domingo, 6 de setembro de 2009

Eu, o Jorge e o barco.

Esse episódio do barco do tio Dico se passou em um porto lá na Estrada Nova. Só porque eu desenhava mais ou menos, eu achava que também sabia pintar letras. Eu era mais é um enrolão!
Chegamos , eu e o Jorge no local do serviço. A maré estava totalmente seca e o barco estava sentado na lama da beira do rio. Eu fiquei ali, me equilibrando numas pedras e umas tábuas, riscando e pintando o tal letreiro. Só que ao longo da manhã a maré ia subindo bem devagar.Comecei pintando as palavras mais ou menos na altura da minha cabeça. À medida que a maré enchia, naturalmente o barco ia flutuando e automáticamente eu ia esticando o braço. Os pés dentro da água.Chegou numa hora que eu estava todo espichado finalizando os ipsilones frufruzados do nome do tal barco. Depois o tio ainda pediu prá pintar umas araras e as bandeiras do Brasil e do Pará na frente da cabine. Ficou bom.
Nesse dia também eu e o Jorge (meu grande companheiro meu irmão camarada) degustamos uma iguaria no almoço. Não lembro se foi o tio Dico ou um empregado dele que apareceu com um pedaço de carne crua, dizendo que aquele seria nosso almoço. Ora, como eu não vi nenhum fogão ou panela por perto fiquei meio cabreiro de como seria feito o almoço. Fiquei calado, esperando chegar a hora do almoço. Como disse, não lembro quem, mas essa pessoa catou uns pedaços de ripa jogadas pela beira, arrumou-as por cima dumas pedras sujas e começou a tentar colocar fogo na madeira. Todas as tentativas foram vãs. E a fome apertando! Até que ele, vendo a minha lata de AGUARRÁS(prá quem não sabe, um derivado combustível de petróleo, usado para remover e diluir tinta) teve a idéia de jogar boa quantidade do conteúdo na madeira e assim ateou fogo. Fogo alto. Em seguida colocou a carne em cima da labareda. Quando parecia estar devidamente no ponto, nosso "Chef" retirou o quitute das brasas e nos serviu o prato do dia. Eu e o Jorge, então, desgustamos ali, naquela paisagem privilegiada, o autêntico churrasco ao molho de querosene.
Um tralhoto, no rio, nos olhava pelo canto dos olhos(acho legal essas frases nada a ver no final de historinhas, kkkkkkkk).

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