sábado, 12 de setembro de 2009

Pajés e benzedeiras

O pobre, antigamente, estava mais bem servido com as rezadeiras e pajés, do que hoje com o SUS e PSM da 14. Se a criança tinha uma diarréia ou chorava muito, não dva outra: Leva na casa da dona fulana!(não lembro agora o nome das diversas senhoras perto de casa e olha que tinha muitas). Eram casinhas de madeira, com quadros, enfeitados, de santos, vasos feitos de lata de leite, encapadas com papel de embrulho ou presente, cachorros e gatos circulando pelo ambiente. Na sala tinha Nossa Senhora, São Cristovão, etc, mas uma vez eu escapuli prá parte de detrás e pude ver nos fundos da casinha uns santinhos meio diferentes, umas velas coloridas.
O seu Celino, meu sogro, me contou que ele, moleque ainda, deu um jeito no pé jogando bola e teve que ser atendido pelo pajé lá do setor dele. Chegando lá, o seu Miriquito(digamos que seja esse o nome do rezador) mandou ele se acomodar num banco ao mesmo tempo que tirava do bolso um vidrinho do milagroso azeite de andiroba. Seu Miriquito untou as mãos e começou no lenga-lenga, massageando levemente e conversando mole falou que aparecia cobra de vez em quando no terreno dele( e seu Celino moleque ouvindo) e blá, blá, blá e disse que uma vez até apareceu uma das grandes que deu um susto nele. E apontando, bem no modo dos cablocos daqui, com o beiço numa direção: -Foi bem ali que a danada 'tava...Seu Celino virou a cabeça , curioso, prá olhar pra pernamanca do telhado, seu Miriquito aproveitando o momento de distração do paciente e...TRÓK !!! Deu aquela torcida "federal" no pé escangalhado.
Nesses momentos o "cabôco" ia e voltava na lua.(UI!)

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