quarta-feira, 30 de setembro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Manhãs de setembro - Crônica da semana-Raimundo Sodré




Setembro é um mês ‘simpatiquerérrimo’. Pra começar, sucede o misterioso, quente e esfumaçado agosto; e antecede o abençoado e confiante outubro da Virgem Mãe Amorosa. É o mês que marca o início da Primavera que, penso eu, antes de ser um evento astronômico longínquo e silencioso, é um sentimento (peraí...vou dar uma olhadinha na minha roseira pra ver se ela me mostra algum florão risonho e límpido brotando). É um período meio convulsivo, reconheço (porque desencadeia chiliquitos naturais que, para nós, se mostram como as temidas chuvas de verão, trovões, relampejos e plúmbeos fins de tarde), mas de um destempero passageiro. No geral, as manhãs de setembro são coloridas como se houvessem juncadas de flores.
Essa atmosfera inspira alguns sentimentos nobres. A urbanidade ganha espaço.
Enquanto escrevo esta crônica, nesta terça, a Primavera prepara sua reestréia (acontece logo mais às 21:18h) e o mundo comemora a “Dia Mundial Sem Carro”.
O dia 22 de setembro marca o encerramento de uma campanha liderada pelo Geenpeace que prega uma ‘Semana de Mobilização Pelo Clima’.
A campanha se desenvolve com temáticas diversas: “Vacas nas ruas” (que lança mão de ativistas fantasiados de vaquinhas), trata da questão da produção pecuária e das suas implicações (a dita flatulência do gado, também) para o clima;”; “Limpeza de praia”, que para os amantes de Algodoal, como a artista plástica Cristal Tobias e o engenheiro Luiz Borella, é uma luta diária; “Ativista solar”, uma proposta para o uso da energia do sol; “Dia mundial sem carro”, titânica missão de tirar uma pá de motores das ruas e “Faça barulho pelo clima”, uma explosão midiática em favor do planeta.
A amiga Ghislayne Cunha me mandou uma mensagem, na semana passada, informando sobre a programação e os temas da campanha. Às intenções, me integrei imediatamente. Abracei todas as causas: nada de carro (só ando de bike, e quando não, experimento o calor humano às 6 e meia da matina no UFPA-Pedreira). Agora, em pleno meio-dia, aproveito o máximo do sol equinocial e sem nenhuma lâmpada da casa acesa, cato milhos só com a claridade que fulgura das frestas da veneziana que se abrem ao pegado do meu computador. E de tardinha, armado com minha sacola ecológica, vou até o Caripi, catar a bagulhada que me for possível (que por certo está largada à margem do rio Pará).
Confesso que para a questão dos rebanhos bovinos, não me animei muito. Creio que por uma aversão natural aos gases das reses do Brasil, e também, porque sou urbano, me faltam subsídios, vivência campesina e, sei lá, não fico muito bem fantasiado de vaquinha. Também me esquivei do barulho pelo clima. Sabe, não gostei da ‘imagem’ do barulho. Não acho que um protesto com fins ecológicos, tenha que vir subsidiado pela desordem sonora, que, por si já representa um dos mais nocivos tipos de poluição (e quem viveu uma quinta-feira como eu vivi a passada, com a afogueada águia eletrônica estremecendo as paredes da minha casa com o seu irritante tecnosom baiano, sabe bem o que quer dizer agressão ao sono, aos ouvidos, ao meio-ambiente, à lucidez, à cidadania e à paciência...). Aliás, dia desses, me meti numa passeata ecológica, num domingo, pela Presidente Vargas, cedo, ali pelas nove e poucas da madrugada, que contava com um DJ pra lá de espevitado que, aos berros, tentava convencer o pessoal das redondezas a participar da caminhada. Imagino o humor da galera, acordando com aquela estimulante exortação.
Apesar das contradições, não há motivos para desanimar. Vamos tentar curtir as manhãs do ‘simpatiquerérrimo’ setembro até o finzinho.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tele-Dias


Medalhinha

Essa medalha de Nossa Senhora, já me foi quase impingida em mais de uma ocasião, em diferentes lugares e não pela velhinha, mas por uma mulher muito esquisita, cara de machona. Aí ela vinha com aquela expressão meio fanática, olhos fixos, respiração alterada, pregando a medalha sem mais nem menos. Ateu militante, eu até tentava ser delicado:
- Não, obrigado!
- Mas é a medalha de Nossa Senhora, abençoada pelo Papa!!
- Obrigado, não quero!
- Você não é católico?
- Era, não sou mais! E a Constituição me garante esse direito.
- Vocês vão tudo pro inferno!!
Depois dessa, eu já comecei a boçalizar. Que coisa, essa onda dos católicos de adotarem essas práticas fundamentalistas para vender o peixe deles!

Fuçando o blog alheio

 Dia 18.09.09, olhando os blogs de Belém, dei com uma declaração desaforada da "Perereca da vizinha"(http://pererecadavizinha.blogspot.com/), Blog da Jornalista Ana Célia Pinheiro. Ela desembuchou em cima do Vic Pires. Hoje, quase chorando,já queria beijá-lo.HausHausHausHaus!!!

domingo, 27 de setembro de 2009

Ainda tenho as revistas do Calvin e Haroldo

SHOW DE BOLA

Vós sois o lirio mimoso...


Lá vem o mês de outubro com cheiro de maniçoba, sons de fogos  e imagens coloridas dos brinquedinhos de miriti. Tempo de dar uma passadinha no arraial. Época de pegar ônibus (ali pela Gentil, Mundurucus e Nazaré) e topar com os molequinhos entrando no coletivo agarrados com aquelas bolas enormes e coloridas , além de virem mordendo as açucaradas e melequentas maçãs do amor que encostam na roupa dos outros.
Ei, Jorge, não esquece de ir cumprir tua promessa e ir acompanhar o Círio !

NOSSA SENHORA!

RÁ!RÁ!RÁ!RÁ! Teve uma situação vivida por mim muito semelhante.... Um dia eu ia passando pela frente da igreja de Nazaré. Daí que uma velhinha dessas aí veio com as mãos erguidas na minha direção e com os dedos ágeis diretos na minha camisa (elas são bem rápidas para pregar o alfinete no peito da gente). Com o susto tomado em decorrência daquelas mãos ameaçadoras, eu me desvencilhei com um golpe de karatê que fez a senhora estancar na hora! Como eu não visse o que ela tinha em mãos ( a medalhinha estava escondida por baixo dos dedos dela), eu me desviei da velhota olhando pra trás enquanto ouvia ela dizer que era alguma coisa de Nossa Senhora. Fui-me embora meio indignado e meio atordoado pelo método exagerado de venda daquela senhora.... Não sem antes rir por dentro pelo susto recíproco! RÁ!RÁ!RÁ!RÁ! FOI MUITO ENGRAÇADO!!!

sábado, 26 de setembro de 2009

Ave Maria!


Revirando uns bagulhos aqui na minha mesa, achei uma medalinha de Na.Sra., dourada, com uma fitinha amarela e um alfinete. Já tinha me esquecido dela.
Aconteceu de outro dia,  de eu vir atravessando aquela rua da Igreja da Trindade, que eu me esqueço o nome, e, justamente quando consegui pisar a calçada da Igreja, uma velhinha com a cara da vovó do PiuPiu, veio rindo na minha direção a estender a mão com uma medalhinha. E ato contínuo foi logo me condecorando com a dita medalha. Como eu estava meio apressado, sorri e agradeci ao mesmo tempo que dava umas passadas bem largas. A velinha se rebarbou. E colocando a mãozinha engelhada em concha foi logo dizendo:-É dois reais moço, dois reais! Surprêso e decepcionado, por ter imaginado que aquilo era um mimo prá mim, catei umas moedas no bolso e achei lá uns R$1,30 , os quais entreguei à bondosa anciã. Ai, ela veio e retirou a medalha, que era de 2 reais e me deu uma menorzinha( que é essa aqui que eu achei agora), dizendo que aquela sim, é que era a de 1 real.
Sai andando, meio tonto pela agilidade daquela senhora. Mas não sem, de vez em quando, olhar prá tráz e vê-la de novo a abordar outros passantes distraídos, pegos de surpresa pela cândida devota.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quem nunca pegou um papelzinho encardido...

...lá na Pres. Vargas, da Mãe Delamare, distribuido por uns mal encarados?
Tinha neguinho que ficava com medo de não pegar e levar uma praga braba da vidente. Uuêêra!!!!

Do que a terra, margarida-Crônica da semana-Raimundo Sodré

Ainda rola na internet a performance da Vanusa, interpretando o hino nacional. De vez em quando, dou uma passada no vídeo, tentando encontrar uma razão para aquela descortesia cívica (na verdade, a gravação é de março, mas bombou mesmo agora, nas manhãs de setembro, na esteira das comemorações pela Independência). Difícil, uma explicação para aquele deslize, né. Mas a Vanusa até já apareceu na mídia, tentando ponderar, jogando a culpa nuns remedinhos aí. O que é certo, mesmo, é que ela grafou na sua biografia um mico deste tamanho. Uma pena!
A trajetória musical de Vanusa data da Jovem Guarda. Começou a cantar em meados da década de 1960. Com seus cabelos loiros jogados sobre os olhos (o que, segundo a minha mãe, provocava uma irreversível constipação na vias respiratórias, e isso era o que explicava aquele timbre anasalado na voz da cantora), conquistou fãs e apaixonados no mundo do iê-iê-iê. Mas não só neste mundo. A voz educada e de animada sensualidade permitiram-lhe outros ritmos além das modas e ela se consagrou como umas das grandes cantoras do Brasil. Subvertendo conceitos, foi finalista do Festival da MPB de 1969 com a ousadíssima “Comunicação”, de Edson Alencar e Hélio Gonçalves Mateus e cunhou sua marca em canções eternas como “Paralelas” do (este também, recentemente, exibidíssimo nos vídeos da internet) Belchior. E foi além: consolidou a carreira com sucessos autorais como “Manhãs de setembro”, em parceria com Mário Campana.
Uma vencedora (e por causa da influência da cantora, quantas jovens senhoras temos hoje pelas ruas do país respondendo pelo nome de Vanusa). Uma cantora de reconhecidos méritos. É certo que foi interceptada (mas não totalmente vencida) pela modernidade e por uma profusão de mediocridades, assombros e arremedos sonoros que dominam o país.
Pelo agradável e afinado legado, a cantora tem muito crédito comigo (e porque também me apaixonei por ela). Por isso, vou relevar e esquecer a história do hino. E, sabe, quem nunca errou um isso ou um aquilo do hino? Aquela parte da margarida, então: “do que a terra, ‘margarida’...” é um pecado que muitos de nós carregamos. Olha lá...E aquele silenciosinho depois do estribilho, quando ninguém sabe se o verso seguinte é “Deitado eternamente...” ou “Brasil, de amor eterno...”. Olha lá a sinceridade na autocrítica!
Por essas e outras, é que perdoo a Vanusa, e aceito que a culpa dos transtornos, dos lapsos e das releituras poéticas, foi dos remedinhos, mesmo.
Os ritmos e as manhãs de setembro nos trazem, porém, muito além do que as (risonhas e límpidas) pixotadas impatrióticas da Vanusa.
A manhã do dia 11 de setembro nos alertou para a intrigante chegada, pelas mãos criadoras de Guimarães Rosa, de Diadorim: “Da matriz de Itacambira, onde tem tantos mortos enterrados. Lá ela foi levada à pia. Lá registrada, assim. Em um 11 de setembro da éra de 1800 e tantos... O senhor lê. De Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins – que nasceu para o dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor...”.
E o “sol da liberdade em raios fúlgidos” brilhará na próxima terça-feira, dia 22, exatamente sobre a linha do Equador marcando o Equinócio e trazendo a Primavera (e os pampeiros de verão) para a porção meridional do planeta. A estação das flores, tão incompreendida entre nós, mas que se anuncia recarregando de límpidas folhas, a samaumeira da Bernardo Sayão; desprendendo as primeiras mangas dos galhos carregados e desenhando um inspirado cenário como este descrito pelos versos de Tatiana Veríssimo: “O jambeiro/tece na frente da minha casa/um tapete cor-de-rosa...”.

A caixinha de globs-globs, a história maldita.

Alguém ai sabe o que é essa tal caixinha de globs globs?
Foi o amigo nosso , o famoso Augusto que me contou essa historinha mais quando ele ia me dizer o final , começou a tossir  e se engasgar misteriosamente e foi parar no hospital, no porão da santa casa de onde ninguém mais o viu.
Acho que o legal mesmo é a gente não saber o que é a tal caixinha, senão perde a graça.
Dizem que ele, o Augusto, vagava de noite por trás do cemitério da Soledade(claro, ele era guarda noturno!).Uma coruja gigante era sua companheira sombria...

sábado, 19 de setembro de 2009

CASA VÓ ISAURA


Me lembro da casa da "Vó Isaura"....minhas vagas lembranças me dizem que era mais ou menos assim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Velha Estrada Nova

Andei, hoje, lá pelas bandas da Estrada Nova. Da rua F.Guilhon(ou antiga Conceição)até a Carlos de Carvalho. É como se eu tivesse voltado no tempo. Casas de madeira, tortas, pinturas desgastadas, a cor desbotada. Comércios do tempo do ronca. Um açougue de porta aberta entre duas barbearias de portas abertas. Fiquei imaginando, além da poeira e fuligem dos ônibus e outros veículos, nuvens de cabelos, lisos, carapinhas, louros, pretos, brancos voando rumo às picanhas, agulhas, pás e peitos pendurados nos ganchos enferrujados. Baiúcas dos anos 70 vendendo cebola, tomate e outros artigos para acompanhar a variedade de peixes expostos na mesma situação. E o povo comprando. Tinha também oficinas, escuras, para reparo de motores de embarcações dos portos próximos. O tempo parou por ali.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"REZA UM PAI NOSSO, REZA UMA AVE MARIA, QUEBRA PRUM LADO QUEBRA PRU OTRO"

Esse negócio de reza tem cada episódio que não tem como não deixar de rir. Certa vez, estava de passagem pelo centro comunitário da Tambés - Tupinambás para rever alguns amigos que eram do grupo de jovens daquela comunidade, e naquele momento acontecia um culto da Renovação Carismática, mas já era tarde demais, eu já estava lá dentro, sem ter para onde fugir pois de repente encheu de gente na porta do centro.
No culto tinha o momento de adoração e a cura física-espiritual através da imposição das mãos, eles rezavam na cabeça e pediam pela saúde da pessoa, e eu cheguei justamente nesta hora, foi quando tentei sair do local, dei de cara com uma velha baixinha parecida com aquela do "Poltergeist", Karolaiiine? Karolaiiine?..... e ela começou a rezar na minha cabeça, bem não podia sair de lá, então deixei a velha rezar.
"Reza um pai nosso, reza uma ave Maria, quebra prum lado quebra pru otro"....
_Deus cure tua cabeça, teu CÉLEBLO, teus ZOIOS, as ZOREIAS, teus GORGOMILOS, teu isso teu aquilo... Deus cure tua barriga, teu FIGO....
Nessa hora tive que conter a vontade de gargalhar ouvindo essa reza, nem sabia que eu tinha esses troços todos, só sei de uma coisa que desses nomes que ela falou não sofro de nenhum mal neles até mesmo porque nem sei aonde fica esse tal de FIGO.
CARISMATICO rima com LUNÁTICO.

domingo, 13 de setembro de 2009

O Farinha

O Farinha era chegado num mato. Prá benzer e fumar.

Jorge: de ajudante de pajé a físico.

E ai, Jorge, a tia Jesus não te deu nenhuma ponta depois da pajelança? E tu não defumastes com maus ventos o menino aquebrantado quando ele foi passado por debaixo das tuas pernas?

MEU COLEGA BENZIA TAMBÉM!!!

Quando eu estudava na 2ª. série no Amazonas de Figueiredo havia um colega, o Farinha, apelido dado sei lá se porque o cabelo dele era bem carapinha ou se porque era uma gozação por ele ser escurinho. O Farinha era desses moleques peraltas, aprontão, que se beneficiava de ser o mais velho da turma e poder zoar em cima dos pirralhos. Ele morava com a mãe dele na rua Conceição quase chegando na doutor Moraes. Um dia eis que chego em casa e ouço o famoso BZZZZZZZ que toda rezadeira faz quando está em ação. Ele tinha nas mãos um pedaço de um capim que passava por sobre a cabeça do Nazareno pixixito. Eu fiquei pasmo em ver aquele sacana lá em casa, junto com a mãe dele, e a mamãe segurando o Nazareno para o Farinha poder benzer, tirando o quebranto do Naza. Depois que a mamãe pagou aquela dupla de embromãos, fui lá ter com ela minhas satisfações: Mãe, o que o Farinha fazia aqui benzendo o Nazareno? Traduzindo: por que a senhora se deixou enganar por aquele pilantra que eu conheço muito bem e que não vale um centavo? Como sempre criança fica sem resposta quando adulto não sabe explicar o insondável e eu fiquei com aquela imagem até hoje na cabeça... O mais impressionante é que, sendo o Farinha meu colega de sala de aula, ele fez de conta que não me conhecia para poder levar o dinheirinho suado do papai. No fundo acho que o péssimo ficou com medo de que eu o desmascarasse naquele momento, diante da mamãe e aí acabou saindo de fininho pela tangente.

sábado, 12 de setembro de 2009

MELEQUINHA CONTRA QUEBRANTO

Tinha uma melequinha que essas benzedeiras colocavam na ponta do cabelo da nuca, que a mamãe chamava de "rabo da preguiça" era uma gosminha que parecia seiva de mangueira quando grudava no cabelo da perna misturada com terra, ficava aquele negócio no cabelo da criança, nunca entendi o que era aquilo, muito menos quando explicavam que era para quebranto, quebranto????? Piorou ainda mais, quem era quebranto? uma coisa não explicava a outra. Nunca davam a explicação por completo, e lá se iam diversas interpretações do que era quebranto.
Eu acho que uma vez a dona Mariquinha foi lá em casa benzer o Flávio e o Daniel, com aquele raminho fazendo o sinal da cruz e outras mizuras, mas não me lembro dela colocar essa meleca no cabelo deles.
Supertições a parte, algum fundo de verdade e poder de cura existia nesses rituais, algo que somente à pouquissimas pessoas era repassado e não sei como isso acontecia, conhecer o insondável desconhecido místico mundo das benzedeiras.

DONA IZAURA

Quem não lembra da dona Izaura? Só os caçulas de casa... Acho que do Marcílio em diante, esses não tiveram a oportunidade de conhecer essa senhora que rezava nas nossas cabeças, naqueles tempos bicudos, de incertezas e má sorte. A mamãe levava a gente, ao menor sinal de doença, para dona Izaura, que já era conhecida da vovó Zenor, lá para as bandas do Guamá. Lembro vagamente que a casa tinha paredes amarelas de barro e telhado de palhas. Lembro que uma vez eu tava com a tal espinhela caída e que passei dores horríveis nas grossas mãos daquela senhora que me lambuzava com um monte de sei-lá-o-quês. Eu realmente não conseguia enteder nada daquilo, mas não tinha coragem de perguntar do alto de meus seis anos de idade o que eram todas aquelas coisas que ela dizia diante de mim. Eu assistia a tudo impassível, imoto, olhando para a mamãe e sem receber nenhuma explicação. Se dava certo ou não, eu não lembro, mas lembro que a mamãe sempre saía mais tranquila de lá, quando tudo acabava....

DIZQUE NÃO, FOI VERDADE E EU VI!!!

Eu vi um dia a tia Jesus rezando pra tirar quebranto de um menino de mais ou menos 2 anos de idade. E, como eu não fazia idéia que ela "rezava", caí na gargalhada!! A tia Belém me olhou e deu com a mão num gesto de que eu não atrapalhasse a sessão descarrego da tia Jesus... Prontamente passei para o outro cômodo da casa do Júlia Seffer, mas, curioso como um moleque enxerido, decidi que iria respeitar aquele momento, promessa que fiz pra tia Belém (no fundo a tia Belém também achava aquilo engraçado). Fui pra sala e fiquei em pé diante da porta, voltado para dentro. A tia me pediu para sair da frente da porta, porque por lá iria sair o tal quebranto. Imediatamente, dei lugar para a passagem do misterioso quebranto... Então a tia me pegou pelo braço e me fez abrir a perna. Pegou o molequinho e começou a fazer ele passar por baixo de minhas pernas, várias vezes, em um só sentido. Eu queria rir, tanto pelo inusitado do momento quanto pelas cócegas que o garotinho fazia em minhas pernas com seus minúsculos dedinhos. Encerrada a sessão, muito séria, a tia recebeu o dividendo vindo da mãe solícita que saiu toda feliz com seu filhinho benzido pela tia Jesus.

Pirão esotérico-Reza prá tirar quebranto

“Deus te remiu


Deus te criou



Deus te livre



De quem para ti mal olhou.



Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,


Virgem do Pranto,



Tirai este quebranto.”



Dizer a oração 3 vezes.

Das rezadeiras

Quando essas rezadeiras iniciavam o rito espantador de mau olhado, eu ficava de olho e ouvidos bem abertos. Acompanhei muitas vezes a mamãe, quando não a Cici, levando ou a Nen ou a Fátima ou outro bebê com quebranto. Eu reparava que a criança, sentada no colo, olhava desconfiada, às vezes com um sorriso maroto, prá aquelas mesuras da pajelança. O ritual era composto de movimentos circulares, em forma de cruz, em semi-circulos de orelha em orelha sobre a cabeça. Havia também o uso de uma fralda ou "penso" no qual a rezadeira dava um nó e também uns matinhos lá que, ao final do léuris fléuris, ela mostrava ,orgulhosa, meio murcho significando que os maus fluídos passaram da criança pro raminho que acabavam pagando o pato. Algumas, durante a reza lagrimavam, o que também era sinal de coisa ruim. Elas não cobravam nada. Mas aceitavam, de agrado, velas, ovos e outras formas primitivas de moedas.
Mistério eram as palavras meio que assoviadas compondo a reza.
Tinha umas ondas de pegar um lenço medir do cotovelo até o mindinho, depois rezava-se e em seguida , não me recordo bem, a pagé pegava o pano e media de um ombro ao outro, sei lá prá que.
Eu soube depois, que a tia Jesus andava dando uma de benzedeira lá pelos cantos do Julia Seffer. Vê se pode!!! Ela não sabia nem o Pai Nosso. E olha disque o pessoal acreditava nela!!

Velho Companheiro

Manos e mãe, depois de um tempo ausente da "net" estou de volta, direto do trabalho da Simone, tendo ao lado meus filhinhos queridos Anderson e Andreza, mandando um forte abraço pra todos.

Quero lembrar que dia 18, agora é aniversário da Mone e 27, do Anderson. Não esqueçam daquela "musiquinha".

Nosso velho pai se foi e está muito bem. Para os que não acreditam ou que acreditam é uma boa notícia. Ficamos nós aqui lutando, no sentido de nos tornarmos melhores. Não basta sermos considerados "intelectuais", os "caras" se vivermos infelizes. Tenhamos como exemplo o nosso Velho Pai que deu de si de uma forma maravilhosa. Peguemos as melhores demonstrações de nobreza, de cavalheirismo, de alegria e de visão de futuro que ele nos legou. Mãe, deixe pra lá os erros dele que lhe deixaram irritada um dia. Manos, nossa família cresceu mas o amor que une a todos se tornou maior! Esqueçamos a época em que brigávamos, em que víamos somente o nosso lado. A vida já provou que isso é insignificante. O "status", as convenções sociais... tudo isso não é nada diante do magnífico milagre da vida.
Eu, o Artur, a Nem e (eu acho) a Fátima estivemos junto com nosso pai até o último momento. Antes de morrer, olhou para o retrato de Cristo, próximo da sua rede, e os cerrou suavemente, talvez ele tivesse dito "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito"... E concluiu sua missão de grande homem aqui na terra.

A matéria terminou, mas a energia continua viva! Nosso pai ainda está vivo e está presente agora, enquanto escrevo e me emociono...

Pai, nós te amamos.
Um forte abraço.

Dona Mariquinha a Benzedeira

A dona Mariquinha era a benzedeira que morava ao lado da casa do 'seu' Moraes em uma casa de madeira branca, com porta e janela verdes, uma casa até bonita, um terreno bem grande, tinha uma castanheira enorme na frente da casa dela e um muro baixo.
Pequena, franzina, com cara de ter uns cento e poucos anos, meio curvada, andava devagar com as mãos no bolso, e andava, andava muito, chegava a andar quase metade de Belém a pé, isso segundo o 'seu' Moraes que de vez enquando encontrava a dita em algum canto da cidade.
A mamãe tinha por ela, assim como muita gente, grande respeito, que ao meu ver parecia mais um certo medo, ela dizia que não deveríamos brincar na castanheira em frente a sua casa, o que fazia passar pela minha cabeça que ela seria algum tipo de feiticeira que poderia nos transformar em ratos, porcos, babuínos (assisti muito filmes do Sindbá) devido ao barulho da molecada na árvore, a mamãe criava essa visão mística em torno da dona Mariquinha.



Devota de São Jorge, fazia sempre aquela festa no dia do padroeiro, fui só uma vez nesta festa, me lembro do mingau de milho e bolo de macaxeira, uma delicia.



Muitas pessoas iam em busca da velha benzedeira, pessoas pobres e ricas, sempre precisavam dela, e ela sempre disponível a todos, por isso ela
era tão querida e respeitada por todos.

Pajés e benzedeiras

O pobre, antigamente, estava mais bem servido com as rezadeiras e pajés, do que hoje com o SUS e PSM da 14. Se a criança tinha uma diarréia ou chorava muito, não dva outra: Leva na casa da dona fulana!(não lembro agora o nome das diversas senhoras perto de casa e olha que tinha muitas). Eram casinhas de madeira, com quadros, enfeitados, de santos, vasos feitos de lata de leite, encapadas com papel de embrulho ou presente, cachorros e gatos circulando pelo ambiente. Na sala tinha Nossa Senhora, São Cristovão, etc, mas uma vez eu escapuli prá parte de detrás e pude ver nos fundos da casinha uns santinhos meio diferentes, umas velas coloridas.
O seu Celino, meu sogro, me contou que ele, moleque ainda, deu um jeito no pé jogando bola e teve que ser atendido pelo pajé lá do setor dele. Chegando lá, o seu Miriquito(digamos que seja esse o nome do rezador) mandou ele se acomodar num banco ao mesmo tempo que tirava do bolso um vidrinho do milagroso azeite de andiroba. Seu Miriquito untou as mãos e começou no lenga-lenga, massageando levemente e conversando mole falou que aparecia cobra de vez em quando no terreno dele( e seu Celino moleque ouvindo) e blá, blá, blá e disse que uma vez até apareceu uma das grandes que deu um susto nele. E apontando, bem no modo dos cablocos daqui, com o beiço numa direção: -Foi bem ali que a danada 'tava...Seu Celino virou a cabeça , curioso, prá olhar pra pernamanca do telhado, seu Miriquito aproveitando o momento de distração do paciente e...TRÓK !!! Deu aquela torcida "federal" no pé escangalhado.
Nesses momentos o "cabôco" ia e voltava na lua.(UI!)

Seu Sabazinho e vovó Cocota-Crônica da semana-Raimundo Sodré

Houve um tempo em que tratamento para rasgadura, desmentidura e deslocação era andiroba, cabacinha e a milagrosa reza do Seu Sabazinho. Pra espinhela caída, então, não tinha outro.
(Era bater e ver, embora até hoje eu não entenda muito bem o que seja espinhela, não saiba a sua exata localização e não ouse especular sobre o seu real status anatômico. Sei apenas que dor no peito e falta de respiração eram sintomas do descaminho malsão da espinhela e que parte da cura vinha, também, do poderoso emplasto Sabiá, todo furadinho).
Certa vez, num dos meus atrevimentos pelos campos do Areal, peguei um cacete dum moleque que rebolei lá longe, dentro de uma lagoinha que tinha até peixinho. E quede que eu me levantei. Não voltei mais pro jogo. Do meu pé vinha um zunido dizendo não (é verdade, nessas horas a gente não sente dor. Ocorre uma espécie de arrebatamento, a cabeça fica longe e a gente só percebe aquela ondinha circulando o nosso enfastiado mundo. O que nos cabe é aquele embaraço sonoro que se assemelha ao barulho que vem do poste de energia, ali, perto do transformador. Um longínquo, esquisito e eletrizado zuuumm).
Voltei caxingando para casa e no outro dia fui bater com o Seu Sabazinho. O pé, por acolá, bem inchado e dolorido.
Sentei num banquinho e esperei apreensivo pelo rezador. Quando ele apareceu, trazia na mão um ramo de Vassourinha e uma combuquinha sortida de um óleo acetinado. Untou as mãos e iniciou uma ladainha numa frequência tal que não podia ser percebida pelo ouvido humano (desde então, alimento a vã missão de decifrar aqueles dizeres. Percorri mundos atrás de alguém que me reproduzisse, pelo menos em parte, as orações que são proferidas pelos benzedores. Sem sucesso. Ninguém abre. O dom da benzeção é uma herança guardada a sete chaves e ninguém dá um pio sobre este ou aquele versículo. O que é garantido é que o Pai Nosso não falta, sempre tem e depois, é um Bzzzzzz baixinho e misterioso).
Em poucas ocasiões da minha vida, senti tanta dor. Naquele dia, acho que Seu Sabazinho não estava inspirado. Havia um momento desolador, aquele em que ele imprimia toda a sua fé. Dispensava o raminho (que era o meu alento, que protagonizava os melhores momentos da sessão) e lançava as mãos vigorosas sobre o nervinho inflamado do meu tornozelo. E apertava, e espremia e esticava, e comprimia...E a dor vinha terrível e diretamente proporcional ao fervor de um Sabazinho estranhamente excitado (quanto mais ele se elevava aos céus, mais eu via estrelas). Mas quando saí de lá, caminhei aliviado o estirão de pontes que desenhava a baixada da Pedreira.
As rezas e benzeções não se limitam aos males físicos produzidos por encontrões deseducados nas peladas do subúrbio. Estendem-se aos males da alma. Meus pequenos, quando quedavam-se ao mau-olhado, era rapidola que a gente procurava a vovó Cocota da Passagem Bom Jesus. Não havia esmorecimento ou panemice que vingasse ante o raminho de Arruda e das silenciosas preces da vozinha. Houve, uma vez, d’eu executar uma prescrição da vovó Cocota que me fez garimpar até uma fé adicional (porque duvidei da receita). Tive que passar meu menino pelo meio das pernas de frente para uma porta. Passava de um lado, despassava do outro. Foram umas quantas sessões desta desobriga para que o menino desamofinasse. Tava o puro quebranto, o pequeno. Mas, sarou.
Agora, a história é diferente. Por qualquer coisinha os meninos recorrem à medicina tradicional e, em alguns casos de entristecimento, até à orientação psicológica.
Antes, os bons benzedeiros eram a nossa valência. A nossa salvação.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Comentário do meu amigo Nonato

Manatus disse...
Olá Zé Maria.
Olá família Amorim Dias.

Muito legal o Blog. Felizmente conheço a maioria dos modelos fotográficos que posaram para esta amostra, o que me tormou familiarizado com o ambiente.

Um grande abraço a todos, muito sucesso e felicidade.

As transformações por que tem passado a instituição familiar nas últimas décadas, transformou a família tradicional em artigo de luxo e preservá-la é a quase certeza de que as gerações futuras terão à disposição maiores chances de resguardar os valores que poderão torná-los pessoas de bem.

Face à desagregação familiar oriunda da estupidez dominante da modernidade, essa é uma fórmula antiga, um antídoto poderoso... mesmo que um "tralhoto" esteja espreitando à beira do rio.

11 de Setembro de 2009 10:15

Aposto que essa pirralha aí é a Bianca.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

FOTOGRAFIAS

Pedi para o Flávio todos os álbuns de fotografias que estavam na casa da mamãe, para poder digitalizar todas as fotografias, pois não temos mais os negativos para mandar revelar, mas acho que estão faltando algumas fotos e alguns álbuns,
Quem tiver fotos antigas ou álbuns de nossa famíçia, peço por favor que me enviem para dar continuidade a preservação da memória da família Amorim Dias.

SOBRE "21 ANOS" PUBLICADO PELA FÁTIMA

Desculpe-me mana, pois comecei a ler sua poesia de manhã e não consegui fazê-lo sem que tomasse um novo fôlego prá somente voltar a lê-la agora. Porque que depois de tanto tempo, a perda de uma pessoa muito amada ainda dói como se tivesse ocorrido há poucos instantes? Vinte e um anos é pouco tempo para cicatrizar ferida tão profunda, porém sua poesia me anestesiou a dor e vai eternizar a obra de nosso pai. E pelo que li, você parece ter aprendido muito bem a lição intelectual que ele deixou prá nós. Muito linda e à altura dele mesmo.

SOBRE " 21 ANOS" PUBLICADO PELO ARTUR

Mano, eu também tive a mesma sensação de que metade de Belém tinha acompanhado o cortejo de nosso pai. Lembro-me da homenagem que fizemos e ele na missa com os óculos e algumas ferramentas que ele usava. Não perdeu nenhum filho de fome ou para o crime. Tenho muito orgulho de dizer isto também! Éramos pobres e morávamos em um lugar pouco privilegiado porém ter o pai que tivemos e a mãe que temos nos fez os mais privilegiados deste mundo. Me emocionei muito mesmo com este seu relato e digo que certamente é esta a sensação que sinto ainda hoje, com um pouco menos intensidade para não sofrer: a de abraçá-lo a qualquer hora do dia ou da noite e contar ou ouvir uma piada nova. Sinto que quando começava a curtí-lo, a missão dele por aqui parecia ter acabado. Lembro-me de, junto com a Fátima, termos dado uma bronca das grandes no médico que o operou. Embora muito competente, teve que nos ouvir calado quando dissemos que não o tratasse como se estivesse falando de um cachorro pronto para ser sacrificado, mas como um astro de grande magnitude que passaria por um eclipse total. Então voltáriamos para casa naquele dia com alguns anos e uns cabelos brancos a mais nas costas e na cabeça.
Fico feliz pois embora nosso pai não tenha constituído patrimônio financeiro, soube construir junto com a mamãe, homens e mulheres de um enorme valor, valor este conferido por mim em cada um dos momentos da minha vida embora não nos falemos diariamente. Somos nós esse legado de valor que vamos eternizar a obra do nosso grande pai e da nossa grande mãe.

Pai, sua benção! Durma com Deus! Mãe te amo!

RESTAURAR A FOTO

Quem está com a foto em que aparecem eu e o Zé pequenos? E a foto do círio? Gostaria de restaurá-las e ficar com uma cópia.

BIA DISSE:

ESTA FAMÍLIA É MUITO UNIDA E TAMBÉM MUITO OURIÇADA. OI, TIOS E TIAS!

RELICÁRIO...

PUXA VIDA! QUE SURPRESA INCRÍVEL!
NÃO IMAGINAVA QUE ESSAS FOTOS AINDA EXISTISSEM. VEJAM COMO EU SOU LINDINHO COM O BRAÇO QUEIMADO DE LEITE QUENTE....

DOMINGO DEPOIS DA MISSA


Flávio, Rintim, Gabriel, Marcilio, Fernando e Dilma depois de chegar da missa das crianças no centrão, lógico que o rintim não foi para a missa. Nosso pai gostava de tirar fotos.

A GRANDE FAMÍLIA


Dona Maria, Nazareno, Zé Maria, Jorge, Fátima, Cássio, Nen (barriguda do André), Dilma, e essa perna fina é minha (Gabriel)

DUPLA DINÂMICA

Zé Maria e Jorge

GRANDE PAI, GRANDE MÃE, GRANDE FAMÍLIA


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dias de Paz

Fátima, teu poema é perfeito. O céu pode estar cinzento, mas o temos azul, dentro de nossa memória e de nossa certeza.
Parabéns,parabéns, parabéns. Queremos mais vezes tua intervenção aqui no Pirão.

21 Anos

Não foram fáceis, aqueles três anos seguidos, de doença e incerteza quanto ao futuro. No Réveillon de 87 para 88, estávamos sós em casa, quando todos tinham saído para comemorar. Ele vem, me abraça forte e diz no meu ouvido, em prantos: "filho, deste ano eu não passo". Surpreso, e ao mesmo tempo impactado, não pude responder mais que um "não diga isso, pai, não esquente..."
De fato, o nosso astral era muito ruim. O processo de adoecimento não fica restrito ao paciente: se estende à família, dos pequenos aos grandes. Era a minha passagem para a vida adulta, na forma mais dolorosa possível. Sem querer reconhecer o fato inevitável da morte cada vez mais próxima, ficávamos tensos, buscando confortá-lo. O que mais se podia fazer, se o próprio médico já tinha sentenciado para a mamãe:
- Leve seu marido para morrer em casa...
Então, lembro com orgulho, o grande número de pessoas que veio à sua missa de corpo presente, e na manhã seguinte, a pedido do Miguelão, a oração da multidão de crianças, junto ao corpo, antes da missa das crianças, como um coro de anjos caboclos, um bocado deles mirradinho e queimado de sol... E por fim, o enorme cortejo que se formou, com carros, até o cemitério. Parecia enterro de figurão, pensei. Ele teve uma homenagem à altura. Afinal, muitos se surpreendiam com a bravura de alguém que não tinha perdido um filho sequer, para a fome, a doença, o crime.
Ele fez falta. Porque muitas e muitas vezes depois, tive o impulso de abraçá-lo e só tinha um vazio diante de mim. Porque chegava da rua e queria perguntar por ele. Até se viesse me esculachar eu ficaria contente...
O edifício da vida continuou a se erguido, depois que ele se foi. Ficamos com a dor, mas como disse Adélia Prado, a dor não é o mesmo que amargura. E passa.

Só em Belém tem disso!!! Não sei se choro ou rio.

Querem arrebentar, além do Código de postura do município, com a testa do ceguinho.Essa foto, chupada do blog BELENÂMBULO(muito legal, acessem) é de uma casa que toma simplesmente a calçada da esquina da av.Duque de Caxias e rua Perebebuí.Confiram:

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DIAS de chuva são véspera de tempo bom

Há vinte e um anos ,dia dez de setembro que nosso pai o Seu Zé Dias,terminou sua missão aqui na terra.O Zé Maria descreveu muitíssimo bem o perfil do nosso saudoso pai. Seu Dias também era um intelectual ,pois gostava de poema e música de boa qualidade.Nosso pai possuía uma educação rara para alguém que dizia não ter estudado o suficiente.
Com uma licença poética,através de poema do Beto Guedes ,quero homenageá-lo

DIAS de paz

Olho e vejo cinza a cor do céu,

porém sei de cor a cor do azul.

DIAS de chuva são véspera de tempo bom,

cai a chuva e chama o verão.

E eu já aprendi cada som

que forma sua canção.Você se foi,deixou marcas no meu coração

e bom mesmo é ter você bem perto ,

mesmo que distante,

fazer voltar os bons momentos e

celebrar tudo o que deu certo.

Agora DIAS de sol

ao meu redor,

é você a mais bela estrela no céu do criador

irradiando tanto amor.

E eu assim que sou tão só,

quero esse sol ao meu redor.

Tenho a sua voz no coração.

DIAS assim ,com direção.

DIAS assim,DIAS de paz!

DIAS de sol ao meu redor.

Quero a canção no coração

DIAS de luz,DIAS de paz,

no céu sem fim,que é todo azul,

que é todo seu,DIAS,meu pai,

que é nosso pai,DIAS de paz!



Com isso quero dizer:-JOSÉ DIAS PARA TODO SEMPRE!

BEIJOS AOS MEUS IRMÃOS QUE SÃO ,ASSIM COMO EU, PARTE BOA DO SENHOR JOSÉ DIAS.

FÁTIMA DIAS



8 de Setembro de 2009 18:52

OLHA O QUE O VIGIA NOTURNO FOTOGRAFOU ONTEM DE NOITE. ARREPIANTE!

ONTEM FOI NOITE DE LUA.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

VAMOS CRIAR UM BOATO???

Já sei vamos inventar um boato e espalhar na cidade???
O que vocês acham? Escolhemos pessoas que possuem uma necesssidade enorme de falar -Fofoqueiros (as)- falamos o boato esperamos o resultado disso. Mas lembrem-se que não podemos falar nos boatos pela internet senão vamos ser desmascarados facilmente.
kkkkkkkkkk.

O Casal colado pelas partes.

Essa crônica do Raimundo Sodré lembrou uma situação vivida por mim e uma conhecida minha, a professora Neila. Não, não, não fomos nós que nos colamos!!! A história se passou nos idos de 1993 mais ou menos, quando o país atravessava uma situação braba financeiramente... Alguém inventou, segundo a Neila, que um casal, por castigo de Deus, havia ficado colado pelo sexo depois de cometerem adultério num interior do Pará de nome não revelado... O dito casal teria sido trazido para Belém para proceder à cirurgia que os livraria do tal castigo de Deus. O que me deixou impressionado foi a seriedade com que a Neila contava essa história. Eu não conseguia entender por que uma pessoa com o nível de formação (ela era graduanda da UFPA) que ela tinha pudesse acreditar num boato daqueles. Sabia-se que o casal chegara sob forte esquema de segurança e envoltos em lençóis para esconder tamanho e vergonhoso pecado. Os infelizes pecadores, dizque, haviam recebido guarida na Igreja dos Capuchinhos e, de lá, saíriam direto para conceituado hospital do estado para proceder à separação dos corpos colados. O boato se espalhou como rastilho de pólvora, ou como fogo em mato seco, digno de uma eficiente rádio cipó por toda a cidade. Eu não queria acreditar que aquela mentira ganhasse à meia-boca contornos de furo jornalístico chegando às emissoras de rádio que discutiam se o fato podia ocorrer ou não, se aquilo era possível ou não... uma verdadeira polêmica para ganhar audiência. Pois bem, eis que estou juntamente com a professora Neila dentro de um ônibus que passaria bem em frente à tal igreja. Juro por tudo quanto é mais sagrado! Ao passar lá na frente, vi, estarrecido, uma multidão de pessoas se acotovelando na porta dos capuchinhos, e uma fila enorme, bem organizada, dando uma volta incrível pelo quarteirão, tudo isso porque as pessoas queriam atestar a veracidade da notícia que rolava solta afirmando a presença do casal na casa de Deus. Súbito, passou uma idéia dessas que só iluminam os mais geniais num momento de crise. Eu e Neila iríamos fingir sermos parentes das vítimas e passar uma folha de papel em branco arrecadando 1 cruzeiro de cada pessoa presente ali naquela hora para ajudar nas despesas médicas da operação...... Minha parceira de viagem, nessa hora, caiu na gargalhada junto com outros passageiros que ouviram minha conversa... O ônibus passou lentamente pela frente da igreja assim como minha ilusão de enriquecimento ilícito ia-se desvanecendo à medida que aquela fila imensa ia ficando para trás....

Crônica da semana-Raimundo Sodré

O Menino da Catedral


Há várias versões para a história. Eu conheço duas. A opção por uma ou por outra, dependia do tipo de ‘mal-criação’ que eu fazia para a mamãe.
uma diz que o menino, por mostrar a língua pra mãe, saiu do ar, ficou durinho da silva, pra sempre, com a língua estendida a mais de palmo, além da boca. A outra é a da vassoura. O menino teria levantado a vassoura Alvorada, contra a mãe e...puft! Virou ‘estalta’ de carne e osso. As duas me impressionam.
Em ambos os casos, o mesmo desfecho: o menino mal’ouvido, mumificado, foi confinado atrás da porta da Sé. Dali, morto em pé, jamais sairá e a sua história será contada a qualquer tempo para servir de exemplo aos moleques mais saidinhos.
Eu conto esta história pros meus meninos e advirto: “olha, não dá a língua pra mãe, não faz menção de bater no pai, porque Papai do Céu ralha!” E eles nem ‘seu souza’. Não acreditam e esmeram-se nas peraltices.
Agora essa semana, calhou d’eu ter a oportunidade de pôr esta história em pratos limpos: estava a fim de dar uma volta pelo complexo Feliz Lusitânia, mas como não tinha o numerário para o roteiro completo que inclui o prédio do antigo arcebispado e do Ipar e ainda a igreja de Santo Alexandre, atravessei e fui a um ansiado reencontro com a Catedral reformada e formosíssima.
Estava meio tenso, admito. Volteei pelo interior do templo tentando assimilar as belezas da construção medieval. Tentando relaxar. Procurando disfarçar o real motivo daquela visita.
Na saída, estanquei à porta. O coração no peito “tucotucotuco”, acelerado, acreditando que no vão entre a pesada porta e a parede fria da igreja, sutilmente ocultado por um detalhe arquitetônico, espreitava ereto, o espectro do menino mal-criado, com a língua esticada pra fora. O Menino da Catedral, entidade mítica e argumento poderosíssimo de minha mãe nas horas de me passar um pungente carão.
Aproximei-me da porta. Tomei fôlego, e num repente, desloquei a pesada peça de madeira... E tudo se fez em mistério (pois o insondável, o inexplicável, o segredo que floresce do imaginário popular... a lenda reluta em se revelar).
Não sei, exatamente, o que aconteceu comigo naquele instante. Só sei que, quando dei por mim, havia um funcionário da igreja me amparando e me ajudando a levantar do banco. Estava meio alerdado e um suor frio brotava generoso da palma das minhas mãos e das frontes. “Está tudo bem?”, perguntou o funcionário. Não respondi e me apressei em ganhar a rua. Antes, porém, dei que a pesada porta estava totalmente aberta, encostada na parede lateral, e escondendo aquele discreto vão, como de costume.
Só fui tornar, lá embaixo, aos pés do Senhor dos Navegantes, na Praça do Pescador. A brisa úmida da baía veio ao meu encontro e me devolveu os sentidos. E foi assim, na mais completa lucidez, que a imagem do menino foi se revelando para mim: o corpo extraordinariamente preservado, os olhos arregalados de medo (ou de arrependimento, não sei), a tez entristecida de morto-vivo. O menino desobediente, com a língua estirada pra fora, a mais de palmo e as mãos a sustentar no ar, uma ameaçadora vassoura. Teso, teso, o menino.
A imagem era nítida na minha mente. O vento vinha da baía e trazia a figura do Menino da Catedral entesado por ter mostrado a língua para a mãe. Condenado ao silêncio e à solidão de um compartimento frio detrás da porta Sé. Ele, o personagem de uma história, indubitavelmente, verdadeira.
Eu falo pros meus meninos: “olha, não põe a língua pra mãe, não faz gracejos de bater no pai, que Papai do Céu ralha...”, mas eles, nem aí. Não acreditam.
Eu acredito.

domingo, 6 de setembro de 2009

Eu, o Jorge e o barco.

Esse episódio do barco do tio Dico se passou em um porto lá na Estrada Nova. Só porque eu desenhava mais ou menos, eu achava que também sabia pintar letras. Eu era mais é um enrolão!
Chegamos , eu e o Jorge no local do serviço. A maré estava totalmente seca e o barco estava sentado na lama da beira do rio. Eu fiquei ali, me equilibrando numas pedras e umas tábuas, riscando e pintando o tal letreiro. Só que ao longo da manhã a maré ia subindo bem devagar.Comecei pintando as palavras mais ou menos na altura da minha cabeça. À medida que a maré enchia, naturalmente o barco ia flutuando e automáticamente eu ia esticando o braço. Os pés dentro da água.Chegou numa hora que eu estava todo espichado finalizando os ipsilones frufruzados do nome do tal barco. Depois o tio ainda pediu prá pintar umas araras e as bandeiras do Brasil e do Pará na frente da cabine. Ficou bom.
Nesse dia também eu e o Jorge (meu grande companheiro meu irmão camarada) degustamos uma iguaria no almoço. Não lembro se foi o tio Dico ou um empregado dele que apareceu com um pedaço de carne crua, dizendo que aquele seria nosso almoço. Ora, como eu não vi nenhum fogão ou panela por perto fiquei meio cabreiro de como seria feito o almoço. Fiquei calado, esperando chegar a hora do almoço. Como disse, não lembro quem, mas essa pessoa catou uns pedaços de ripa jogadas pela beira, arrumou-as por cima dumas pedras sujas e começou a tentar colocar fogo na madeira. Todas as tentativas foram vãs. E a fome apertando! Até que ele, vendo a minha lata de AGUARRÁS(prá quem não sabe, um derivado combustível de petróleo, usado para remover e diluir tinta) teve a idéia de jogar boa quantidade do conteúdo na madeira e assim ateou fogo. Fogo alto. Em seguida colocou a carne em cima da labareda. Quando parecia estar devidamente no ponto, nosso "Chef" retirou o quitute das brasas e nos serviu o prato do dia. Eu e o Jorge, então, desgustamos ali, naquela paisagem privilegiada, o autêntico churrasco ao molho de querosene.
Um tralhoto, no rio, nos olhava pelo canto dos olhos(acho legal essas frases nada a ver no final de historinhas, kkkkkkkk).

sábado, 5 de setembro de 2009

ÁRVORE GENEALÓGICA(?)

Que tal a gente tentar lembrar o nome dos tios e tias, primos do papai e da mamãe, e seus respectivos pais para podermos ter uma visão da nossa árvore genealógica? Por exemplo: Tia Dudu era a irmã da vovó Chiquinha, mãe do papai, Tio Dico era irmão mais novo do vovô Bertino.

TIA DUDU (DOLORES).

Acho que já contei essa. Quando éramos bem "jititos", dia de domingo o papai pegava a mamãe, botava ela no jipe ( o "bala"!) e íamos visitar a tia Dudu, que morava perto do museu Goeldi. Lá chegávamos e a tia Dudu nos recebia carinhosamente bem a todos (acho que naquela época éramos cinco... Zé, eu, Nem, Fátima e um mijãozinho...o Naza). Sempre havia um lanche supergostoso a nos recepcionar e a gente adorava aqueles mimos da tia. Pois bem, alí podíamos correr à vontade e aprontar muitas... Quando o papai se enfezava e nos chamava a atenção, era logo repreendido pela tia. Ela era muito parecida com sua irmã, a vovó Chiquinha. O papai ficava todo quieto quando ela o repreendia nos defendendo e eu achava o máximo aquela cena!

TIO DICO, EU E O ZÉ (parte 2).

Conforme disse, depois de pôr o bule quase vazio de café sobre a fogueirinha, saí de perto para não pegar a culpa e fui para perto de onde o tio estava. Ele estava todo ensaboado, pois tomava banho no rio (que não lembro o nome!) e, me olhou, deu meia volta e, TCHIBUM!!!, mergulhou no rio. Vi a espuma branca do sabão se erguendo sobre a água turva, amarelada como deve ser um rio da nossa terra (este fato se deu aqui mesmo em Belém). Daí que o tio não boiou, como eu esperava que logo acontecesse. Depois de um longo tempo, o tio reaparece bem longe do lugar onde havia mergulhado e, rindo, vem na minha direção (ele tinha um dente de ouro) perguntando se eu estava preocupado pela demora dele. Eu, criança, respondi tranquilamente: eu não! O papai me contou que o senhor salvou ele quando ele era criança, então o senhor sabe nadar e não ia se afogar!!!

TIO DICO, EU E O ZÉ MARIA...

O Zé sabia pintar umas letras bem bonitas (como fazia o vovô José) e estava famoso entre nossos parentes que se admiravam com seu talento. Um dia o Zé foi convidado, pelo tio Dico, para "abrir umas letras" no seu barco novo. Chegado o dia da pintura, a mamãe pede ao Zé para me levar junto com ele (para "ajudar"). Invocado por ter que tomar conta de mim, lá vamos nós para a beira do rio (sei lá que nome!). Chegamos e logo os trabalhos começaram. Eu fiquei empoleirado sobre um outro barco "urubuservando" tudo. O Zé insistiu para eu não me intrometer a ajudar em nada, senão eu acabaria fazendo besteira. E não é que ele "tava" certo? Foi só eu descer do meu posto de observação e logo derramei um bule grande de café que estava sobre uma fogueirinha às proximidades de umas tábuas mal amontoadas. Ao descer, pisei exatamente sobre uma tábua que ergueu outra e que foi certinha no bule de café que um dos ajudantes do tio estava preparando.... Assustado, sem ninguém para ver o estrago, juntei o bule e deixei-o em cima do fogo novamente.....

TIO DICO, O HERÓI DE BARCARENA

O tio Dico, casado com a tia Dedé, pai do Moura, do Roberto, da Marlene, da Cristina e outros que não consigo lembrar o nome, morava na rua Conceição. A casa deles hoje tem a oficina do Moura em baixo e em cima mora a Marlene com os filhos, ainda na mesma rua. O papai um dia contou muito sério uma história que me impressionou bastante quando eu era menino. Como o papai morava em Barcarena (acho que era lá), quando garoto levado, um dia quis mostrar para o tio Dico que já sabia nadar. Havia um toco no qual o papai se agarrava para treinar a natação. O tio Dico apreciando a presepada. O papai solta o toco de árvore e começa a perceber que não sabia nadar tanto quanto achava... resultado: o tio Dico se atirou no rio e salvou o papai de um afogamento (ainda bem, senão não estava aqui contando esta). O papai contava que aprendeu a lição e parou de se exibir outras vezes....

Os primos.

Me lembro bem do Oséias, figura bem humorada. Ele e outros irmãos dele fizeram estagio na Tele-Dias.
A Oneide, lembro bem quando passou no vestibular para medicina, madrinha do Nazareno, única filha menina no meio de um monte de marmanjos. Umas vezes encontrei com o Oséias lá no hotel Sagres, onde ele trabalha, mas os demais nunca mais os vi.Não sei se algum seguiu na área de eletrônica, só me lembro bem de um outro primo, o Moura, filho do tio Dico, que também passou pela oficina do papai e se firmou na profissão de eletrotécnico, curso feito na escola técnica.
Lembro bem do Romualdo, irmão do Zé. Ei Jorge, tu te lembras do Romualdo e a história do "pesadelooo"? Vou tentar me lembrar prá contar aqui desse mico.

Tio "Chico" e tia Adélia.

Tio Chico, como era chamado pelo papai e pela mamãe(só hoje vim saber pela mamãe que o nome dele era Renato)e tia Adélia eram visitas muito estimadas e respeitadas lá em casa. Lembro que sempre passavam por casa nos fins de semana, de manhã cedo. Sempre juntinhos, de mãos dadas. Papai e mamãe fala vam deles de uma forma muito respeitosa e prestavam muita atenção quando o tio Chico falava. Naturalmente eu também cresci admirando aquele casal incomum por aquelas paragens da Dr. Moraes. Ele, um homen distinto, elegante, a fala pausada, não falava alto como as outras pessoas que conheciamos. Isso me chamava a atenção. Tia Adélia, também elegante, sorridente, carinhosa com todos nós.Me pareciam um casal feliz. Tio Chico sentava no sofá, ereto, o cabelo cuidadosamente penteado, apesar do começo de calvície. Quando chegavam lá em casa,, mamãe corria e preparava um refresco para oferecer à visita, eu é que gostava, por que  aproveitava e tomava um pouco escondido na cozinha.
Enfim, lembro de pouquíssimas pessoas, as quais o papai e mamãe se referissem com reverência como o tio Chico e tia Adélia. A papai sempre falava que eles souberam criar muito bem os filhos.
Pessoas muito queridas, pelo papai e mamãe, também eram os filhos do tio e tia. Prá mim uma novidade, nunca tinha visto irmãos, todos com o nome começados co"OS", Oséias, Osian, Ozini, Oneide.Eu ficava admirado.

OZIAN E OCIVALDO

Hoje de manhã encontrei com os nossos ilustres primos OZIAN e OCIVALDO, irmãos da minha madrinha ONEIDE e os convidei para acessar o Blog depois que eles começaram a se lembrar de alguns detalhes típicos das personalidades do papai e da mamãe. Engraçado como O OCIVALDO imitou exatamente o jeito do papai caminhar quando ia fazer alguma palhaçada enquanto contava alguma piada. Lembrou da oficina na Pariquis próximo da Tip Top e de quando o papai ia com o Jipe dele na casa deles a quem apelidou carinhosamente de "BALA". Nem me lembrava do nome "BALA" mas tal recordação só me levou a voltar no tempo novamente. O OCIVALDO me ligou logo em seguida e disse-me ter rido muuuuuuuuito com os nossos relatos bem detalhados de fatos engraçados de nossa vida, tais como A EXPLOSÃO DA FOSSA. Então, como recordar é viver, aguardamos uma força de nossas memórias prá registrar mais e mais fragmentos de nosso passado.

TIA MADÁ E OS LUNÁTICOS EXORCISTAS

Fui eu quem mandou que a tia Madalena, seus filhos (nossos primos) e seus amigos da igreja evangélica parassem de sacudir a cabeça do papai, pois aquilo era uma verdadeira palhaçada! Eu não me importei com as orações que, inicialmente, eles faziam até em baixo tom. À medida que eles começaram a gritaria, aí não deu mais para aguentar. Desci para ver o que se passava, a mamãe nem queria que a gente interferisse por respeito à tia Madá, mas eu me recusei a ver o que eles estavam fazendo naquela hora com o papai. Tia Madá ficou braba porque mandei que eles parassem já aquele método rídiculo e ela achava que eu, por não ter seguido a carreira sacerdotal em Santarém, era porque havia problemas na igreja católica e etc. Nada disse a ela, por respeito ao papai, e eles foram embora. Tia Madá veio a falecer de câncer, também. Creio que os exorcistas da igreja dela devem ter tentado tirar o satanás dela e por isso ela morreu!!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cadê as ilustrações dos ilustres ilustradores desse blog??

"DORMINDO NO PASTEL"

Daniel disse...

ahahahahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhahaaaaaaaaaaaaaaaaa legall!!dani


Daniel Anônimo disse...

legal, Nazareno!! faça mais ilustrações!!

O incômodo velho da cômoda

Eduardo Dias disse...

Sempre achei aquela cômoda com um aspecto fantásmagórico desde que ela foi prá casa. Me recordo que eu e o Cica a retiramos de um casarão em estilo clássico muito antigo que ficava do lado do colégio Santa Rosa, na Rua Padre Eutíquio e dentre diversas outras relíquias acabamos escolhendo a cômoda que nos acompanhou até 2006naquela casa cheia de histórias. Acho que o velho acordou no meio da noite achando que tava na casa dele e se decepcionou. Ótimo prá gente que agora tem histórias prá contar.

24 de Agosto de 2009 18:26


FÁTIMA DIAS disse...

Dani quero dizer que minha rede não estava tão velha.

Gostei do desenho.

Esse tal velho da cômoda era um caboco feio,tinha uma cara de quem nasceu lá em Surubiju.rsrsrs

O véio apareceu pra mim ,rindo e estendendo um dos braços.Quando gritei,vi que ele foi evaporando lentamente,do chão até o teto.

Essa visagem ainda apareceu pra mim na minha casa em São Brás,era um fantasma perseguidor,ainda bem que sumiu e nunca mais apareceu pra mim.Vai ver ele tem medo do setor onde estou morando agora,só bregueiro,maconheiro,traficante ,assassino e coisas do gênero ,o véio tem medo de morrer de novo lá na minha área.kikikikik.

Beijos pra vc e pra galera do blog.

Fátima


4 de Setembro de 2009 12:45

MAIS LENHA NA FOGUEIRA

Me lembro quando o papai já estava muito debilitado deitado em uma rede, então algum parente apareceu com uns evangélicos lá em casa para tentar cura-lo.
Começaram as orações e resolveram cura-lo, o problema foi o método empregado: "exorcismo". P-O-R-R-A (desculpem o termo) "exorcismo" ????!!!!!
Me lembro daqueles miseráveis gritando para sair os espíritos ruins do papai, quem tinha espírito ruim eram eles, bando de lunáticos, aquela gritaria em casa, foi horrível, aquilo só poderia piorar a saúde de nosso pai, não me lembro quem estava em casa nesse dia, , mas sei que alguém escorraçou aquele bando de urubus lá de casa.
Agora o cúmulo foi quando a vovó Zenor começou a ficar cega, o desgraçado do pastor fazia ela varrer toda manhã bem cedo a frente da "igreja - covil" que assim ela ficaria bem da vista, pensem só como uns desgraçados desses abusam da fé alheia, da ignorância e do desespero das pessoas.
E NEM SE LEMBRAM DA NOITE DE SÃO BARTOLOMEU...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O discípulo de Jesus

Um padre já bem velhinho, doente na cama, chama o sacristão e diz:-Meu filho, sinto que se aproxima minha hora.
-Que é isso padre? não diga isso!
-É a realidade.Mas, lhe peço um favor misericordioso seu.Vá até o senado e traga urgente o Sr.José Sarney e o sr. Renan Calhheiros até meu leito de morte.
E após certo tempo os dois senadores, surpresos, se aproximaram do velho padre.
_Padre, estamos aqui, disse Sarney com aquela voz anasalada. O que o senhor deseja de nós, visto que nos sentimos honrados pelo seu convite.
-Lhes direi, lhes direi. E falou falou com a voz já fraquinha: -É que sempre fui fiel a Jesus Cristo e sempre imitei-o em todos os seus gestos e momentos da vida, visto ser ele o meu espelho. E assim como Nosso Salvador, vou morrer sabendo que cumpri todos os meus deveres na terra. Por isso e que chamei os senhores aqui, pois quero morrer como Nosso Senhor...
-Não entendi, padre...(fala Renan Calheiros).
-È que quero morrer como Jesus morreu, entre dois ladrões!KKKKKKKKKKKKKK

LENHA NA FOGUEIRA!!!

Essa história lembrou aquela piadinha que o papai adorava repetir, com direito a interpretação de voz dos personagens. Em uma igreja evangélica, na rua Fernando Guilhon, lá para as bandas do Jurunas,um fanho e um aleijado estão participando de um culto. Na hora de Jesus fazer milagres, o pastor convence os dois pobres desgraçados a sentirem o poder de Jesus pela oração da cura!
- Fiquem por trás do biombo, meus irmãos, enquanto faço o milagre para curar vocês! SHSHSHSHSH!!!!! SAI SATANÁS DO CORPO DESSES INFELIZES, LIBERTA-OS DESSE CATIVEIRO EM NOME DE JESUS! SHSHSHSH!!!!
Aleijaaadooo!!! Jogue suas muletas por cima do biombo!!! O aleijado imediatamente atira as muletas por cima do biombo ouvindo-se o baque delas no chão. Os fiéis em coro: AAAAAAAHHHHHH!!!!! GLÓRIA A DEUS!!!!!
O pastor continua o teatro.
- FAAAANHOOOO!!! FALA, FANHOOO!!!
.... O AEINJADO ÃIUM!!!!!! (O aleijado caiu!!!!!)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Conferência

Acabei de pegar um ônibus com um cartaz anunciando uma tal de "Conferência de Fogo", com a presença de uma certa Lauriete, segundo o cartaz, um dos maiores nomes da música evangélica do país. Aí pensei... será que é pra ir lá conferir o fogo da Lauriete? Se for, tem que ter alguma insensibilidade, porque a dita já é meio passada. Ou será que a Lauriete é ligada aos Bombeiros? Pior é que o "evento" era de 10 á 14 de agosto, ou seja, o cara conseguiu assassinar a gramática duas vezes, por aplicar crase errada e por usar acento agudo no lugar do grave. E não é que dentro do mesmo ônibus tinha um cartaz de um tal deFernandinho, em show promovido por uma coisa chamada "Abala- Pará". É um gordo com violão e pinta de ex-traficante, pra variar, em foto tirada no palco.
A mania de grandeza de alguns crentes, que parecia não ter mais pra onde ir, conseguiu se superar, porque todo mundo nesse "cóspel" é o maior, o mais escroto, o mais f... E ainda são uns burros. Até aquele cara que faz programa na Band de noite anunciou que haveria, aqui em Belém, um desses cultos pra arrecadar dinheiro, intitulado "Labaredas de Fogo". Pô, mas labareda pode ser de outra coisa? Se, de fato, como eles anunciam, é próximo o Juízo Final, o fim do mundo já começou por eles: chutaram a gramática, assumiram o mau gosto e a babaquice e ainda estão promovendo a poluição visual, com tanto cartaz idiota.