse filho projetado e mudar o enredo dessa história. Ainda bem, pois aprendi a sair da óbvia condição de pai.

Pequenino, com meu filho fiz coisas que o monopólio das mães e avós não permitem ao pai. Troquei fraldas, limpei cocô, dei chuca e embalei na cadeira para fazer dormir. Até coloquei fio na testa para acabar com o soluço. Rompi os tabus da maternidade, às vezes sobre o desaprovo tácito da mãe. Ah, como é bom ser pai e mãe!

Obrigado, meu filho, por continuar a te amar sem condições. A continuar a vê-lo dormir com o rosto eterno da inocência. Diante das incertezas da juventude atual, tenho a feliz certeza de que sempre serás inocente, diante de um mundo mal, descrente e decadente; imundo mundo pós-moderno.

Amar é se tornar irmão, em sendo pai… Feliz dia com os filhos, nesse dia de pai!

O mistério das "Tapauéres"

Ontem, domingo dia dos pais, a gente andando pelas ruas da periferia, podíamos ver a movimentação das familias reunidas. O som ligado, os copos cheios, o churrasco correndo, a farofa, a salada crua, de maionese, arroz com galinha, as lasanhas, vatapas, maniçobas, feijoadas e pra fechar, o doce sabor dos cremes de cupuaçu, abacaxi, bacuri, pavês diversos, açai com tapioca.
Lá pelas 4 da tarde, todo mundo de bucho cheio ( que nessas alturas ninguém está "satisfeito"), triste, é hora dos filhos, genros e noras voltarem para suas respectivas casas. Na despedida, o indefectivel hábito de arrumar as vasilinhas com um pouquinho de cada comida devorada durante a reunião. Junta feijoada com uns pedaços de frango assado, bolo de chocolate com uma macarronada e assim vai, conforme o saldo das panelas.
Não se sabe de onde aparecem as "tapauéres". São tantas entre outras improvisadas com embalagens diversas, como as de sorvete Kibom, potinho de margarina e outras mais. Chegando em casa lava e guarda. Dai nova reunião e o ciclo reinicia. A vasilinha que eu já peguei da mamãe com tapioquinha, levei prá casa, e numa próxima situação, lá vai ela com mingau prá casa de outro ente querido e assim sucessivamente...

O enigma que fica é: Por quais caminhos andam, nessas alturas, esses tapperwares todos ?

sábado, 7 de agosto de 2010

Feliz dia dos pais prá todos

Manoel, o audaz
Raimundo Sodré




Há alguns anos, lá na Praça da República eu vi o Delcley Machado tocando a música “Manuel, o Audaz”, do compositor mineiro Toninho Horta. Fiquei impressionado com aquela apresentação. Primeiro porque o show era ao ar livre e, já sabe né, com direito àquelas limitações de infra que a gente conhece quando o poder público se anima para ofertar um issozinho de bom para o povo. Mas olha só, benza Deus este menino Delcley. Ele foi primoroso, impecável na interpretação. Tocou com uma sensibilidade, com uma entrega. Mergulhou na melodia e nos apresentou alguma coisa que eu acho ser um pedacinho do céu. (E para não ser injusto na lembrança, acompanhando a encantadora guitarra e juncando de flores os solos fenomenais do Delcley, naquele dia, estava uma galera feríssima da música instrumental paraense).
Além do talento dos músicos que se doavam à pura arte, ali no anfiteatro da Praça, a melodia deixou marcas. Eu já conhecia outras versões, inclusive enriquecida com um belo poema, na voz do próprio Toninho Horta, mas naquele dia, a música daquele jeito (só tocada e com aquela harmonia mágica do Delcley), me veio com um calor especial. Calor de pai. Bateu, sabe. Fez tóim óim óim aqui dentro da minha caixola. Liguei o Manuel audaz da canção, ao Manoel meu pai, lá do Xapuri.
Sei pouco sobre ele. Parte do que sei de meu pai é o que minha mãe contava quando eu era pequeno. Depois que cresci, procurei saber mais. Fiz duas viagens ao Xapuri. Na última delas, passei cinco dias no seringal em que nasci e acabei participando da rotina do campo (querendo ser audaz), acordando cedo, espalhando ração pelo terreiro, chamando os bichos pra comer: thu thu thu thu thu (e vinha pato, pintinho, galinha, até porco, cabrito, bode apareciam no quintal atrás dum petisco). Experimentei o desjejum do seringueiro montado com carnes, caldos e o que mais desse ‘sustança’. Fui pra lida. Pilei arroz, tirei mourão, colhi o milho (e sabia que isso, esse usufruto de uma rocinha, um carvão aqui, uma casa de farinha acolá, esse mínimo para viver como bom cristão era uma conquista grandiosa do homem da floresta. Muita gente tombou sob a mira dos poderosos para que eu estivesse ali colhendo folhas da hortinha nos fundos do barracão. Por causa dessa vitória histórica, eu fazia aquilo envaidecido, orgulhoso do meu povo acreano). Ganhei as ruas de seringa, nos altos dos igarapés, e risquei umas quantas árvores pelo caminho. Em cada uma delas, deixei fincada minha tigela na espera dos gotejos preciosos que a nós são oferecidos pela abençoada, pela laureada Hevea brasiliensis. Proseei com meus tios, meus primos, ao anoitecer; ouvi a cotação da borracha pela Rádio Nacional de Brasília e como um bom seringueiro, me aquietei antes do Cruzeiro do Sul tombar no horizonte. Adormecia sempre cansado e pensativo, acompanhando a fumacinha e a tisna que a lamparina desenhava no telhado.
Depois do seringal, passei uns dias na cidade e conheci mais histórias de meu pai. Soube das traquinagens, dos desafios que ele enfrentou. E da batalha que não conseguiu vencer. Histórias fortes. Comoventes.
De homem forte que era, definhou. Morreu naquelas terras longes chamando pelos filhos.
Quando deixei o Acre, trouxe na bagagem meu pai de verdade. Um pai que eu sempre quis ter. Um Manoel audaz que aplicava até injeção e tomava uma bebida chamada leite de onça. Um pai que mesmo na ausência, me ensinou (ou fez nascer em mim, sei lá) esta vontade de ser pai.
Amanhã, a melodia de Manuel, o Audaz, do jeito que o Delcley tocou lá no anfiteatro vai trazer de novo, meu pai pra mim (e vou me confortar com o pouquinho de Manoel que sou). Na hora do almoço, pra abrandar meu coração, vou ficar só ouvindo os meus filhos: “pai, tal coisa assim assim?”, “o que acha disso, pai?”. Pai, isso. Pai, aquilo. Pai...E não vou me cansar de ouvir... “Pai”...
Preciso ouvir.

sábado, 31 de julho de 2010

ANIVERSÁRIO DO ANDRÉ

14 ANOS.........PARABÉNS, FILHÃO!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

BIA E "BUMBUMPOU"

Aí um videozinho com direção de Marcinha e interpretação Biazinha. Arte final: Márcia. Maquiagem: Márcia. No finalzinho uma participação especial da Bebelzinha. Divirtam-se.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

ANIVERSÁRIOS (PRA VARIAR!)

Hoje é o aniversário do tio Inácio, que não gosta de ser chamado de Inácio e sim de Cardoso. Amanhã, 16 é do Felipe. Cadê as homenagens no Pirão dessa galerinha?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

CEGONHA NA ÁREA!


É COM ENORME PRAZER QUE INFORMO A VINDA DA CEGONHA NA FAMÍLIA RODRIGUES DIAS. A BIA E A BEL ESTÃO DISPUTANDO PARA DAR NOME AO FUTURO NENÊ. SUGESTÕES DOS TIOS E SOBRINHOS SÃO BEM VINDAS.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Majestade

Imagem incrivel

domingo, 6 de junho de 2010

Um texto legal(tirado do blog da vovo Neuza)

Copiado (na íntegra) de um artigo da Rotogravura do Estado de São Paulo em meados dos anos 30 (grafia da época)


A Dactilographa - Figura do século

O famoso Keyserling que como tantas outras notabilidades mundiaes, fez tambem sua pequena “tourné” pela América do Sul diz, num dos seus mais suggestivos estudos, que cada civilização e cada época tem tido o seu typo especialmente representativo.
Nos tempos da Grécia heróica, esse typo foi o bardo, cantador de mythos e epopéas. Na Roma dominadora foi o César triumphante e dictador. Na Edade Média, o cavalleiro andante; na Renascença o artista;no século XVIII o pregador de doutrinas sociaes;no século XIX o burguês ennobrecido pelo comércio e pela indústria.
Nos nossos tempos, diz elle, é o conductor de machinas, sejam ellas a locomotiva, o avião ou o automóvel, O automóvel principalmente, que é a Machina que todos conhecem, sentem, querem e admiram, encerrando-se nella todo o significado da nossa cultura motorisada.
Keyserling terá razão talvez, para os que não passam da superficialidade das coisas. Para os que tem visão profunda, porém, não é o conductor das machinas de locomoção o typo especial da nossa era, como não é o automóvel a machina que ultimamente mais e melhor influe nos destinos humanos.
A grande figura do século XX, a real novidade que elle nos trouxe, é a Dactylographa, como dactylographa se entendendo não apenas a simples moça que bate os dedos num teclado de lettras, mas tambem a stenographa, a archivista, a contadora, a jornalista, a chefe de escriptorio, todas as mulheres, emfim, que penetram nos escriptorios a sombra amiga da “typewriter”.
Foi essa machina que deu ao elemento feminino o trabalho mental de qualidade. Foi ella que a investiu de um estatuto econômico novo, permitindo-lhe não só ter dinheiro, o que era simples acaso dos dotes e das heranças, mas também e principalmente “ganhar dinheiro”, o que é uma resultante do esforço e da capacidade próprios.
Antes da machina de escrever a mulher apenas podia pretender os mais rudimentares trabalhos de pura repetição, tarefas inferiores que constituem actividades meramente quantitativas, pondo-a em situação de menor ou de tutelada. Com a “typewriter”, porem, a mulher nivela-se ao homem na esphera da efficiencia mental. Nivela-se tanto e tão bem que em muitos casos chegou – e acima de tudo está chegando – a provocar uma completa alteração dos clássicos valores sexo-sociaes. Hoje uma dactylographa alcança, muitas vezes, ordenado bem superior ao de um dactylographo ou ao de qualquer outro empregado de escriptorio e nesses casos ficam fatalmente subvertidos os conceitos tradicionaes do amor. Perante o homem que produz, ella já não é mais uma simples consumidora e sim tambem uma productora, não raro melhor do que elle. Em frente do Patriarcha que tudo dava e tudo queria porque era o único a ganhar, ella pode agora erguer o seu voto econômico, pode falar no “meu dinheiro”, que ninguém lhe deu, mas sim ela própria ganhou.
Ninguém contesta, assim, que a mulher que ganha bem graças à machina de escrever, não mais olha para o homem que ganha menos ou egual com a mesma veneração submissa com que o fazia aquella para quem o casamento era a grande carreira, o Emprego Único. O homem perde deste modo, a sua superioridade econômica, a que menos a mulher discutia e impugnava, pois que elle deixou de ser a creatura única que ganhava e podia ganhar dinheiro. De agora em diante a mulher tem o estatuto econômico próprio, base de todas as independências, podendo –e querendo- ser ella tambem a Dona da Casa ou o Chefe da Família.
Tudo isto ella o deve à “typewriter”, a machininha que custa menos , muito menos do que o automóvel, o avião, e a locomotiva, nas quaes o piloto continua, realmente a ser o homem que guiava o cavallo ou que dirigia o coche, ao passo que com a “typewriter” a mulher tem uma arma que é uma alavanca. E que é uma escada, tambem, destruindo o desnível secular, criando um desnível novo, que traz no seu bojo a maior revolução da humanidade, porque está sendo a renovação operada no intercambio dos sexos.

A. R. Netto

domingo, 30 de maio de 2010

MAIS ANIVERSÁRIO!

E não é que a Nen e o Guilherme estão fazendo aniversário hoje?
18 anos de CASAMENTO! Então tá todo mundo convidado a ir para a casa deles hoje para dar um grande abraço e comer um bolo gostosão feito pela famosa doceira confeiteira Márcia Rodrigues. O evento comemorativo tem início as 17 horas. Não faltem, queridos irmãos!

sábado, 15 de maio de 2010

Mais aniversário!!!!

Parabens pro Jorge Edson hoje, dia 15 de maio. Não vou ficar aqui sendo mala falando que o cara tá mais velho só porque justamente nesse dia é o aniversário dele. Até porque todo dia, todos nós, sem exceção envelhecemos a cada hora que passa. Também não vou ficar falando "Velho nãããooo...ficou  mais sábio". Basta um grande PARABÉNS PRÁ TUUUUU!!!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O MAIS VELHO ESTÁ MAIS VELHO HOJE!

Está completando mais um ano de vida nosso querido irmão mais velho, José Maria, costumeiramente chamado "Zé". Eu estava lembrando que quando a gente era fedelhinho o Inácio ficava enxendo o saco da gente com aquela homenagem que o Alecrim (antigo palhaço da TV Marajoara) fazia no seu programa para os aniversariantes: "As meninas Zé Maria e Jorge Edson hoje estão completando mais um aninho de vida!" Se eu já não gostava do tal palhaço, imagina como era ter que ficar aturando um tio pentelho achando-se o máximo... Mas, lembranças à parte, FELIZ ANIVERSÁRIO, VELHINHO!

sábado, 8 de maio de 2010

Crônica da semana -Raimundo Sodré

Mãe só tem uma

E a minha mãe é a melhor mãe do mundo. Tá legal, todo mundo tem a melhor mãe do mundo. Só que vou reivindicar este privilégio para mim, agora, tá. Conto já já, o porquê desta presunção.
Minha mãe tinha várias qualidades. Já contei algumas, neste espaço (e a que me vem assim, rapidola, só para relembrar, era a visão avançada das coisas. Uma virtude expressa numa das propagandas que ela mesma produzia e rodava na rádio cipó, para uma barraca de confecções que tínhamos na feira da Pedreira. Uma pérola que dizia assim: “Barraca Santa Luzia, confecções da mais fina estampa, elegância em fio de escócia, algodão, lycra. As novidades da moda feminina e artigos variados para o conforto das crianças e a boa pinta dos rapazes. Temos também, batonzinho da Avon, creme Shen e toda a linha de desodorantes da Cristhian Grey. Barraca Santa Luzia, em frente ao bazar Brasil”. Embora a gente alertasse que o reclame se excedia na divulgação dos produtos de multinacionais do cosmético e do afamado bazar Brasil, a mamãe nem ligava. “O negócio é a referência”, sustentava Luzia, altiva, enfática. Mais tarde, por causa da consagração de um comercial da empresa de aviação Cruzeiro do Sul, que ao final da propaganda colocava a musiquinha da concorrente (um tanran ran/ tanran ran/ tanran ran de poderosíssima pressão subliminar) deixando claro que o seu prédio ficava bem em frente ao escritório da ‘Varig Varig Varig’, é que fomos perceber que a mamãe estava coberta de razão.
Um outro traço marcante na mamãe era a perseverança, a busca incessante. Tenho vários exemplos. Posso citar um bem radical e ao mesmo tempo, espirituoso... Tínhamos também, o inevitável ‘crediário Santa Luzia’ e eu fazia as vezes de prestação. Vendia de porta em porta, ia pras cobranças e depois, tinha que me ver com a sabatina da mamãe:
- Sim, tu chegaste lá e aí...
- Eu disse: “a mamãe mandou dizer pro senhor mandar a encomenda dela”.
- E ele?
- Ele disse que não tinha naquela hora e que era pra eu passar pra semana.
- E tu?
- Eu falei: “a mamãe mandou dizer que é pro senhor fazer uma forcinha e pagar a prestação porque ela tá encalacrada”.
- E ele?
- Ele disse que não podia fazer nada e que não tava ajuntando dinheiro com gancho por aí, por isso eu tinha que ter paciência e voltar pra semana.
- E tu?
- Aí, eu disse pra ele que ia lá na Passagem do Arame, depois lá na Dr. Freitas. Voltava pela Marquês, depois ia ver o finzinho do jogo no campo do Asas e depois passava de novo pra ver se ele conseguia um ‘por conta’.
- E ele?
Bom, aí já viu, né. Se eu desse corda, o diálogo ‘e ele/e tu’, não acabava nunca. Eu até gostava. Segurava a conversa, porque exercitava a minha criatividade. O certo é que depois do segundo ‘e ele?’ eu ia inventando porque o pagamento já estava prometido pra semana mesmo, e não tinha jeito.
(Este é um mês terrível para mim. Perdi mamãe no dia seguinte ao meu aniversário, às vésperas do Dia das Mães, e logo depois de nos termos prometido amor eterno. Isso me dói. Me dói...Depois daquele tristíssimo 15 de maio de 1998, quando ia chegando o mês da mães, eu vinha ficando pra baixo, ensimesmado, escrevendo textos comovidos, doloridos. Mas hoje não. Hoje resolvi mostrar esta face extraordinariamente moderna, instigante, bem humorada de minha mãe. A melhor mãe do mundo por causa deste amor infindável -que nos prometemos- e que me sara e me cuida com ‘certeza e altivez’ e bom humor, como era o seu estilo. E isso, essa lembrança boa de minha mãe me conforta tanto que, olha só, dessa vez, nem chorei).

terça-feira, 4 de maio de 2010

Por falar em aniversário...

Dia 9 de maio também vai fazer 1 ano que surgiu na blogoesfera o Pirão de Feijão. Originalmente feito para fins nostálgicos, os quais foram atingidos, hoje ele está assim meio que apalpando novas idéias.
Mas daqui a pouco o Pirão se empina de novo e vai nos embuchar com bons momentos.

Parabéns pro Daniel

Hoje é dia dos parabéns do Daniel Dias, nosso caçulinha.
Muito juizo nessa cabeça rapaz.

(E não esquecendo, dia 9 é o da professora Fátima, 12 o meu e dia 15 o do professor Jorge [será que é todo mundo taurino?] ).

domingo, 2 de maio de 2010

BIA CONTANDO PIADAS PARA OS DINOSSAUROS




- Qual é o nome do dentista do dinossauro?


Tiranodente.


- Qual é o nome do Tiranossauro que pensa que é um cachorro?


Tiranossauro Rex.


- Qual é o dinossauro que consegue pular mais alto do uma casa?


Qualquer um; casa não pula.

Video feito em Pesaro,Italia

Clara, Lina, Raphael e Elisa

sábado, 1 de maio de 2010

A FORMIGA E A CIGARRA: TCHAM!!!


RÁ! RÁ! RÁ! ESSA GAROTINHA É DEMAIS ENGRAÇADA! VALEU!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Crônica Remix-Raimundo Sodré

É bom estar com vocês

Eu sempre fui um sujeito paciente. A minha relação com o tempo foi, constantemente, algo de obediente e respeitosa espera.
De uns anos pra cá, é que destrambelhei, adquiri uma cisma com o tempo. Inventei um tal estado de ‘cubo de gelo’.
O gelo, a gente sabe, não fica totalmente imerso na água (ou numa generosa dose de uísque como esta que está aqui na minha frente a me seduzir). Uma parte dele se sobressai e se expõe a brisa e a temperatura ambiente. A outra, a maior parte, mergulha para o silêncio líquido. Olhando ali para o copo de uísque, dá pra perceber que o gelo é mais substancialmente confinado, do que naturalmente livre. Ou seja, tá mais pra lá do que pra cá. Pois é, de uns tempos pra cá, me vi convencido da minha situação similar a do cubo de gelo. Depois dos quarenta, achei que tinha mais tempo para trás de mim, no passado (imerso nas líquidas lembranças) do que para frente. ‘Empinimei’ que não haveria mais a idéia do ‘longo prazo’. Admiti que o meu horizonte se encurtara e eu não podia esperar tanto, como antes. E a paciência, sem paciência nenhuma, foi fugindo de mim.
Aí, virei, mexi e pintei os canecos. Tudo numa pressa imponderável. Por essa época, fiz o vestibular para Geologia, comecei a estudar, fiz esforços sobre-humanos para ser um operário de verdade, e, numa direção radicalmente oposta ao chão da fábrica, comecei escrever a coluna Bom Dia, para O Liberal. As 24 horas do dia, então, é óbvio passaram a ser pouquinha coisa para mim. O tempo, o daqui pra frente, era para mim, uma coisa mínima, resfolegando, falindo. Precisando urgentemente ser reanimada. E nada mais sobre este tempo raquítico, falarei.
(Porque hoje, lendo sobre a história da Terra, me deparei com alguns toques que vararam o século 18 e me alertam sobre o caráter ilimitável do tempo. Sobre as propriedades inesgotáveis das eras, sobre a possibilidade física da eternidade).
Mas naquela época, havia a urgência, o perrique, o comichão e tanta pressa fez a minha intolerância bater de frente com uma muralha poderosa e destruidora. Me arrebentei todo. Parei de estudar, o trabalho não me foi mais possível, e a vida se perdeu na ‘sensaboria dos dias’.
A única coisa que me foi dada, o único prazer, a mim permitido, foi o ato de escrever. Continuei aqui na coluna, rompendo barreiras Reinterpretando o tempo.
(E que lenda bacana é essa que o historiador e jornalista holandês Hendrik Van Loon nos conta: “...Uma vez, a cada milênio, um passarinho vem a uma rocha para afiar seu bico. Quando a rocha tiver sido assim totalmente desgastada, então, um único dia da eternidade ter-se-á escoado”).
Hoje faz 3 anos* que escrevo aqui para a coluna Bom Dia. Desde março de 2006 estou aqui, rente-como-pão-quente, dividindo com os leitores as minhas dores, as minhas alegrias, as minhas ilusões e certezas (tudo temperado com uma pitadinha de mentira, né, porque o cronista, assim como o poeta, sabe-se, é um fingidor).
E escrevendo, vou exorcizando os meus diabinhos, vou reconstruindo conceitos sobre o gelo, sobre a rocha, sobre o passarinho...Vou me redimindo e, vez por outra, me sinto bem próximo, bem pertinho mesmo de aprender esta ou aquela lição (mas ainda tentando).
Eis então que dei uma desacelerada. Me inclino, agora, a entender que o tempo não geme nem convulsiona. O sol só vai se apagar daqui a uns 7 bilhões de anos e até lá, resistirão ainda rochas, passarinhos e euzinho aqui, rascunhando um futuro inesgotável (acho que quebrei o gelo e recuperei a minha paciência).
É bom estar com vocês aos sábados. E porque é bom, sei que temos tempo.

* a crônica é do ano passado

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ABRIL

Santo Sepulcro, abril insurreto

A noite, chama a voz apaixonada

Liberdade à tardinha...

Lavam os pés os condenados

Inconfidentes e conspirados

Inertes morrem no retábulo

E as incoerências e os ódios?

Drumond não responde, nem pergunta...

Abril vermelho, martírio

Sacrifício renovado na utopia

Comendo e bebendo o pão e o vinho

"Onde dentes eram tristes, outros solidão"

E incongruentes buscam a interseção

Alguém vai abir o sepulcro

E enterrar na terra em cinzas

A esperança que um dia saiu da caixa.



(Cássio de Andrade)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Crônica remix-Raimundo Sodré

Borboleta, Lirismo e o UFPA-Pedreira

De 2004 pra cá, dei de estudar. Depois de 22 anos longe da escola (terminei o curso de Mineração na gloriosa Escola Técnica, em 1982), passei para Geologia, na Federal.
Uma nova situação, uma pegada que há muito eu não encarava: acordar cedo, dormir tarde, encarar os chiliquitos dos professores, partilhar inquietações com os meus jovens colegas, ter com a pesquisa, com o dever de casa...Ai, meu Deus, a prova na próxima semana! Com o trocadinho para o lanche no Ver-o-Pes’inho.
Soma-se agora, à minha lida diária, zelar para ser, daqui a alguns anos, um profissional que vai ‘cuidar das feridas da Terra’.
Uma batidinha rotineira que me revela a dor e a delícia de ser estudante. Principalmente a dor, quando tenho que andar de ônibus: é comum eu ser esculhambado por causa da meia-passagem. Acho que por causa de uns poucos, raríssimos cabelos brancos salteados entre o cabelo e a barba.
(E eu nem vou perder tempo dissertando sobre o direito que tenho sobre este benefício ou ratificando este direito com a minha participação nos movimentos pela conquista da meia-passagem na década de 1980 – eu estava lá na frente da casa do governador me batendo com a tropa de choque da PM naquela noite de outubro), somente para atenuar o drama, porque o certo, é o mau humor do cobrador quando apresento a minha careta na carteirinha da CTBEL.
Vou considerar, então, que a marcação não é só comigo. Uns quantos estudantes passam aperreios nas mãos dos cobradores, todo santo dia.
Mas taí, dia desses, deparei com as delícias. Acostumado com uns balbucios enfezados que imagino (não procuro discerni-los) do tipo “Pô, tamanho um velho e pagando meia!” ou “vai te aquietar, velho, vai tirar a gratuidade!”, dia desses, tive uma surpresa, no UFPA-Pedreira. Ao mostrar a minha carteirinha, fui recepcionado com o grunhido de sempre. E como sempre, pequei as moedinhas do troco e passei com mais de mil pela roleta sem dar trela pr’aquele ciscado. Eis, então, que, sentado ali, ao pegado da cadeira do cobrador, fui pouco a pouco, decifrando aquele zunido.
Ele dizia “bom dia, bom dia”. A cada um que, como eu, passava apressado pela borboleta. “Bom dia”. Sem discriminar ninguém. “Bom dia”. Todos eram afagados com o cumprimento matinal do cobrador. “Bom dia”. Só que ninguém percebia isso. Diluíam-se todos no interior do ônibus com a falsa lembrança do costumeiro esculacho. Mas ele, insistente (e acho até que consciente de sua inverossimilhança) “Bom dia!” ao trabalhador, a dona de casa, ao estudante...Legal, né?
Mas a verdade é que senti, no cobrador, um certo constrangimento (expresso no estribilho reprimido) como se estivesse subvertendo uma severa ordem. Enquanto que dos passageiros, me chegava o ar de pesada submissão: cicatrizes incuráveis de nossos dias. Pobres de nós tão familiarizados com a barbárie urbana, olha lá, quando de uma horinha abençoada como essa, passamos batido.
E lembrei de uma outra subversão de há alguns anos, no Pedreira-Nazaré. Havia por lá, um cobrador dado à poesia. Fazia as trovas e as espalhava pelos quatro cantos. Quando a gente entrava no ônibus e dava com os versos, o clima já ganhava uma leveza, uma paz. A cena apelava para a reverência quando ao final de cada quadrinha, a gente chegava ao subscrito “assinado, o cobrador”. E de pronto, a gente ligava o autor a obra. Ele, exibindo sempre um sorriso livre, sem culpas.
Esse, não durou muito. Depois de um tempo, sumiu das linhas de ônibus de Belém. Perturbou a ordem com seu lirismo. Uma pena, uma pena!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aniversário da Dilma

A nossa caçula está no berço: 2010 - 1973 = 37 anos. A turma lá de casa e eu desejamos todas as felicidades prá Dilma, que só nos sabemos como ela merece. E se precisar de força pra correr atrás, estamos aí, viu?

Um beijão.

terça-feira, 6 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Seu Zé Dias

Parabéns para todos nós que somos a continuação do seu Zé Dias, que, se estivesse entre nós faria aniversário hoje. Digo parabéns prá nós por que somos os herdeiros de todas as coisas boas do seu Tele-Dias.

Onde estiver, pai,um grande abraço filial de todos os 12 moleques!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

D.Bibi

Por Cássio Andrade

Belém, Passagem Santo Antônio, São Brás em fronteira com Canudos (ressalte-se que a passagem era e é em forma de “T”, ficando a residência de minha família na parte de São Brás), todos os dias, entre 4 e 5 da tarde, sempre antes do “Sítio do Picapau Amarelo” e do “Clube do Míquei”, e quase sempre na hora da chuva, vários “times de dois” disputavam cada centímetro de espaço em nosso gramado improvisado: uma nesga de terra molhada, entre a vala e as batentes das casas. Vários, pelo fato de disputarmos os gols nas travinhas cujas balizas poderiam ser de latas, pedras e no limite sandálias cariri e tamancos. Usávamos naquela época o conceito moderno de reciclagem do lixo e material orgânico. Cada equipe formada por dois jogadores pelos parcos limites do campo onde a calçada era usada para dar o chagão no adversário ou tabela – só não podíamos usá-las para o gol direto (afinal, tínhamos nossos códigos éticos). Outras regras também despontavam nos consensos e conflitos mediados entre socos e pontapés, arbitrados pelo mais forte da turma: não podia marcar a trave, não podia fazer gol de uma trave a outra e era proibido escanteio. Faltas, só as que tirassem cascões das perebas oriundas das picadas de carapanãs, quase sempre acompanhadas de sangue e pus. As interrupções eram constantes para dar passagem aos mais velhos, às grávidas, às gostosas, às mães e país (se fossem nossos). O resto, não se parava nunca. à exceção, era o “fura-dedo” (não sobrava um em campo). O nosso medo maior: D. Bibi. Moradora de uma das casas, já na fronteira com a vala, adorava cortar ao meio nossas bolas. Era um verdadeiro sacrifício de nossas “dentes de leite”, “Cariri”, “Droganossa e Beirão” (rede de farmácia do J. Rossy que entregava bolas de brindes a seus clientes), “pênaltys” (na primeira caída de vala, sobravam somente as primeiras letras) e outras marcas menos conhecidas. Não escapavam nem as bolas de plásticos coloridas do “Alecrim da Beira D’Água”. Ah, D. Bibi! Fantasma não exorcizado de nossos medos… Que sanha irracional a tão malfadado costume? Assistíamos incontinenti o sacrifício cruel de nossas parceiras, solidários a sua dor, como as virgens sacrificadas dos astecas. D. Bibi não perdoava. Mármore frio, sempre à espreita com sua faca comprada especialmente para esse fim. Sim, pois não conhecia igual na redondeza. Brilhava em meio à quase escuridão do lusco-fusco, potentosa e com seu cabo marrom, como a cabeça de um falcão sanguinário. Soube que recentemente, faleceu D. Bibi. Perdoem-me seus filhos e netos – muitos amigos de minha família – mas, tenho certeza que o sangue das inocentes esquartejadas, há de ser vingado. Se não foi nesse, mas do outro lado, com certeza… E chegará o dia em que o Arquiteto do Universo com a bola do mundo nas mãos proferirá a sentença eterna. Ah se vai!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Disney: Crise de criatividade.

quarta-feira, 31 de março de 2010

domingo, 28 de março de 2010

Vocês reconhecem esses personagens

Cliquem aqui e confiram personagens odiosos encontrados nos coletivos do Brasil.

sábado, 27 de março de 2010

Crônica da semana-Raimundo Sodré

A hora do planeta


Uma campanha organizada pela WWF Brasil nos convida para, logo mais, às 8 e meia da noite, apagarmos as luzes da casa. O movimento propõe, ainda, que a gente fique, assim, no escuro, por uma hora. Esta manifestação faz parte do calendário anual de ações preservacionistas globais e procura chamar a atenção para o, cada vez mais verdadeiro (e assombroso), aquecimento do planeta. Mas olha! Este blecaute sugerido me caiu bem no dia em que comemoro 4 anos assinando a coluna Bom Dia de O Liberal. (E eu todo etiquetado para uma comemoraçãozinha mais tarde: uns amigos próximos, fãs fidelíssimos, declamação de poesias...leitura das minhas ‘dez mais’ publicadas aqui no Magazine, desde aquele eminente 27 de março de 2006; um destilado and rock pra ajudar na inspiração, um vinil chiando baixinho, ao fundo).
Tem nada não, vou dar um tempo no comprometimento etílico-literário, vou prolongar a nossa reuniãozinha e reinventar a prosa, nesta horinha de breu (puro escuro mesmo, já que nem vela vou acender). Vamos ficar ao tempo e às sutilezas, procurando ouvir a voz do coração, algum recado das estrelas...
Taí, será um bom momento para refletir sobre as discussões atuais que vingam aqui no Pará, e que envolvem a crença absoluta na utilização dos recursos hídricos como a principal fonte geradora de energia elétrica.
Belo Monte está na ordem do dia. Foi-não-foi, a gente vê uma manifestação contra. Daqui, pra’li, uma a favor. O debate está acalorado (olha o aquecimento aí), está nas esquinas, nas escolas. Alguém tem sempre uma opinião sobre o tema. A construção de uma hidrelétrica no Xingu, se não fizer todas as diferenças no desenvolvimento do Pará, por agora, ao menos já produz uma crescente noção de comprometimento e cidadania entre nós, os habitantes da floresta.
Parece não ter nenhuma relação a usina do Xingu, o blecaute logo mais, com os meus 4 anos na coluna. Mas tem sim. Eu trabalhava em Altamira, nas pesquisas pioneiras para a barragem quando escrevi a minha primeira crônica. Por aqueles tempos, gostava mesmo era de poesia. Séria, romântica, social. Tinha conseguido umas premiações modestas, era letrista do grupo Hera da Terra, transitei até por algumas construções concretas. Mas aí, numa carta para o meu irmão Edir Gaya, que estava aqui em Belém, experimentei um texto que chamei de “uma crônica psico-burguesa”, que trazia um certo despojamento na escrita, inspirado na turma do cartun paulistano (o Angeli havia utilizado a expressão ‘psico-burguês’ para definir um personagem dele). Agradou-me o resultado, e daí...
O interessante, é que esta crônica, desde aqueles tempos, não ganhou nenhuma publicação. Sobrevive ali, no original, manuscrita em garranchos ilegíveis. Teima em manter-se na escuridão (olha o blecaute aí). E eu, só olhando pra ela, admirando, refletindo e querendo entender como a fiz nascer. Não publiquei, não porque ela é fraca ou anacrônica. Ela até que é bacaninha. Não publiquei, por que, não sei.
(Sei apenas que Altamira, mesmo sem barragem, me mostrou a luz da minha primeira crônica e me mostrou também a energia que brotava do fundo dos olhos da minha querida Cléo.
Cleonice Farias apareceu pra mim, na hora em que eu regava o jardim da casa em que eu morava em Altamira. E virou flor. Entrou na minha vida para nunca mais sair. Doce e dedicada, foi a mão a me guiar pelas margens do Xingu. Foi a minha família, a minha segurança. Meu amparo e minha lucidez. Fui adotado por ela como irmão, lá em Altamira. Depois, nos encontramos em Belém. Enfrentamos momentos difíceis. Chegamos a dividir um ovo frito no jantar. Mas de jeito e maneira, fomos infelizes por causa dos apertos).
À noite, vou apagar as luzes de casa por uma hora e vou pensar na importância de uma amizade como a da Cléo, na essência de uma crônica não publicada, na necessidade da luz elétrica, nas intenções da WWF.
E, sobretudo, vou pensar na relevância de todas as coisas que não sei.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Idade do "ESSE"?

Cássio, o que é idade do "esse"?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Lúcio Flávio Pinto

Vale a pena ler o que nos diz nesse texto.

quarta-feira, 24 de março de 2010

ARTUR NO BERÇO

Hoje é aniversário do Artur. Parabéns para ele, não é galera?
Quantos anos ele faz? Sei lá! Perdi as contas faz tempo.... AH! AH! AH!

sábado, 20 de março de 2010

MAIS UM CARRO


terça-feira, 16 de março de 2010

ASSISTAM O VÍDEO ABAIXO!

Dêm uma olhadinha nesse vídeo que fizemos (eu e o Fê). Estamos concorrendo a um netbook.

Acessem bastante!!


http://www.youtube.com/user/Letssingcultura#p/a/u/2/iZwZcTXOkOA

segunda-feira, 15 de março de 2010

GERALDÃO!

Os traços que influenciaram nossa geração.

TREINO NA MESA


Estou preparando algumas ilustrações na mesa digitalizadora. Minha mão já dá lentos sinais de recuperação do período desenhando com o mouse mas terei que devolvê-la para seu dono original, mas enquanto isso, vai aí um desenho que fiz não sei se com aquarela ou grafite, ou spray, ou pastel...

Crônica da semana-Raimundo Sodr[e


Xis tudo de queijo

Poucas situações me deixam tão categoricamente desconcertado quanto comer um sanduíche em público. Para mim, é sempre um desafio, uma superação. Ainda mais estes de agora, grandões que não tem nem como a gente abarcar. Fazer um lanche, zelando pelos conceitos mínimos de educação é comprovadamente impossível, mas a garotada dá o maior valor num sanduichão e a gente que é pai, ó, embarca...
Tudo começa na hora do pedido. Aviso logo aos meninos, para nos determos nos despretensiosos. Nada de espécimes no superlativo. Se os simplesinhos já dão um trabalho no manuseio, que dirá os gigantões. Sugiro uns exemplares da família do ‘Xis’ (que, segundo a minha filha, quer dizer queijo em inglês, e não é xis, pai, é cheese). Ah, tá.
Então, mãos à obra. O arranjo, fumegante, me chega abrigado numa cestinha e vestido em um plastiquinho todo molenga. Examino, movimento o sanduíche entre as mãos buscando um lugarzinho menos quente para aprumar o tato e um espaço mais ou menos organizado, limitado pelas duas fatias de pão em que eu possa, com confiança, dar a primeira mordida. Dimensiono a amplitude da mordedura (nessa hora, lembro aos meninos a reportagem da TV que mostrava aquele bichinho da Tasmânia e contava que ele tem, proporcionalmente, a maior abertura de boca entre os mamíferos. Com os incisivos a postos, deduzo que esse povo da TV não, ainda não mediu um sapiens devorando um fast-food muito dos seus porrudo), inclino o xistanic uns 30 graus, assim, para bombordo, miro num vértice ornado por uma folhinha de alface e preenchido por um riozinho de maionese e ketchup, fecho os olhos e ataco.
O resultado desta primeira investida foi uma casquinha amarelinha de milho escorregando pela bochecha e se acomodando soberana, na parte mediana do meu queixo; uma pinta ridícula de molho rosé na ponta do nariz; um patético desenho de especiarias nas reentrâncias do bigode; e a boca cheia, tentando articular um pedido para que alguém, pelo amor de Deus me socorresse com um ‘lenfinho’ de papel.
Os meninos, nem aí.
Percebi que vigora um acordo tácito neste ritual bizarro de atacar um sanduíche. Os comensais, parece que reconhecendo a indelicadeza da coisa, fecham-se em si. Impõem-se o fim único de destruir aquele conjunto calórico. E, alheios aos anteparos sociais, retornam alguns milhares de anos na história e deixam-se dominar pelo instinto. Sucumbem aos tiques primitivos, aos lambuzeios neandertalenses. A palavra, falada, é claro, dá lugar somente a alguns grunhidos e todos, objetivando única e exclusivamente, mais um chumaço de ‘lenfinhos’. Eu, besta que não sou, segui o bonde. Baixei a cabeça e esqueci do mundo. O intervalo permitido nesta batalha é destinado somente a um gole de refri, para dar aquela força na ingestão. E depois, é vapt, vapt, vapt...
Uma reflexão, milagrosamente, de vez em vez, interrompe este sistema caótico e desperta a mente para um detalhe extraordinariamente lógico: há uma indicação nítida de que tem pouco pão, para muito recheio. E esta observação vai se avolumando quentinha, bem naquela quinazinha da embalagem plástica.
Ao final da aventura, não tive coragem, como fizeram os meninos e todos os outros que estavam na lanchonete, de virar o plastiquinho do avesso e, sem remorsos, comer aquele cuizinho acumulado na dobra (eu, hein! Sou um cara de responsa, mas que deu vontade de levar aquela sobrazinha pra casa e comer com farinha, ah, isso deu). Mas como os outros, estava todo breado, reivindicando uma redentora sensação de adstringência nas mãos. A fila do lavatório, por sua vez, estava um horror, e tive que me contentar com mais uns ‘lenfinhos’. Aliás, segundo uma pesquisa da Universidade de Harvard, comer sanduíche na rua é a atividade humana que mais consome lencinho de papel.
Não duvido, não. A cestinha ficou por acolá mesmo.

sábado, 13 de março de 2010

Recauchutagem de havaianas

Rapá, agorinha fui enfiar o pé na minha havainas e não é que a bicha arrebentou lá naquele garguelo onde se acomodam o dedão e o dedo médio? Saiu aquele disco de borracha que segura a tira por debaixo da sola. Fiquei olhando prá aquilo...ai me lembrei que quando moleques, lá dr. Moraes, não sei se era o papai ou a mamãe que dava um jeito de prolongar a utilização do calçado mais popular daquela época.
Era só unir um botão (desses de camisa) com agulha e linha ao toco de borracha que sobrara e pronto, lá se ia de novo mais alguns passos de bônus pro velho chinelo, que o Chico Anisio propagandeava.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Uma morte sentida

Hoje, logo cedo, recebi o impacto da morte do grande Glauco Vilas Boas, e de seu filho, Raoni. Os dois tiveram a casa invadida por ladrões, em Osasco, São Paulo, esta madrugada.

Em nossa adolescência, a revisa "Chiclete com Banana", que Glauco fazia junto com o Angeli e o Laerte, foi uma referência em termos de humor inteligente. Ele escrachava com o homem urbano, principalmente o de classe média, mostrando suas paranóias, seus preconceitos, sua pequenez. Inspirado na teoria freudiana do Complexo de Édipo, criou o Geraldão, o onanista compulsivo que queria traçar a mãe de qualquer maneira. Tinha o Vicente Tarente que, apesar de ter rendido menos tiras que outros personagens, me divertia bastante, por ser a descrição exata de meia dúzia de figuras que eu conhecia. Tinha a dona Marta, paulistana balzaquiana, sempre tentando consumar sua ninfomania, mesmo que para isso precisasse usar golpes baixos, tipo, encomendar uma pizza e atacar o entregador. Tinha o casal Neuras, bem anos 80, com seus cortes de cabelo estilosos e a briga pelas coisas mais insignificantes possíveis. Ridicularizando essas categorias, Glauco e sua turma ofereceram a seus leitores outras visões de mundo. Mesmo que a intenção não fosse de politizar, havia um discurso crítico, que se acentuou no Angeli, nos anos seguintes, por exemplo.

Ao mostrar as baixezas do Ser Humano, Glauco nos colocava diante do espelho (desculpem o clichê) para nos revelar a nós mesmos em toda a nossa fragilidade. Porque rir das tiras do Glauco era um sinal dessa consciência.

Uma mente criativa, silenciada pela estupidez de assassinos ignorantes do valor de sua vítima: até onde esse abismo que cria pessoas destituídas de compaixão vai se abrir?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Cirque du Soleil

Vejam até o final. É um dos momentos do Show Varekai que eu mais gosto.

domingo, 7 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Advogado dramático.

Olhem as fotos da "masmorra" que o advogado do Arruda se referiu: Vejam aqui.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Aniversário do Flávio

Bora bater palmas para ele? Hoje é o aniversário dele!

terça-feira, 2 de março de 2010

Saulo Caraveo no "Timbres"

O  Saulo (meu professor de guitarra) vai se apresentar no programa da Tv Cultura.
Vale a pena ir lá no São José.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Terror no parque de diversões

Esse brinquedo devia ser proibido!!!

Mini-Heróis

Pensam que prá ser herói tem que ser marmanjo marombado? Negativo. Cliquem aqui e vejam crianças muito corajosas.

Crônica da semana-Raimundo Sodré

E põe magia nisso

Não foi à toa que a Unidos da Tijuca foi campeã do carnaval. A Escola arrasou demonstrando que a mulher é capaz de executar a proeza de mudar de roupa em uns poucos segundos.
Animava-se em mim, um fio de esperança quando, a um piscar de olhos, as bailarinas trocavam os modelitos à frente da Escola e despontavam para o mundo, imediatas e gentis.
Só na cabeça do Paulo Barros e nas raias insondáveis da fantasia foi possível tal bênção. Só mesmo protegida pelos argumentos da magia é que se pôde sugerir tamanha graça se consumar. Porque aqui em casa...
No domingão, é um pé pra acontecer d’eu ficar tiririca com ‘las linãs’ da minha vida. Mesmo que a gente combine tudinho, sempre emperra.
Destaco o domingo, porque é um dia relaxado, dia de ‘no stress’. Tem a praça da República, a feirinha de artesanato, um show no anfiteatro, água de coco, Bar do Parque, almoço diferente...
A gente até que se avia logo, eu e o menino. Coloco a minha farda de domingo (uma camisa, uma bermuda e uma ‘percata’, conjuntinho renovável impreterivelmente a cada liquidação de janeiro). Passo rapidola o pente no cocuruto (sabe, vejo que sou um dos poucos a dar ibope àquele pente vendido ali na beirada do Ver-O-Peso, de plástico azul-bem-clarinho-que-dobra-chega-faz-curva- quando-arrastado- sobre- o- cabelo e que nem Flamengo é) e já tô pronto. O filho, nem pente usa, é da turma dos desgrenhados. Dispensamos o café e aguardamos lá na frente, num pé e noutro.
Mas as duas...
A mulher, pisa, pisa, abre gaveta, fecha gaveta, sobe, desce, sai pra fora, entra pra dentro e não tá nem aí para os vícios da linguagem ou do adorável gênero. Reclama com a menina, diz ‘já vou’, quando grito ‘umbora que já vai dar dez horas’, lá da frente. Procura o maldito par daquela sandalinha rosa, constrói estilo, pinta uma idéia, desfaz tudo ‘que estava até bonito’ segundo a minha opinião lá de longe; resmunga alguma coisa e afirma taxativa, que não entendo nada. Nessa hora faço uma incursão ao front para ver como estão as coisas. E fico passado.
A filha pega uma escova e fica, fica, dizque penteando o cabelo (sempre acho que o que ela faz é continuar um soninho deselegantemente interrompido), quando torna, abre gaveta, fecha...diverge da a mãe e me desmonta com um olhar ameaçador. Vou-me embora de novo lembrando que ‘se tiver rolando algum show lá na praça, a essa hora, já está no finzinho’.
Passo na cozinha e pego um bico de pão com café, porque ninguém é de ferro e procuro termo.
Quando enfim, está todo mundo etiquetado, e já no rumo da diversão, volta tudo. Cadê as carteirinhas da meia-passagem. Ninguém sabe aonde deixou e a casa é posta abaixo. No vácuo, a menina encasqueta com aquele shortinho bacaninha e opta por uma saia balonê (que eu, na minha ignorância, acho cafonérrima), mas segundo a mãe, ‘deixa, deixa, é coisa da idade’. Estranho, as duas usam um batom acetinado, sem cor.
Saímos na batida da campa. Da minha programação só acho possível o Bar do Parque e um almoço logo na sequência (porque os filhos na largada anunciam que estão com fome. Dou uma bronca dizendo que a culpa é deles, porque eu já estava pronto desde que tempo e a gente poderia ter aproveitado que acordamos nove horas da madrugada, para tomar um café reforçado lá na feira da Pedreira, mas agora não dá mais, e pôxa, o domingo já está indo). Dali até á praça, como houvéssemos comido abiu, ninguém fala mais nada. No stressssss.
Animava-se em mim, um fio de esperança quando, a um piscar de olhos, as bailarinas trocavam os modelitos e despontavam imediatas. Mas quite, pura magia. E põe magia nisso.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ENGORDANDO BICHINHOS


Depois de engordar 01 jabuti, 01 jabota e 01 jabotizinho, agora a moda é engordar outro tipo de bicho no quintal da D. Maria. Só que desta vez não se trata de um de verdade, mas de uma criação espetacular do Daniel que merece ser publicada aqui.