A dona Mariquinha era a benzedeira que morava ao lado da casa do 'seu' Moraes em uma casa de madeira branca, com porta e janela verdes, uma casa até bonita, um terreno bem grande, tinha uma castanheira enorme na frente da casa dela e um muro baixo.
Pequena, franzina, com cara de ter uns cento e poucos anos, meio curvada, andava devagar com as mãos no bolso, e andava, andava muito, chegava a andar quase metade de Belém a pé, isso segundo o 'seu' Moraes que de vez enquando encontrava a dita em algum canto da cidade.
A mamãe tinha por ela, assim como muita gente, grande respeito, que ao meu ver parecia mais um certo medo, ela dizia que não deveríamos brincar na castanheira em frente a sua casa, o que fazia passar pela minha cabeça que ela seria algum tipo de feiticeira que poderia nos transformar em ratos, porcos, babuínos (assisti muito filmes do Sindbá) devido ao barulho da molecada na árvore, a mamãe criava essa visão mística em torno da dona Mariquinha.
Devota de São Jorge, fazia sempre aquela festa no dia do padroeiro, fui só uma vez nesta festa, me lembro do mingau de milho e bolo de macaxeira, uma delicia.
Muitas pessoas iam em busca da velha benzedeira, pessoas pobres e ricas, sempre precisavam dela, e ela sempre disponível a todos, por isso ela era tão querida e respeitada por todos.
sábado, 12 de setembro de 2009
Dona Mariquinha a Benzedeira
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