sábado, 5 de setembro de 2009

TIA MADÁ E OS LUNÁTICOS EXORCISTAS

Fui eu quem mandou que a tia Madalena, seus filhos (nossos primos) e seus amigos da igreja evangélica parassem de sacudir a cabeça do papai, pois aquilo era uma verdadeira palhaçada! Eu não me importei com as orações que, inicialmente, eles faziam até em baixo tom. À medida que eles começaram a gritaria, aí não deu mais para aguentar. Desci para ver o que se passava, a mamãe nem queria que a gente interferisse por respeito à tia Madá, mas eu me recusei a ver o que eles estavam fazendo naquela hora com o papai. Tia Madá ficou braba porque mandei que eles parassem já aquele método rídiculo e ela achava que eu, por não ter seguido a carreira sacerdotal em Santarém, era porque havia problemas na igreja católica e etc. Nada disse a ela, por respeito ao papai, e eles foram embora. Tia Madá veio a falecer de câncer, também. Creio que os exorcistas da igreja dela devem ter tentado tirar o satanás dela e por isso ela morreu!!!

4 comentários:

Eduardo Dias disse...

Dizem que o remédio prá doido é "doido e meio", ou seja: um doido e mais metade de outro doido. Nesse sentido, lembro-me que era uma tarde quente de sábado e nós tentávamos tirar o nosso cochilo depois de uma semana pesada e foi quando soube que a Tia Madá viria em casa rezar pelo papai. O que eu não contava é que ela fosse trazer um bando de crentes com ela prá fazer o barulho que fizeram. Eles diziam, sai satanás e sacudiam a cabeça do papai que não dizia nenhuma palavra, acho que em respeito à mamãe que sempre gostou muito da Madá. Mas o barulho foi ficando tão insuportável que eu e o Jorge resolvermos interferir naquele show de horror e convidá-los a se retirar de casa sem direito a nenhum refri, pelo menos. Ficamos pensando se tínhamos feito a coisa certa depois pois a Tia Madá ou a mamãe e os crentes poderíam ficar chateados, mas é bem verdade que aquela barulheira toda só ia fazer o papai piorar mais. Se eu já tinha raiva de crente fiquei com mais raiva ainda depois daquela doidice.

GABRIEL disse...

O massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento na repressão dos protestantes na França pelos reis franceses, católicos. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes).

Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.

Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, irmã do rei da França, com Henrique de Navarra, uma aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono. Em 22 de Agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido.

Nas primeiras horas da madrugada de 24 de Agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real.

Este foi o sinal inicial para um massacre mais vasto. Começando em 24 de Agosto e durando até Outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans.

Relatos dão conta de cadáveres nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe.

Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses.

Artur Dias disse...

Eu estava em Benevides, nesse dia, e acho que lembro da mamãe ter dado graças a Deus por eu não ter presenciado o "exorcismo". Apesar das esquisitices, não devemos odiar os crentes, pois vivemos numa sociedade pluralista, e a igreja católica também já virou uma coisa bem parecida, nos rituais, músicas, fanatismo e megalomania. claro que, numa situação como aquela que aconteceu, uma intervenção imediata era necessária. A mamãe certamente estava fragilizada com todo o problema, e não deve ter imaginado a loucura dos caras. De qualquer maneira, assim como a pluralidade vale para quem não é crente, também tem que ser internalizada por eles, nem que seja no berro. Parabéns ao Jorge e ao Nazareno.

Nazaré Dias disse...

Eu estava ao lado no momento do tal "exorcismo". Fiquei chateada também. Mas, fiquei ao mesmo tempo com pena da Tia Madá, que pensou que aquilo iria resolver o problema do papai. Ela já estava com a cabeça virada para os lunáticos e não adiantaria a gente falar muita coisa. Fiquei muito triste com o falecimento dela, pois apesar deste 'pequeno acontecido' ela era uma pessoa muito carinhosa conosco e corajosa. Conseguiu criar todos aqueles filhos. Acho que ela merece um bom lugar onde estiver.