quinta-feira, 10 de setembro de 2009

SOBRE " 21 ANOS" PUBLICADO PELO ARTUR

Mano, eu também tive a mesma sensação de que metade de Belém tinha acompanhado o cortejo de nosso pai. Lembro-me da homenagem que fizemos e ele na missa com os óculos e algumas ferramentas que ele usava. Não perdeu nenhum filho de fome ou para o crime. Tenho muito orgulho de dizer isto também! Éramos pobres e morávamos em um lugar pouco privilegiado porém ter o pai que tivemos e a mãe que temos nos fez os mais privilegiados deste mundo. Me emocionei muito mesmo com este seu relato e digo que certamente é esta a sensação que sinto ainda hoje, com um pouco menos intensidade para não sofrer: a de abraçá-lo a qualquer hora do dia ou da noite e contar ou ouvir uma piada nova. Sinto que quando começava a curtí-lo, a missão dele por aqui parecia ter acabado. Lembro-me de, junto com a Fátima, termos dado uma bronca das grandes no médico que o operou. Embora muito competente, teve que nos ouvir calado quando dissemos que não o tratasse como se estivesse falando de um cachorro pronto para ser sacrificado, mas como um astro de grande magnitude que passaria por um eclipse total. Então voltáriamos para casa naquele dia com alguns anos e uns cabelos brancos a mais nas costas e na cabeça.
Fico feliz pois embora nosso pai não tenha constituído patrimônio financeiro, soube construir junto com a mamãe, homens e mulheres de um enorme valor, valor este conferido por mim em cada um dos momentos da minha vida embora não nos falemos diariamente. Somos nós esse legado de valor que vamos eternizar a obra do nosso grande pai e da nossa grande mãe.

Pai, sua benção! Durma com Deus! Mãe te amo!

Nenhum comentário: