Quando essas rezadeiras iniciavam o rito espantador de mau olhado, eu ficava de olho e ouvidos bem abertos. Acompanhei muitas vezes a mamãe, quando não a Cici, levando ou a Nen ou a Fátima ou outro bebê com quebranto. Eu reparava que a criança, sentada no colo, olhava desconfiada, às vezes com um sorriso maroto, prá aquelas mesuras da pajelança. O ritual era composto de movimentos circulares, em forma de cruz, em semi-circulos de orelha em orelha sobre a cabeça. Havia também o uso de uma fralda ou "penso" no qual a rezadeira dava um nó e também uns matinhos lá que, ao final do léuris fléuris, ela mostrava ,orgulhosa, meio murcho significando que os maus fluídos passaram da criança pro raminho que acabavam pagando o pato. Algumas, durante a reza lagrimavam, o que também era sinal de coisa ruim. Elas não cobravam nada. Mas aceitavam, de agrado, velas, ovos e outras formas primitivas de moedas.
Mistério eram as palavras meio que assoviadas compondo a reza.
Tinha umas ondas de pegar um lenço medir do cotovelo até o mindinho, depois rezava-se e em seguida , não me recordo bem, a pagé pegava o pano e media de um ombro ao outro, sei lá prá que.
Eu soube depois, que a tia Jesus andava dando uma de benzedeira lá pelos cantos do Julia Seffer. Vê se pode!!! Ela não sabia nem o Pai Nosso. E olha disque o pessoal acreditava nela!!
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