domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
Pausa para a merenda
Antigamente não havia essa desgraça de OBESIDADE INFANTIL.Eramos todos, crianças esbeltas. Nada de hambúrgueres gordurosos, maioneses oleosas, etc...nada de pizzas também.
Merenda boa, "láite"(forma "acabucada" para o estrangeirismo LIGHT), era uma frigideira cheia de farofa de ovo, regada com o bom e colorido KISUCO de morango, fruta européia, somente vista em revistas lá pela dr. Moraes. Aquela leiteira cheia de kisuco com gelo rodando num redemoinho barulhento da colher com a panela. Um envelope fazia um litro! Na embalagem tinha uma jarra de vidro com uma carinha rindo prá gente. Quando tinha alguma festinha lá no Grupo Escolar Amazonas de Figueiredo a professora pedia prá gente levar um envelope de Kisuco prá refrescar a molecada. As merendeiras jogavam dentro daquelas panelonas e serviam naqueles copos amassados de alúminio.
Jorge pergunta
jorge disse...
Rapaz! Essa foto desse cachorro é mesmo parecido com o Rinti. Quem conseguiu ela?
JOSÉ MARIA DIZ:
EU PROCUREI UMA FOTO QUE PARECESSE COM O RINTI NA INTERNET. ACHEI EM UM SITE DE CÃES ABANDONADOS. NA VERDADE É UMA FÊMEA. MAS NÃO É MESMO A CARA DO RINTI????? DEVE SER UMA BISNETA DELE.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
O anônimo é o Gabriel.
gabriel disse...
Esse anonimo é o Gabriel, na hora de enviar comentário cliquei naopção errada
O castelo da sereia
gabriel disse...
Não sei quem falou, mas acho que foi o Marcílio, que naquele castelo morava um sereia n qual um padre era pr ela apaixonado e blá blá blá e tudo que uma mentira pde invntar, e eu e o Flávio bestas acrditávamos. Quando íamos à praça ficávmos morredo de medo do castelo.
29 de Maio de 2009 14:18
Artur e "Anônimo"(quem é esse anônimo já?)comentam sobre tiro no rato
Artur Dias disse...
Dicapouco vão achar que essa turma passou a infância baleando ratos...
27 de Maio de 2009 09:40
Anônimo disse...
Realmente, quem nao pode dar um "tirozinho" com aquela espingarda não soube o quanto era bacana essa modalidade esportiva, e o orgulho da pontaria "certeira"???hein? hein?
29 de Maio de 2009 14:08
Jorge lembrou do rin-tin-tin.(ele era mais ou menos assim)
jorge disse...
O Rin-Tin-Tin, nome de um seriado americano de tv dos anos 70, era o nome de um pastor alemão que abrilhantava nossas tardes de verão. O seriado era, pelo menos pra mim, molequinho sonhador, um incentivo para sugerir a adoção de um cachorrinho lindo como o da tv, com quem deveríamos viver muitas aventuras. Um dia, eis que surge um cachorrinho viralata trazido pelo tio Manoel e tia Madá. Foi uma festa que não podia durar muito tempo naqueles anos de carestia. Mais uma boca para alimentar? A mamãe sem piedade mandou a gente dar o "rabo de tala" na feira. Lá um belo domingo vai eu, Zé Maria e Constância para a feira de Batista Campos dar o animalzinho. A Constância, a tia mais nova, sugeriu que voltássemos e disséssemos que ninguém quis o viralatinha. Aí a mamãe teve um treco. Não adiantou espernear. A gente ficou com o Rin-Tin-Tin!!!
26 de Maio de 2009 22:26
José Maria comenta:
Não me lembrava da "descendência" do rinti(nome acabocado do cachorro) nem dessa passagem.
O Rin-Tin-Tin, nome de um seriado americano de tv dos anos 70, era o nome de um pastor alemão que abrilhantava nossas tardes de verão. O seriado era, pelo menos pra mim, molequinho sonhador, um incentivo para sugerir a adoção de um cachorrinho lindo como o da tv, com quem deveríamos viver muitas aventuras. Um dia, eis que surge um cachorrinho viralata trazido pelo tio Manoel e tia Madá. Foi uma festa que não podia durar muito tempo naqueles anos de carestia. Mais uma boca para alimentar? A mamãe sem piedade mandou a gente dar o "rabo de tala" na feira. Lá um belo domingo vai eu, Zé Maria e Constância para a feira de Batista Campos dar o animalzinho. A Constância, a tia mais nova, sugeriu que voltássemos e disséssemos que ninguém quis o viralatinha. Aí a mamãe teve um treco. Não adiantou espernear. A gente ficou com o Rin-Tin-Tin!!!
26 de Maio de 2009 22:26
José Maria comenta:
Não me lembrava da "descendência" do rinti(nome acabocado do cachorro) nem dessa passagem.
Sobre o collie e o revolver
edunazar disse...
Cara, que lembranças costumam ficar marcadas em nossa mente, não é mesmo? Esse caso do cachorro, eu nem me lembrava mais e rimos muito eu o Felipe quando eu contei para ele. E o caso do revólver calibre 32? Criança é curiosa mesmo e poderia acontecer algum acidente. Ainda bem que eu era medroso prá caramba!
22 de Maio de 2009 17:50
Cara, que lembranças costumam ficar marcadas em nossa mente, não é mesmo? Esse caso do cachorro, eu nem me lembrava mais e rimos muito eu o Felipe quando eu contei para ele. E o caso do revólver calibre 32? Criança é curiosa mesmo e poderia acontecer algum acidente. Ainda bem que eu era medroso prá caramba!
22 de Maio de 2009 17:50
e olha oque eu achei do sobrenome DIAS
Significado: Trata-se do patronímico de Diogo ou Diego, pelo que podem ser inúmeras famílias que adoptaram este nome por apelido, sem se encontrarem ligadas pelos menores laços de consanguinidade. Alguns Dias usam por armas aquelas que, ao que se supõe, foram concedidas a um Domingos Dias. Brasão: De Domingos Dias: de vermelho, um elmo de prata, posto de frente, aberto e timbrado com uma águia estendida de negro, entre plumas de várias cores, sustido o elmo por um braço armado de prata, novamente do flanco esquerdo do escudo. Timbre: a águia do escudo. Outros Dias usam: de azul, uma estrela de ouro, de dez raios. Timbre: a estrela do escudo
OLHA O QUE EU ACHEI NA WIKIPÉDIA
AMORIM
Freguesias de Portugal
Amorim é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 5,65 km² de área e 2 856 habitantes (2001). Densidade: 505,5 hab/km².
Amorim deriva do Latim, e significa local de namoro/namorados. Os sobrenomes/apelidos portugueses "Amorim" e "Morim" têm origem nesta freguesia antiga, e estão entre os nomes mais comuns na cidade, mas em especial nesta freguesia.
Amorim é popular na Póvoa de Varzim devido ao seu pão, caracteristicamente consumido a altas temperaturas, logo após ser cozinhado - a Broa de Amorim.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
A porquinha Lica
Era uma porquinha preta, limpinha.Era uma especie de cachorro prá nós. Ela gostava de roer caroço de açai.A gente enrrolava os caroços em pedaços de folha de bananeira e dava prá ela. Ela , pouco besta, mastigava tudo e cuspia só a folha da bananeira. Ela morreu afogada numa enchente que deu. Não me lembro se ela morreu embaixo de casa ou da casa do seu sérgio.Morreu pequena.
Ei, Nazareno...
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Jorge e os porcos
jorge disse...
Rapaz! Lembro daqueles montes de porcos que se banhavam na valeta que havia do lado da nossa casa!!! Aqueles nojentos jogavam lama na roupa que a mamãe estendia no lado de casa... Era um inferno! E o Branco e o Preto carregando uma massa amarela em sacos plásticos transparentes que era a comida dos porcos? Como fedia de azedo! Mas o que mais me impressionava era que essa massa escorria sobre os corpos franzinos dos moleques dando-lhes um ar sinistro!!!
26 de Maio de 2009 22:12
jorge disse...
Na época de sacrifício dos suinos era um Deus-nos-acuda. Gritaria, grunidos,sons de baques em madeiras e latas velhas. Uma sinfonia macabra e barulhenta que devia incomodar toda a vizinhança.
26 de Maio de 2009 22:14
jorge disse...
Ei, vocês lembram que nós também tivemos uma porquinha, a Lica? Quem lembra dela?
26 de Maio de 2009 22:15
Rapaz! Lembro daqueles montes de porcos que se banhavam na valeta que havia do lado da nossa casa!!! Aqueles nojentos jogavam lama na roupa que a mamãe estendia no lado de casa... Era um inferno! E o Branco e o Preto carregando uma massa amarela em sacos plásticos transparentes que era a comida dos porcos? Como fedia de azedo! Mas o que mais me impressionava era que essa massa escorria sobre os corpos franzinos dos moleques dando-lhes um ar sinistro!!!
26 de Maio de 2009 22:12
jorge disse...
Na época de sacrifício dos suinos era um Deus-nos-acuda. Gritaria, grunidos,sons de baques em madeiras e latas velhas. Uma sinfonia macabra e barulhenta que devia incomodar toda a vizinhança.
26 de Maio de 2009 22:14
jorge disse...
Ei, vocês lembram que nós também tivemos uma porquinha, a Lica? Quem lembra dela?
26 de Maio de 2009 22:15
JORGE E SUA ESPINGARDA ASSASSINA
jorge disse...
O jambeiro, disque, foi plantado pela Cica. Embaixo dele havia uma geladeira velha que, igualmente a combi velha do seu Sérgio, estava se desmanchando pelo tempo... Ela servia de distração para nós. Um dia o Marcílio caiu de cima dela e fez um bonito triângulo na parte posterior da perna dele. O seu Jorge peixeiro chegou com o Marcílio nos braços na oficina do papai. A mamãe mal conseguindo conter a raiva pelo trabalho daquele molequinho... Papai largou tudo na oficina. O resto da galera que incentivou o pequeno Marcílio deve ter passado maus bocados depois que o casal Amorim Dias retornou do pronto socorro com o pimpolho...
26 de Maio de 2009 21:53
jorge disse...
Teve também aquela do rato morto por um tiro certeiro disparado por mim com a espingarda de ar comprimido. O papai já devia estar pela bola sete pela casa estar no fundo depois de uma chuvarada do dia anterior.Eu estava na janela do quarto do fundo. A janela que dava para a escada. Vi o rato nadando para debaixo da geladeira. O papai deixava a espingarda pelo quarto de maneira que era sempre uma tentação usá-la sem o consentimento dele... Mirei. PAAA! Acertei as costas do rato, de primeira. Vi que o rato ficou imóvel. A cabeça e parte da costa para baixo da geladeira velha. Então uma grande mancha vermelha sobressaiu tomando conta da cor barrenta da água da enxente.
26 de Maio de 2009 22:02
jorge disse...
O papai, fulo de raiva, em vez de me dar tapinhas na costa pela pontaria e por exterminar o roedor enorme, me obrigou a retirar o cadáver debaixo da geladeira, senão.... Caraca! Fiquei tão frustado com aquilo achando que o papai tava maluco! Onde já se viu mandar um campeão entrar na água suja de lama e sangue só para se livrar dum infeliz rato?
26 de Maio de 2009 22:07
O jambeiro, disque, foi plantado pela Cica. Embaixo dele havia uma geladeira velha que, igualmente a combi velha do seu Sérgio, estava se desmanchando pelo tempo... Ela servia de distração para nós. Um dia o Marcílio caiu de cima dela e fez um bonito triângulo na parte posterior da perna dele. O seu Jorge peixeiro chegou com o Marcílio nos braços na oficina do papai. A mamãe mal conseguindo conter a raiva pelo trabalho daquele molequinho... Papai largou tudo na oficina. O resto da galera que incentivou o pequeno Marcílio deve ter passado maus bocados depois que o casal Amorim Dias retornou do pronto socorro com o pimpolho...
26 de Maio de 2009 21:53
jorge disse...
Teve também aquela do rato morto por um tiro certeiro disparado por mim com a espingarda de ar comprimido. O papai já devia estar pela bola sete pela casa estar no fundo depois de uma chuvarada do dia anterior.Eu estava na janela do quarto do fundo. A janela que dava para a escada. Vi o rato nadando para debaixo da geladeira. O papai deixava a espingarda pelo quarto de maneira que era sempre uma tentação usá-la sem o consentimento dele... Mirei. PAAA! Acertei as costas do rato, de primeira. Vi que o rato ficou imóvel. A cabeça e parte da costa para baixo da geladeira velha. Então uma grande mancha vermelha sobressaiu tomando conta da cor barrenta da água da enxente.
26 de Maio de 2009 22:02
jorge disse...
O papai, fulo de raiva, em vez de me dar tapinhas na costa pela pontaria e por exterminar o roedor enorme, me obrigou a retirar o cadáver debaixo da geladeira, senão.... Caraca! Fiquei tão frustado com aquilo achando que o papai tava maluco! Onde já se viu mandar um campeão entrar na água suja de lama e sangue só para se livrar dum infeliz rato?
26 de Maio de 2009 22:07
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Nen promete falar depois
Nazica disse...
Claro que vou. ESPEEEEEEERA. Deixa só eu ter um tempinho. Vou revelar o de vocês.
25 de Maio de 2009 17:40
Claro que vou. ESPEEEEEEERA. Deixa só eu ter um tempinho. Vou revelar o de vocês.
25 de Maio de 2009 17:40
Sobre a Kombi
Artur Dias disse...
Justiça seja feita ao seu Sérgio: ele não fez questão do vidro. Apesar de chateado, reconhecia que aquilo era um trambolho.
25 de Maio de 2009 08:23
Justiça seja feita ao seu Sérgio: ele não fez questão do vidro. Apesar de chateado, reconhecia que aquilo era um trambolho.
25 de Maio de 2009 08:23
domingo, 24 de maio de 2009
Nazareno Comenta sobre "Mangueira"(do Gabriel)
edunazar disse...
As árvores de nossa infância sempre tiveram um espaço especial. Lembro-me que depois do almoço eu corria para o fundo do quintal e subia naquele enorme jambeiro e me sentava confortavelmente na forquilha que parecia ter sido feita sob medida prá mim. Uma vez comi tantos jambos que passei a noite vomitando. Ficava muito aborrecido quando enxergava os olhos brilhantes de uma mucura no jambeiro, o que significava uns jambos a menos prá mim no dia seguinte. Tinha vontade de vigiar o jambeiro à noite para não ter que dividir os jambos também com os morcegos. Quando criança, jamais caí do jambeiro, depois que cresci subi meio metro e escorreguei logo dele.
22 de Maio de 2009 18:28
As árvores de nossa infância sempre tiveram um espaço especial. Lembro-me que depois do almoço eu corria para o fundo do quintal e subia naquele enorme jambeiro e me sentava confortavelmente na forquilha que parecia ter sido feita sob medida prá mim. Uma vez comi tantos jambos que passei a noite vomitando. Ficava muito aborrecido quando enxergava os olhos brilhantes de uma mucura no jambeiro, o que significava uns jambos a menos prá mim no dia seguinte. Tinha vontade de vigiar o jambeiro à noite para não ter que dividir os jambos também com os morcegos. Quando criança, jamais caí do jambeiro, depois que cresci subi meio metro e escorreguei logo dele.
22 de Maio de 2009 18:28
Nazareno comenta "Susto de madrugada"
edunazar disse...
Cara, era muito engraçado ver o S. Sérgio, o Branco e o Preto armados só de cueca, correndo atrás dos bandidos na rua até sumirem Dr. Moraes até a S. Miguel!!! Uma vez um desses ladrões desceu do telhado e saiu andando calmamente como se não tivesse nada a ver com o assalto. Foi muito engraçado.E quando eles pegavam o ladrão que o amarravam no poste e judiavam do mesmo? Esses maranhenses eram uma piada. E quando eles resolviam assar castanha de cajú? Lembram do cheiro?
22 de Maio de 2009 18:33
COMENTÁRIO DO ZÉ MARIA:
Isso sem falar quando o seu Sérgio criava porco.Era um fedor!!E a gritaria dos bichos?E quando ele chamava uma galera prá matar o porco. Depois eu conto.Acho que só o Jorge e a Nen se lembram.E a mamãe, principalmente.
Cara, era muito engraçado ver o S. Sérgio, o Branco e o Preto armados só de cueca, correndo atrás dos bandidos na rua até sumirem Dr. Moraes até a S. Miguel!!! Uma vez um desses ladrões desceu do telhado e saiu andando calmamente como se não tivesse nada a ver com o assalto. Foi muito engraçado.E quando eles pegavam o ladrão que o amarravam no poste e judiavam do mesmo? Esses maranhenses eram uma piada. E quando eles resolviam assar castanha de cajú? Lembram do cheiro?
22 de Maio de 2009 18:33
COMENTÁRIO DO ZÉ MARIA:
Isso sem falar quando o seu Sérgio criava porco.Era um fedor!!E a gritaria dos bichos?E quando ele chamava uma galera prá matar o porco. Depois eu conto.Acho que só o Jorge e a Nen se lembram.E a mamãe, principalmente.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Clara comenta"Moleque bêsta"
Clara Amorim disse...
huuum... agora eu entendo várias coisas no teu comportamento, uma é uma antiga implicancia com os espiritas/kardecistas acho que atualmente menos implicante que outrora, outra é essa terrivel mania de gostar de ter opinião de tudo,sempre querendo "ganhar" a discução( por isso te irrita tanto que eu não concorde com as coisas, e tenha a mesma terrivel mania "opiniista" herdada de gerações passadas)outra é uma consequencia da primeira, a mania de querer saber o porque das coisas, ou o que elas significam, só pra ter o gostinho de se sentir detentor de tal conhecimento,acho que te viciastes naquela sensação.
huuum... agora eu entendo várias coisas no teu comportamento, uma é uma antiga implicancia com os espiritas/kardecistas acho que atualmente menos implicante que outrora, outra é essa terrivel mania de gostar de ter opinião de tudo,sempre querendo "ganhar" a discução( por isso te irrita tanto que eu não concorde com as coisas, e tenha a mesma terrivel mania "opiniista" herdada de gerações passadas)outra é uma consequencia da primeira, a mania de querer saber o porque das coisas, ou o que elas significam, só pra ter o gostinho de se sentir detentor de tal conhecimento,acho que te viciastes naquela sensação.
Nazareno comenta comentário do Artur
edunazar disse...
Tristezas a parte sobre a migração para Belém, lembro-me das histórias de fantasmas contadas pela mamãe e que nos aquietavam nas noites em que a luz ia embora. A mamãe sempre foi campeã e nos meter medo, mas eu gostava. Lembram das histórias de matinta-pereira? Lembram que ela contava que uma vez vinha no meio do rio e de repente ouviu sons de uma cidade no fundo do rio. O vovô dizia que era uma cidade que tinha sido inundada e o povo tinha morrido afogado e todo dia ao meio-dia se ouviam os rumores da cidade.Também ela contava de uma noite que ela estava dormindo e ouviu no sonho o apito da velha voadora. Ato contínuo o vovô teria arremessado uma faca peixeira na porta da rua e assim quebrado o fado. No dia seguinte teriam encontrado uma velha caída no terreiro com cara que tinha caído de cara na lama. Tinha os cabelos sobre o rosto e somente grunia. A mamãe dizia que ela tinha um osso só no lugar dos dentes e que garantia um apito mavioso.Depois conto mais....Ah D. Maria. Quantas palmadas peguei dela mas hoje agradeço muito a ela!!!
22 de Maio de 2009 18:08
Tristezas a parte sobre a migração para Belém, lembro-me das histórias de fantasmas contadas pela mamãe e que nos aquietavam nas noites em que a luz ia embora. A mamãe sempre foi campeã e nos meter medo, mas eu gostava. Lembram das histórias de matinta-pereira? Lembram que ela contava que uma vez vinha no meio do rio e de repente ouviu sons de uma cidade no fundo do rio. O vovô dizia que era uma cidade que tinha sido inundada e o povo tinha morrido afogado e todo dia ao meio-dia se ouviam os rumores da cidade.Também ela contava de uma noite que ela estava dormindo e ouviu no sonho o apito da velha voadora. Ato contínuo o vovô teria arremessado uma faca peixeira na porta da rua e assim quebrado o fado. No dia seguinte teriam encontrado uma velha caída no terreiro com cara que tinha caído de cara na lama. Tinha os cabelos sobre o rosto e somente grunia. A mamãe dizia que ela tinha um osso só no lugar dos dentes e que garantia um apito mavioso.Depois conto mais....Ah D. Maria. Quantas palmadas peguei dela mas hoje agradeço muito a ela!!!
22 de Maio de 2009 18:08
Nazareno fala sobre Kombi também
edunazar disse...
Vcs lembram de cada coisa...Também não lembrava dessa história do vidro da Kombi, mas acho que foi terrível saber que o S. Sérgio ia encher o saco do papai por causa do vidro de uma lata velha que até se dissolveu e ele nunca fez nada.
22 de Maio de 2009 17:58
Vcs lembram de cada coisa...Também não lembrava dessa história do vidro da Kombi, mas acho que foi terrível saber que o S. Sérgio ia encher o saco do papai por causa do vidro de uma lata velha que até se dissolveu e ele nunca fez nada.
22 de Maio de 2009 17:58
Artur confessa(Sobre caso do vidro da Kombi)
Artur Dias disse...
Coitado do Nazareno, levando a culpa que é na verdade minha...
22 de Maio de 2009 09:09
Coitado do Nazareno, levando a culpa que é na verdade minha...
22 de Maio de 2009 09:09
Artur comenta sobre Mamãe
Artur Dias disse...
É bom que se lembre da mamãe como parte do movimento migratório que se realizava do Marajó para a capital, em razão do centenário processo de empobrecimento do arquipélago, por sua vez, fruto da concentração da terra nas mãos dos latifundiários. Longas viagens de montaria, nos verdes anos da adolescência, remando com bracinhos queimados de sol, atravessando distâncias a pé, para buscar água em poço fundo e sem proteção lateral... Ou coletando uruás para comer cozidos, no almoço, ou então amassando andiroba pra fazer azeite, e depois vendê-lo. Isso, e muito mais, fatos da vida ribeirinha, cada vez mais pressionada pela falta de recursos. Essa história também precisa ser contada.
É bom que se lembre da mamãe como parte do movimento migratório que se realizava do Marajó para a capital, em razão do centenário processo de empobrecimento do arquipélago, por sua vez, fruto da concentração da terra nas mãos dos latifundiários. Longas viagens de montaria, nos verdes anos da adolescência, remando com bracinhos queimados de sol, atravessando distâncias a pé, para buscar água em poço fundo e sem proteção lateral... Ou coletando uruás para comer cozidos, no almoço, ou então amassando andiroba pra fazer azeite, e depois vendê-lo. Isso, e muito mais, fatos da vida ribeirinha, cada vez mais pressionada pela falta de recursos. Essa história também precisa ser contada.
Jorge lembra casa da vovó
Jorgedisse...
Eu lembro muito pouco dessa casa, mas recordo de um santuário feito pelo vovó José. Eu achava muito legal. Parecia uma casinha de madeira para bonecas. Dentro havia um santo, o São José. O santuário era feito de madeira, pintado com um azul claro. Tinha duas portinholas. Ele me parecia comprido para cima, como a crescer em direção ao céu. Suas formas subiam formando uma espécie de triângulo (creio que ainda lembro da mamãe pedindo para eu não mexer nele). Aquela obra de arte me impressionou muito.
22 de Maio de 2009 03:38
jorge disse...
Nessa casa, também, lembro que um domingo eu me embalava na rede, no quarto do meio. Havia uma caixa encostada na parede oposta à rede e eu, embalando, chegava perto demais dela. Uma galinha estava chocando ovos ali. Por diversão eu empurrava a parede com os pés para impulsionar a rede, ao mesmo tempo que cutuva a caixa. A galinha aborrecida com tanta perturbação tacou-lhe uma bela bicada em meu pé criança... Senti muita dor... Mas se eu me queixasse para a mamãe, a situação seria pior e acabei engolindo o choro....
22 de Maio de 2009 03:43
jorge disse...
Num outro domingo, lá fui eu me embalar na dita rede.... E dessa vez havia uma caixa de madeira com uma gata e seus gatinhos. Fiz o mesmo trajeto na rede, cada vez mais aproximando meu pé da caixa. A gata, com uma rapidez impressionante, me desferiu uma arranhada no pé que dessa vez não tive como esconder. Daí tomei a maior bronca da mamãe. Além disso, eu também gostava, sob influencia do Zé Maria, de arrancar estrepes da cerca e queimar na brasa do fogão. Ali fui descoberto pela mamãe. Foi outra bronca no mesmo dia... Putz!
22 de Maio de 2009 03:48
Eu lembro muito pouco dessa casa, mas recordo de um santuário feito pelo vovó José. Eu achava muito legal. Parecia uma casinha de madeira para bonecas. Dentro havia um santo, o São José. O santuário era feito de madeira, pintado com um azul claro. Tinha duas portinholas. Ele me parecia comprido para cima, como a crescer em direção ao céu. Suas formas subiam formando uma espécie de triângulo (creio que ainda lembro da mamãe pedindo para eu não mexer nele). Aquela obra de arte me impressionou muito.
22 de Maio de 2009 03:38
jorge disse...
Nessa casa, também, lembro que um domingo eu me embalava na rede, no quarto do meio. Havia uma caixa encostada na parede oposta à rede e eu, embalando, chegava perto demais dela. Uma galinha estava chocando ovos ali. Por diversão eu empurrava a parede com os pés para impulsionar a rede, ao mesmo tempo que cutuva a caixa. A galinha aborrecida com tanta perturbação tacou-lhe uma bela bicada em meu pé criança... Senti muita dor... Mas se eu me queixasse para a mamãe, a situação seria pior e acabei engolindo o choro....
22 de Maio de 2009 03:43
jorge disse...
Num outro domingo, lá fui eu me embalar na dita rede.... E dessa vez havia uma caixa de madeira com uma gata e seus gatinhos. Fiz o mesmo trajeto na rede, cada vez mais aproximando meu pé da caixa. A gata, com uma rapidez impressionante, me desferiu uma arranhada no pé que dessa vez não tive como esconder. Daí tomei a maior bronca da mamãe. Além disso, eu também gostava, sob influencia do Zé Maria, de arrancar estrepes da cerca e queimar na brasa do fogão. Ali fui descoberto pela mamãe. Foi outra bronca no mesmo dia... Putz!
22 de Maio de 2009 03:48
Jorge comenta sobre Machico
jorge disse...
Ei, não esquece que o tio Inácio pulou e agarrou o Machico (é com ch) e deu uns safanões nele, provocando a piedade da dona Joana que dizia: não bate nele que ele é doido!!!
Ei, não esquece que o tio Inácio pulou e agarrou o Machico (é com ch) e deu uns safanões nele, provocando a piedade da dona Joana que dizia: não bate nele que ele é doido!!!
jorge disse...
Eu me lembro que a combi estava sendo literalmente enterrada pelo tempo naquele terreno. Os vidros já eram verdes de tanto limo que nasceu. No entanto, a combi tinha um dono. O "seu! Sérgio. Uma tarde, o Nazareno, eu, o Chardinho brincávamos com a espingarda do papai. O Chardinho, enxerido como sempre, pediu para dar uma mexidinha na espingarda. Muita alegria, muita curtição naquela tarde e então, o Nazareno, sem querer, dispara um chumbinho numa das janelas laterais da lata velha da combi... O estampido de vidro e chumbinho ainda ecoa na memória. Também o zunido da corrida do cagueta mirim a gritar para o pai: Foi o Nazareno que atirou no vidro! "Seu" Sérgio veio tomar satisfação com o Nazareno, o Chardinho empentelhando. "Eu não sabia que tava carregada...". Só que não colou... O prejuízo ia ser cobrado do nosso pai, segundo o dono da combi...
Eu me lembro que a combi estava sendo literalmente enterrada pelo tempo naquele terreno. Os vidros já eram verdes de tanto limo que nasceu. No entanto, a combi tinha um dono. O "seu! Sérgio. Uma tarde, o Nazareno, eu, o Chardinho brincávamos com a espingarda do papai. O Chardinho, enxerido como sempre, pediu para dar uma mexidinha na espingarda. Muita alegria, muita curtição naquela tarde e então, o Nazareno, sem querer, dispara um chumbinho numa das janelas laterais da lata velha da combi... O estampido de vidro e chumbinho ainda ecoa na memória. Também o zunido da corrida do cagueta mirim a gritar para o pai: Foi o Nazareno que atirou no vidro! "Seu" Sérgio veio tomar satisfação com o Nazareno, o Chardinho empentelhando. "Eu não sabia que tava carregada...". Só que não colou... O prejuízo ia ser cobrado do nosso pai, segundo o dono da combi...
terça-feira, 19 de maio de 2009
Moleque bêsta
Tinha uns amigos do papai que iam lá na oficina prá conversar e no meio dessas conversas tinha o papo sobre viagens espaciais, novas descobertas da ciência, religião, etc...
Havia um senhor(ele era vidraceiro), da idade do papai, pessoa simples, mas muito interessado por livros. Ele tinha opiniões fortes. Estas , às vezes , contrárias às crenças do papai. O papai não era lá muito simpático aos Kardecistas e justamente esse amigo dele o era. Certo dia, eu, como sempre, estava ouvindo a conversa. O amigo argumentava sobre a doutrina e eu percebia que ele sempre se referia aos fenômenos como "fluídos". Gravei o nome (fluído) e fui procurar no dicionário o significado. Claro que lá só havia a definição relativa às propriedades físicas e parará. E nada de espiritos. Dei uma decorada. Fiquei esperando o dia das conversas. Chega o vidraceiro intelectual e Pumba! :"-blá, blá, fluídos!!! ".Ai me enxeri na conversa: "-Mas... seu Crisoprasso ,(copiei esse nome de uma relação de nomes esquisitos do cadastro do INSS)...fluído que eu saiba é uma substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão pequena possa ser essa tensão."(copiei da wikipédia) Toma-te, bem na canela! hehehehehe...MULEQUE!!!!!! O homem me olhou com uma cara de "Sai fora seu fedelho intrometido remelento!!!!". Mas ai ele tentou me explicar as particularidades da doutrina. Satisfeito que eu estava por ter também uma opinião, nem ouvia nada. Fui saindo de fininho certo que havia ganho pela, primeira vez na vida , uma discussão cientifica, filosófica , sei-lá-o-que.KKKKKKKKK
Havia um senhor(ele era vidraceiro), da idade do papai, pessoa simples, mas muito interessado por livros. Ele tinha opiniões fortes. Estas , às vezes , contrárias às crenças do papai. O papai não era lá muito simpático aos Kardecistas e justamente esse amigo dele o era. Certo dia, eu, como sempre, estava ouvindo a conversa. O amigo argumentava sobre a doutrina e eu percebia que ele sempre se referia aos fenômenos como "fluídos". Gravei o nome (fluído) e fui procurar no dicionário o significado. Claro que lá só havia a definição relativa às propriedades físicas e parará. E nada de espiritos. Dei uma decorada. Fiquei esperando o dia das conversas. Chega o vidraceiro intelectual e Pumba! :"-blá, blá, fluídos!!! ".Ai me enxeri na conversa: "-Mas... seu Crisoprasso ,(copiei esse nome de uma relação de nomes esquisitos do cadastro do INSS)...fluído que eu saiba é uma substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão pequena possa ser essa tensão."(copiei da wikipédia) Toma-te, bem na canela! hehehehehe...MULEQUE!!!!!! O homem me olhou com uma cara de "Sai fora seu fedelho intrometido remelento!!!!". Mas ai ele tentou me explicar as particularidades da doutrina. Satisfeito que eu estava por ter também uma opinião, nem ouvia nada. Fui saindo de fininho certo que havia ganho pela, primeira vez na vida , uma discussão cientifica, filosófica , sei-lá-o-que.KKKKKKKKK
Leituras
O papai comprava jornal todo dia.Era o vício dele. Deus te livre se alguém pegasse o jornal antes dele ler e deixasse desarrumado. Ele pegava corda. Eu ficava esperando ele ler e ir liberando os cadernos para eu também poder ler. Claro que eu ia direto para as tiras do Pafúncio, Brucutu, Pinduca. Pergunta pro André, pro Felipe,e pro Anderson se eles conhecem esses personagens com esses nomes estapafúrdios.
O papai também gostava de comprar diversas revistas. Com certeza aprendemos muita coisa, tanto com os almanaques do tio Patinhas quantocom aquelas revistas cientificas. Não eram nenhuma Superinteressante ou Galileu, mas eram muito boas.
Era a época do átomo, viagens à lua. Ele admirava essa ciência toda e queria ficar por dentro das novidades cientificas.
Ele dizia que no futuro existiria uma máquina eletrônica que faria diagnósticos mais completos que o raio x. Dizia que tomariamos remédios de natureza eletrônica e não química, como normalmente é.
A benção pai!
O papai também gostava de comprar diversas revistas. Com certeza aprendemos muita coisa, tanto com os almanaques do tio Patinhas quantocom aquelas revistas cientificas. Não eram nenhuma Superinteressante ou Galileu, mas eram muito boas.
Era a época do átomo, viagens à lua. Ele admirava essa ciência toda e queria ficar por dentro das novidades cientificas.
Ele dizia que no futuro existiria uma máquina eletrônica que faria diagnósticos mais completos que o raio x. Dizia que tomariamos remédios de natureza eletrônica e não química, como normalmente é.
A benção pai!
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Mamãe de novo.
Uma vez, no ônibus, o cobrador achou de arranjar problema de troco. Prá quê??? Mermão, esse caboko ouviu boa parte da viagem!!! E eu, comigo mesmo pensei (imaginem uma vozinha fina de criança falando): -É isso mesmo, Dá-lhe mãe!!!!!
Dona Maria
A mamãe era bonita naqueles vestidos estampados, pó compacto no rosto. Eu gostava de vê-la se arrumando prá sair. Mas ela era , como eu diria?... esquentada, não levava desaforo prá casa. Qdo. moravamos na Rui Barbosa, eu e ela iamos andando pela Pariquis, de repente, uma linha de papagaio veio e quase me fere. Eu vi a linha mas não sabia que era perigoso. Ela pulou, agarrou a linha, enrolou na mão e arrembentou-a acabando com a brincadeira do moleque. Só lembro dela esculachando com o infeliz.
Comentario do Fernando sobre"Madrugada de susto"
Êêê!! mermão. Só se era a tua rede que era mijada, rs. Só te falo que o Chardinho me falou que nesse dia ele se escondeu dentro do guarda-roupa junto com as meninas. Amarelão.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
"Rintin X Blaik"
Olá cavalheiros!
Para contribuir com o blog, trago recordações das porradas entre o "Rintin" (eu acho que era assim que se escrevia o nome do nosso saudoso vira-lata preto e branco) , e o "Blaik" (nome escroto), o cachorro da D. Joana e do Luís. Eles brigavam na janela lateral que dava pro "chagão"; o Rintin do lado de dentro e o Blaik do lado de fora.
Eu ficava desesperado ouvindo aqueles grunidos misturados aos gritos do pessoal lá de casa (principalmente da mamãe). Depois que eles eram separados a vassouradas, lembro da Nen passando Merthiolate ou violeta no pescoço do Rintin. Eu ficava p... por que o Rintin sempre levava a pior.
Lembro que teve uma vez que eu ouvi o barulho de alguns cachorros debaixo da casa da Orlandina (o "Mun-Há", segundo uma análise do Marcílio, pois ela passava a maior parte do tempo enfurnada no seu sarcófago e depois saía pra encher o saco). Eu olhei pelas frestas da nossa casa e puxei o Rintin pra ele ver os outros cães (moleque é f...). Não deu outra. Ele saiu correndo e foi lá se juntar aos outros. Adivinha quem estava lá? O Blaik, claro. A porrada rolou e o como sempre, o Rintin levou o farelo.
Acho que eu peguei uns cascudos da mamãe ou da Nen. Não lembro.
Fernando Amorim
Para contribuir com o blog, trago recordações das porradas entre o "Rintin" (eu acho que era assim que se escrevia o nome do nosso saudoso vira-lata preto e branco) , e o "Blaik" (nome escroto), o cachorro da D. Joana e do Luís. Eles brigavam na janela lateral que dava pro "chagão"; o Rintin do lado de dentro e o Blaik do lado de fora.
Eu ficava desesperado ouvindo aqueles grunidos misturados aos gritos do pessoal lá de casa (principalmente da mamãe). Depois que eles eram separados a vassouradas, lembro da Nen passando Merthiolate ou violeta no pescoço do Rintin. Eu ficava p... por que o Rintin sempre levava a pior.
Lembro que teve uma vez que eu ouvi o barulho de alguns cachorros debaixo da casa da Orlandina (o "Mun-Há", segundo uma análise do Marcílio, pois ela passava a maior parte do tempo enfurnada no seu sarcófago e depois saía pra encher o saco). Eu olhei pelas frestas da nossa casa e puxei o Rintin pra ele ver os outros cães (moleque é f...). Não deu outra. Ele saiu correndo e foi lá se juntar aos outros. Adivinha quem estava lá? O Blaik, claro. A porrada rolou e o como sempre, o Rintin levou o farelo.
Acho que eu peguei uns cascudos da mamãe ou da Nen. Não lembro.
Fernando Amorim
Faltava luz sempre.
Telefone era um artigo que privilegiados podiam ter. O seu Sérgio era um desses. O papai obteve dele a permissão para dar o número desse telefone para os clientes chamare-no para consertar seus televisores em domicilio. Pois bem, uma noite faltou luz(ouvia-se em uníssono um AAAAAAAAAAAAAAHHHH! a vizinhança parece que combinava e murmuravam todos nessa hora). Escuridão preta, sapos coaxando, grilos cricrilando, matintas pereras assoviando, tambores de macumba ao longe, caveiras dançan...Êêêpa, assim já é demais. Mas, continuando, estavamos recolhidos em casa à luz de velas quando bateram na porta e aquela voz rouca (parecendo o pelé meio resfriado falando) vem avisar que era telefone para o papai. Lá a mamãe me manda ir atender. Rapaz, quando eu entro na casa do seu Sérgio e pego o telefone eu vejo, espalhadas por todo o cômodo, velas vermelhas, verdes, pretas, em forma de santos, acesas e se derretendo pelos móveis. Eram velas de macumba (que o seu Sérgio catava )dos despachos que apareciam lá na ponte. Hoje contando não parece muito estranho, mas naquela época em que velhas viravam porco e rasga mortalhas agouravam a morte de alguém, todo cuidado era pouco.
Susto de madrugada
Era madrugada. Dormiamos em nossas redes mijadas quando fomos subitamente acordados por ruidos e gritos vindos lá da casa do seu Sergio. Será que é gente virando porco? Como sempre, moleque irresponsável que eu era, abri devagarinho a janela lateral do quarto ( superior em cima da cozinha) e vi uma cena bizarra: três ladrões, fugindo de populares, acharam de escapulir pelos quintais e então subiram pelo telhado da casa do seu Sérgio. Pude ver pelo menos dois que se escafederam pulando prá Timbiras, mas teve um que varou no telhado. Dai não sei o que aconteceu que o papai e a mamae nos tiraram da janela. Era uma gritaria!!!!
O chardinho dentro da Kombi velha
A DAY OF FURY (GABRIEL)disse...
Uma vez o Chardinho brincava dentro daquela kombi velha do seu Sérgio, então naquele momento alguns ladrões passaram fugindo da PATAM e se embrenharam pelos quintais das casas.A polícia quando chegou na Doutor Moraes com a sutileza de um elefante em uma loja de cristais procurando os pilantras, enxergaram só a cabeça do Chardes dentro da Kombi, por muita sorte, e ponha sorte nisso, ele não foi alvejado, um policial abriu a Kombi apontando o revolver para ele, que deseperado ficou branco, levou um "tapinha" e foi escurraçado de lá. hahahaha
18 de Maio de 2009 07:57
Uma vez o Chardinho brincava dentro daquela kombi velha do seu Sérgio, então naquele momento alguns ladrões passaram fugindo da PATAM e se embrenharam pelos quintais das casas.A polícia quando chegou na Doutor Moraes com a sutileza de um elefante em uma loja de cristais procurando os pilantras, enxergaram só a cabeça do Chardes dentro da Kombi, por muita sorte, e ponha sorte nisso, ele não foi alvejado, um policial abriu a Kombi apontando o revolver para ele, que deseperado ficou branco, levou um "tapinha" e foi escurraçado de lá. hahahaha
18 de Maio de 2009 07:57
domingo, 17 de maio de 2009
Gabriel postou...
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA IIA Mangueira e as mangasNos galhos da mangueira brinquei de carro, construção, ônibus, avião, tanque de guerra, montanha e até de barco, balançava de um lado para o outro, até que um dia o galho que era o barco quebrou e tive que inventar uma nova brincadeira, então virei um “macaco”, pulava de galho em galho e ficava orgulhoso de saltar de um galho cada vez mais longe para o outro, nem me importava para o risco de cair de lá.Mas então começou a dar manga, e ora essa, do que se alimenta o macaco na mangueira? Descobri que podia subir escondido com uma faquinha branca de ponta redonda da mamãe e deitar na “mão” da mangueira, esticar o braço sem esforço nenhum apanhar uma deliciosa manga da penca ao lado e saborear uma, duas, três, quatro, quantas desse para agüentar e descer satisfeito.
17 de Maio de 2009 18:33
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA IIIA mangueira e o Ingá“Seu Sérgio” grande figura, preto velho de voz rouca, quando discutia besteiras falava até afinar a voz,hahahahaha. Era vizinho nosso, bem na frente da casa dele cresceu um “pé de ingá xixica”, que parecia um algodão doce, de tão doce que era, era uma verdadeira “atentação” dos moleques tentando roubar os ingás, e o seu Sérgio correndo atrás deles, quando não, ficava de prontidão escondido olhando pelas brechas da sua casa para defender suas frutas, que viravam lama debaixo da árvore devido a quantidade na mesma.Foi então que eu e o Daniel sentindo a dificuldade de apreciar tão gostosa iguaria, observado uma falha na segurança dos ingás e a natureza a nosso favor, notamos que os galhos da mangueira se estendiam para cima da casa do seu Sérgio e se emaranhavam nos galhos do ingazeiro, então engenhosamente como o MacGyver, em Profissão Perigo, pegamos um pau que servia de varal e um cabide de ferro, fizemos um magnífico gancho, e com toda adrenalina subimos na mangueira, o Daniel ficou apoiado em pé em um galho e o peito escorado em outro (nossa mangueira era fabulosa, nos permitia mil traquinagens) segurava a vara e prendia nos galhos da fruta proibida e puxava pra que pudesse aproximar mais os frutos mais distantes, e a parte mais perigosa que era de pegar os ingás ficava por minha conta. Tinha uma bermuda com um bolso imenso, e depois de encher todos os bolsos subíamos para as “mãos da mangueira e fazíamos a divisão, o Daniel até hoje se diverte imaginando a cara do Seu Sérgio brechando a frente da casa dele e reparando por baixo seus ingás e nem sequer passava pela cabeça dele que suas preciosas frutas estavam sendo devoradas.
17 de Maio de 2009 18:35
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA IVA mangueira e o IngáCerto sábado a tarde enquanto nos banqueteávamos com os ingás a mamãe viu a nossa arte e ordenou que descêssemos de lá senão pegaríamos uma boa surra, o susto foi tão grande que ao tentar guardar a vara o gancho soltou e ficou preso no ingazeiro, e o pior é que o cabide era amarelo e poderia ser visto pelo seu Sérgio, ficamos preocupados demais, descemos da mangueira morrendo de medo e nos aquietamos, então o céu escureceu que a tarde parecia ter virado noite, uma fortíssima chuva caiu com raios e trovões, estávamos na janela do quarto da frente aonde a Nen dormia, de repente um clarão e um estrondo tão alto fez nossos joelhos dobrarem com o susto, um raio caiu para os lados da Timbiras foi um susto e tanto, no dia seguinte o gancho havia caído e o galho do ingazeiro estava seco, nosso medo foi embora e a tristeza de não poder mais pegar o tão gostoso ingá tomou conta de nós, restava apenas ficar olhando de longe.
17 de Maio de 2009 18:37
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA VDe repente fiquei sabendo que o dono do terreno ao lado da nossa casa onde a mangueira ficava resolveu vender ou construir uma casa, chegou até oferecer pra mamãe, uma preocupação imensa tomou conta de mim: “Meu Deus vão cortar a mangueira!!!!” comecei a rezar para que a mamãe comprasse o terreno, que ganhássemos na mega sena, que achássemos um pote de ouro, mas que conseguíssemos comprar o terreno para não derrubar a mangueira, comecei a imaginar uma ampliação da nossa casa que pudesse ser feita para não cortar a mangueira, ou desenhar uma planta de uma casa aonde a mangueira continuaria como parte da casa, para quem comprar o terreno.Em vão foram meus pensamentos, a angustia tomou conta de mim e um dia de muita tristeza, alguém comprou o terreno e construiu uma casa, quando cheguei da Capela de Santo Antonio minha segunda casa havia sido cortada e os despojos dela jogados na beira da vala, lá iam embora toda a minha infância, as brincadeiras, as mangas e uma parte da minha história.
17 de Maio de 2009 18:38
A MANGUEIRA IIA Mangueira e as mangasNos galhos da mangueira brinquei de carro, construção, ônibus, avião, tanque de guerra, montanha e até de barco, balançava de um lado para o outro, até que um dia o galho que era o barco quebrou e tive que inventar uma nova brincadeira, então virei um “macaco”, pulava de galho em galho e ficava orgulhoso de saltar de um galho cada vez mais longe para o outro, nem me importava para o risco de cair de lá.Mas então começou a dar manga, e ora essa, do que se alimenta o macaco na mangueira? Descobri que podia subir escondido com uma faquinha branca de ponta redonda da mamãe e deitar na “mão” da mangueira, esticar o braço sem esforço nenhum apanhar uma deliciosa manga da penca ao lado e saborear uma, duas, três, quatro, quantas desse para agüentar e descer satisfeito.
17 de Maio de 2009 18:33
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA IIIA mangueira e o Ingá“Seu Sérgio” grande figura, preto velho de voz rouca, quando discutia besteiras falava até afinar a voz,hahahahaha. Era vizinho nosso, bem na frente da casa dele cresceu um “pé de ingá xixica”, que parecia um algodão doce, de tão doce que era, era uma verdadeira “atentação” dos moleques tentando roubar os ingás, e o seu Sérgio correndo atrás deles, quando não, ficava de prontidão escondido olhando pelas brechas da sua casa para defender suas frutas, que viravam lama debaixo da árvore devido a quantidade na mesma.Foi então que eu e o Daniel sentindo a dificuldade de apreciar tão gostosa iguaria, observado uma falha na segurança dos ingás e a natureza a nosso favor, notamos que os galhos da mangueira se estendiam para cima da casa do seu Sérgio e se emaranhavam nos galhos do ingazeiro, então engenhosamente como o MacGyver, em Profissão Perigo, pegamos um pau que servia de varal e um cabide de ferro, fizemos um magnífico gancho, e com toda adrenalina subimos na mangueira, o Daniel ficou apoiado em pé em um galho e o peito escorado em outro (nossa mangueira era fabulosa, nos permitia mil traquinagens) segurava a vara e prendia nos galhos da fruta proibida e puxava pra que pudesse aproximar mais os frutos mais distantes, e a parte mais perigosa que era de pegar os ingás ficava por minha conta. Tinha uma bermuda com um bolso imenso, e depois de encher todos os bolsos subíamos para as “mãos da mangueira e fazíamos a divisão, o Daniel até hoje se diverte imaginando a cara do Seu Sérgio brechando a frente da casa dele e reparando por baixo seus ingás e nem sequer passava pela cabeça dele que suas preciosas frutas estavam sendo devoradas.
17 de Maio de 2009 18:35
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA IVA mangueira e o IngáCerto sábado a tarde enquanto nos banqueteávamos com os ingás a mamãe viu a nossa arte e ordenou que descêssemos de lá senão pegaríamos uma boa surra, o susto foi tão grande que ao tentar guardar a vara o gancho soltou e ficou preso no ingazeiro, e o pior é que o cabide era amarelo e poderia ser visto pelo seu Sérgio, ficamos preocupados demais, descemos da mangueira morrendo de medo e nos aquietamos, então o céu escureceu que a tarde parecia ter virado noite, uma fortíssima chuva caiu com raios e trovões, estávamos na janela do quarto da frente aonde a Nen dormia, de repente um clarão e um estrondo tão alto fez nossos joelhos dobrarem com o susto, um raio caiu para os lados da Timbiras foi um susto e tanto, no dia seguinte o gancho havia caído e o galho do ingazeiro estava seco, nosso medo foi embora e a tristeza de não poder mais pegar o tão gostoso ingá tomou conta de nós, restava apenas ficar olhando de longe.
17 de Maio de 2009 18:37
A DAY OF FURY disse...
A MANGUEIRA VDe repente fiquei sabendo que o dono do terreno ao lado da nossa casa onde a mangueira ficava resolveu vender ou construir uma casa, chegou até oferecer pra mamãe, uma preocupação imensa tomou conta de mim: “Meu Deus vão cortar a mangueira!!!!” comecei a rezar para que a mamãe comprasse o terreno, que ganhássemos na mega sena, que achássemos um pote de ouro, mas que conseguíssemos comprar o terreno para não derrubar a mangueira, comecei a imaginar uma ampliação da nossa casa que pudesse ser feita para não cortar a mangueira, ou desenhar uma planta de uma casa aonde a mangueira continuaria como parte da casa, para quem comprar o terreno.Em vão foram meus pensamentos, a angustia tomou conta de mim e um dia de muita tristeza, alguém comprou o terreno e construiu uma casa, quando cheguei da Capela de Santo Antonio minha segunda casa havia sido cortada e os despojos dela jogados na beira da vala, lá iam embora toda a minha infância, as brincadeiras, as mangas e uma parte da minha história.
17 de Maio de 2009 18:38
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E o Maxico ?
Caramba, acabei de lembrar uma do Maxico!
A gente estava na sala ( qdo. a casa ainda era de madeira), na janela da frente, quando o Maxico passou por lá( com aquela vassoura na mão, que eu nunca vi ele varrer nada) falando coisa com coisa e ai o Inácio que não era moleque, deu uma sacaneada nele. O Maxico já estava na frente da casa do Dão, pois ele voltou fazendo um discurso ininteligivel, o dedo em riste( como dizem os clássicos) mas o INácio, sério como ele era, contradisse o lunático, então não deu outra: Só vi e ouvi a a vassourada zunindo por entre as nossas cabecinhas emolduradas na janela. Crash! O cabo da vassoura quebrou na janela. O Inácio deu um pulo prá fora prá pegar o Maxico e ele que era maluco , mas não era besta, saiu em disparada(deixando o Inácio prá trás) vencendo as lamas e os matos da Dr. Moraes .KKKKKKK.
A gente estava na sala ( qdo. a casa ainda era de madeira), na janela da frente, quando o Maxico passou por lá( com aquela vassoura na mão, que eu nunca vi ele varrer nada) falando coisa com coisa e ai o Inácio que não era moleque, deu uma sacaneada nele. O Maxico já estava na frente da casa do Dão, pois ele voltou fazendo um discurso ininteligivel, o dedo em riste( como dizem os clássicos) mas o INácio, sério como ele era, contradisse o lunático, então não deu outra: Só vi e ouvi a a vassourada zunindo por entre as nossas cabecinhas emolduradas na janela. Crash! O cabo da vassoura quebrou na janela. O Inácio deu um pulo prá fora prá pegar o Maxico e ele que era maluco , mas não era besta, saiu em disparada(deixando o Inácio prá trás) vencendo as lamas e os matos da Dr. Moraes .KKKKKKK.
E o Chardinho?
Talvez seja dificil, mas quem tiver uma lembrança de alguma do Chardinho, peço postar.
Gabriel postou...
A MANGUEIRA IAo lado da casa na rua Doutor Moraes em um terreno que nunca soube quem era o dono cresceu uma mangueira que por muitos anos foi minha alegria de moleque, não sei se nasceu por acaso, ou se foi plantada por alguém da nossa família, só sei que reinvidicamos a paternidade e a maternidade da árvore, uma vez que esta ficava mais próxima da nossa casa. Lembro das discussões bestas com o “Chardinho” por causa do título de “dono da mangueira”.Depois que o “campinho” que situava-se na esquina da rua dos Timbiras com a Doutor Moraes do outro lado da vala foi fechado para a construção de uma casa voltei minha atenção para a mangueira que cresceu e ficou da altura da nossa casa, e ela era a minha segunda casa passava o dia todo nela, havia um galho que bem na parte mais alta parecia a mão de alguém para cima esperando que caísse algo do céu, e era lá que eu ficava praticamente deitado, podia enxergar toda a rua da antiga Conceição ao Centrão, do telhado da Globo a Quintino, para mim era como se fosse o Empire State
A outra casa da vovó.
Depois a vovó se mudou para uma outra casa, que também ficava na Liberato, só que era por trás de umas outras casas. Prá chegar até ela, tinha que passar pelo "chagão" de várias outras casas, por cima de tabuas colocadas na lama. A casa ficava em meio a um igapó. Era uma casa de madeira, na verdade uma palafita, já que ficava em cima da água. Ao redor mato alto. Lembro de ver o tio Zeca com agua até o peito, ajeitando as pontes. Eu tinha o maior medo de ficar lá á noite, porque não tinha energia eletrica então era só lamparina de querosene. A casa era menos arrumada, feita com umas tabuas ásperas egrossas, os moveis eram feitos de madeira também. O tio Zeca dizia que tinha um buraco fundo no meio do igapó onde tinha uma cobra grande, será que eu ficava apavorado??????
Independente da casa, a vovó e o vovô sempre nos trataram muito bem. 'A bença' vó e vô...
Independente da casa, a vovó e o vovô sempre nos trataram muito bem. 'A bença' vó e vô...
A casa da Vovó.II
Essa casa da LIberato tinha cercas, também feitas dessa madeira "estreposa". O terreno era comprido com um quintal grande que dava para um matagal com arvores e igapó. Diziam que meio dia passava uma visagem lá nos fundos, da direita prá esquerda e às seis horas da tarde ela(a visagem) fazia o trajeto inverso. Eu, moleque, tinha a maior curiosidade de ver a tal alma. Quando o pessoal se distraia (isso na hora do meio dia) eu corria pro quintal e ficava escondido atrás de umas tabuas e ficava só na "bicora"... esperando o vulto. Que alma coisa nenhuma, não vi nada. Agora , às seis horas da tarde, quando já era mais escuro, cadê que eu tinha coragem prá esperar a tal visagem?????
A casa da Vovó.
Vovó é uma mulher forte. Lembro quando o vovô teve aquele AVC que ficou anos de cama, até falecer. Me dava a maior angústia vê-lo daquele jeito. Me impressionava a força e dedicação da vovó cuidando-o, alimentando-o, banhando-o, etc.
Lembro das duas casas da vovó. Primeiro aquela de barro e teto de palha, lá na rua Liberato de Castro. Esta ficava na pista. Era uma casa arrumadinha, com moveis de palinha. Armários de madeira polida, com as suas prateleiras enfeitadas com um papel, (desses de embrulho, coloridos, que as mulheres faziam uma série de dobras e então faziam alguns cortes estratégicos, delicados e apos desdobrar, o papel ficava com um aspecto de renda, com uns buraquinhos quadrados, triangulares, etc. dependia da forma como se dobrava e dos cortes que se dava) milhares de bibelôs de louça, vasinhos feitos de lata encapada com papel de embrulho. A casa cheirava a carvão, cheiro verde, jasmim, madeiras, alvaiade(era um produto que o vovô usava, ele era carpinteiro). Essa casa tinha, como eu já disse, paredes de barro, que era moldado em uma armação de paus( dessa casa era uma madeira fibrosa que soltava umas lascas compridas, boas prá estrepar o dedo). Como bom moleque, eu esperava quando ninguém estava olhando e cutucava com o dedinho o barro seco e ele esfarelava, caindo no chão. Eu gostava também de arrancar umas lascas da madeira prá queimar no fogão de carvão. Eu gostava de sentir o cheiro da madeira queimando.
Lembro das duas casas da vovó. Primeiro aquela de barro e teto de palha, lá na rua Liberato de Castro. Esta ficava na pista. Era uma casa arrumadinha, com moveis de palinha. Armários de madeira polida, com as suas prateleiras enfeitadas com um papel, (desses de embrulho, coloridos, que as mulheres faziam uma série de dobras e então faziam alguns cortes estratégicos, delicados e apos desdobrar, o papel ficava com um aspecto de renda, com uns buraquinhos quadrados, triangulares, etc. dependia da forma como se dobrava e dos cortes que se dava) milhares de bibelôs de louça, vasinhos feitos de lata encapada com papel de embrulho. A casa cheirava a carvão, cheiro verde, jasmim, madeiras, alvaiade(era um produto que o vovô usava, ele era carpinteiro). Essa casa tinha, como eu já disse, paredes de barro, que era moldado em uma armação de paus( dessa casa era uma madeira fibrosa que soltava umas lascas compridas, boas prá estrepar o dedo). Como bom moleque, eu esperava quando ninguém estava olhando e cutucava com o dedinho o barro seco e ele esfarelava, caindo no chão. Eu gostava também de arrancar umas lascas da madeira prá queimar no fogão de carvão. Eu gostava de sentir o cheiro da madeira queimando.
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VOVÓ ZENOR
Estive hoje de manhã com a vovó. Cheguei lá na casa da Cici e a encontrei em meio as panelas. A mamãe também estava lá. Fui direto ao quarto da vovó. Ela estava deitadinha com os olhos fechados. Pensei que ela estava dormindo mas não estava. A voz dela estava meio fraca e as palavras saindo meio mal articuladas. Mas ela me pareceu bem. Depois de algum tempo ela foi falando com mais facilidade e me contou as aventuras da semana. Idas e vindas ao médico. Ela me disse que não estava conseguindo dormir. A mamãe me disse que chegando no médico a vovó pediu que o médico passasse um remédio prá dormir. O médico receitou ,mas ela insistiu que queria tomar um logo. Tomou. Acontece que o trajeto é longo e no meio do caminho dona Zenor "chinou". Ai "disque" quando chegaram em casa foi um sofoco prá tirarem ela do carro.
Hoje eu achei ela relativamente bem e posso até dizer que ela ainda vai tomar muito caribé(ela adora).
Hoje eu achei ela relativamente bem e posso até dizer que ela ainda vai tomar muito caribé(ela adora).
Comentário do Gabriel
A DAY OF FURY disse...
HAHAHAHAHA lembro que tinhamos umas peças do tipo "Lego" que montavamos de tudo o que a imaginação permitisse e o papai não visse, e uma dessas coisas que adoravamos fazer eram pistolas "beretas" como dizia o Fernando, e o famoso trinta e oito cano longo.Um dia o Flávio fez um bem grande, e deixou na parte debaixo daquela mesa de ferro da cozinha, então o papai encontrou e voou pra cima de mim com o dito na mão e perguntando quem tinha feito, para livrar-me da fúria do seu Zé apontei logo o culpado, hahahaaha mal o flávio saiu do banheiro o papai tascou o trinta e oito na cabeça dele desmontando tudo. Não vi o Flávio chorar, mas ele ficou bastante furioso porque eu lhe entreguei. hahahahahahaa
HAHAHAHAHA lembro que tinhamos umas peças do tipo "Lego" que montavamos de tudo o que a imaginação permitisse e o papai não visse, e uma dessas coisas que adoravamos fazer eram pistolas "beretas" como dizia o Fernando, e o famoso trinta e oito cano longo.Um dia o Flávio fez um bem grande, e deixou na parte debaixo daquela mesa de ferro da cozinha, então o papai encontrou e voou pra cima de mim com o dito na mão e perguntando quem tinha feito, para livrar-me da fúria do seu Zé apontei logo o culpado, hahahaaha mal o flávio saiu do banheiro o papai tascou o trinta e oito na cabeça dele desmontando tudo. Não vi o Flávio chorar, mas ele ficou bastante furioso porque eu lhe entreguei. hahahahahahaa
quarta-feira, 13 de maio de 2009
A ARTE NOSSA
Temos um dna privilegiado. A arte me fisgou quando eu era muito pequeno, lá na casa da rui barbosa por que vi pela primeira vez uma paleta cheia de cores que era do inácio. A paleta estava em cima de um pequeno armário que a gente chamava de farmacinha. E eu , curioso, escalei não sei como um movel e pude olhar a beleza das cores misturadas. Dai então comecei a procurar saber como se usava as tintas , o lápis, a caneta, tudo que riscava. Tinha uma pintura que o inácio fez num pedaço de eucatex que , apesar de meio primitiva, eu adorava, poi s foi a primeira obra de arte que eu tive contato. Como eu gostaria de tê-la hoje! O inácio também sabia desenhar eacho que tinha outros dons artisiticos também. Lembro de alguns desenhos que ele fez da cabeça do mickey e donald, que foi também a primeira vez que eu vi esses dois personagens.
O inácio apareceu uma vez, lá na casa da RB com uns tamborins que ele fazia. Eram de formato quadrado, de madeira, como realmente eram antigamente. Lembro de ele dizer, rindo prá mim que aquela pele ele tinha tirado de uma cobra. O meu olho ficou arregalado!!!
O Inácio namorava com a Oscarina, filha do vizinho do lado. A mamãe não gostava dela e chamava de Osga, osgarina,KKKKKKKKKKKK!
O inácio apareceu uma vez, lá na casa da RB com uns tamborins que ele fazia. Eram de formato quadrado, de madeira, como realmente eram antigamente. Lembro de ele dizer, rindo prá mim que aquela pele ele tinha tirado de uma cobra. O meu olho ficou arregalado!!!
O Inácio namorava com a Oscarina, filha do vizinho do lado. A mamãe não gostava dela e chamava de Osga, osgarina,KKKKKKKKKKKK!
terça-feira, 12 de maio de 2009
Artur disse...
Artur Dias disse...
E Neste doze de maio, o Zé fica mais velho. E isto serve para nos lembrar que, se tem artista nessa família, a culpa é dele. Sempre com alguma novidade pra lá de estranha, ou simplesmente bacana. Fora o caso do crânio dentro do saco de papel, trouxe pra gente o nanquim, a aquarela, o violão, a flauta doce, o origami, o batik, o desenho publicitário, o ábaco, a literatura, e essas meninas muito maneiras, essas pirralhas do cabelo liso e sua mãe dos olhos sonhadores.beijão e feliz aniversário!
12 de Maio de 2009 09:41
Artur Dias disse...
Falar em guerra, tinha o revólver. Não me perguntem o calibre, mas tinha, com coldre, cartucheira e tudo, de couro. Ficava pendurado numa prateleira da oficina na Pariquis com a Padre Eutíquio. Talvez mais por um "espírito pistolista", à moda mexicana, como diria o poeta Pablo Neruda, que propriamente para defesa pessoal. o fato é que revólver é coisa que chama moleque. E o Nazareno e eu, para não fugir à regra, um dia resolvemos pegar o danado. Mas o papai viu... Creio poucas vezes tê-lo visto com expressão tão infeliz no semblante, andando no fio da navalha, culpado até o último fio de cabelo, embora não nos tenha encontrado estiradinhos no chão. Mesmo assim, daquele dia em diante, nunca mais vimos o revólver, mandado sabe-se lá para onde. Apesar de que eu tinha a mais absoluta confiança de que o Nazareno não me apontaria a arma, como fazia a maioria dos moleques que nós conhecíamos.
12 de Maio de 2009 09:43
E Neste doze de maio, o Zé fica mais velho. E isto serve para nos lembrar que, se tem artista nessa família, a culpa é dele. Sempre com alguma novidade pra lá de estranha, ou simplesmente bacana. Fora o caso do crânio dentro do saco de papel, trouxe pra gente o nanquim, a aquarela, o violão, a flauta doce, o origami, o batik, o desenho publicitário, o ábaco, a literatura, e essas meninas muito maneiras, essas pirralhas do cabelo liso e sua mãe dos olhos sonhadores.beijão e feliz aniversário!
12 de Maio de 2009 09:41
Artur Dias disse...
Falar em guerra, tinha o revólver. Não me perguntem o calibre, mas tinha, com coldre, cartucheira e tudo, de couro. Ficava pendurado numa prateleira da oficina na Pariquis com a Padre Eutíquio. Talvez mais por um "espírito pistolista", à moda mexicana, como diria o poeta Pablo Neruda, que propriamente para defesa pessoal. o fato é que revólver é coisa que chama moleque. E o Nazareno e eu, para não fugir à regra, um dia resolvemos pegar o danado. Mas o papai viu... Creio poucas vezes tê-lo visto com expressão tão infeliz no semblante, andando no fio da navalha, culpado até o último fio de cabelo, embora não nos tenha encontrado estiradinhos no chão. Mesmo assim, daquele dia em diante, nunca mais vimos o revólver, mandado sabe-se lá para onde. Apesar de que eu tinha a mais absoluta confiança de que o Nazareno não me apontaria a arma, como fazia a maioria dos moleques que nós conhecíamos.
12 de Maio de 2009 09:43
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A DAY OF FURY disse...
Só para clarear essa história de que os americanos construiram o leito da vala.Na área próxima ao centrão que por muito tempo se chamou "Coréia", nas ruas São Silvestre e São Francisco havia uma base militar americana, o que poucas pessoas sabem. Fui informado dessa história certa vez em conversas com Walcyr Monteiro e em outra ocasião quando o prefeito Edmilson Rodrigues em visita àquele local também contou a mesma história. Já tentei pesquisar isto na internet porem ainda não encontrei registros sobre o assunto.
Só para clarear essa história de que os americanos construiram o leito da vala.Na área próxima ao centrão que por muito tempo se chamou "Coréia", nas ruas São Silvestre e São Francisco havia uma base militar americana, o que poucas pessoas sabem. Fui informado dessa história certa vez em conversas com Walcyr Monteiro e em outra ocasião quando o prefeito Edmilson Rodrigues em visita àquele local também contou a mesma história. Já tentei pesquisar isto na internet porem ainda não encontrei registros sobre o assunto.
JORGE E ARTUR COMENTAM
jorge disse...
Eu lembro da rua doutor Moraes com suas estivas somente depois das chuvas. Antes, acho que era fim dos anos 60, papai levava a gente no jipe, junto com os filhos do seu Carlos, para catar aterro em alguns lugares de Belém. Trazíamos muita pedra para jogar na rua.Da janela superior, eu via uma rua comprida. Poucas árvores na beira da vala. Não havia muito barulho. Dava para ver o Manuel Pinto, o maior edifício da cidade. Ele tinha uma antena e nela havia um número que de casa dava para enxergar. Também dava para ver alguns navios passando por entre os edifícios láááá longe... Acho que isso só era possível quando a casa em que morávamos ainda não havia começado a afundar na lama...
10 de Maio de 2009 05:53
Artur Dias disse...
Bom, a minha memória seletiva (que já trabalhou inclusive em outros blogs, como o Quinta Emenda, Arbítrio, Quaradouro) relaciona coisas do tipo calango verde e azul na beira da vala, maçariquinhos pela areia, se imaginando lá no Carananduba, mussuns jogando beijo prá gente, aranhas imensas, cobras serpenteando na vertical, ovas de uruá a dois metros do chão e até um naco de sucuri bem gordo, como um pneu de moto, dentro do bueiro da Caripunas. Fora aquela ponte detestável do seu Jorge peixeiro, que uma vez deixou acho que de propósito uma cabeça de peixe com olhos fantasmagóricos semi mergulhada em frente à sua casa, sob a ponte. Acho que não peguei uma fase lá muito glamourosa da rua...Artur
11 de Maio de 2009 11:24
Artur Dias disse...
Também tinha as cercas de estaca de acapu, boa pra enfiar um estrepe em dedo de moleque, aquela planta de folha larga debaixo do quaradouro, com seu cheiro enjoativo (acho que eu era meio entojado mesmo), o dia em que o Jorge subiu no jambeiro e coletou 0,00000000001% da biodiversidade em artrópodos do quintal, o que dá mais ou menos umas 300 espécies ali presentes, com um exemplar de cada (santa biodiversidade!). Vidro cheio, tinha até aranha verde. E tinha a fruta de conde do quintal da Orlandina, segundo a mamãe, venenosa ( a fruta, não a dona, ainda).
11 de Maio de 2009 11:30
Artur Dias disse...
Uma vez eu vi uma ratazana, enorme, aleijada de uma pata traseira. Imagine, se o bicho já é nojento com todas as patas... Aí peguei a Rossi 0,5 mm e mandei ver. Pegou na espinha, acho, e de perneta, a ratazana virou paraplégica. O papai ouviu o estalo da Rossi, me tomou a espingarda, me esculachou, mas não escondeu o orgulho pela excelente pontaria do filhão enxerido.
11 de Maio de 2009 11:34
Artur Dias disse...
Tinha o cão collie, lá no Consulado do Japão, na Pe. Eutíquio, ao lado da ex-igreja batista, por sua vez, ao lado do ex-Perpétuo Socorro. O diabo do cão ( ou o cão do diabo) era mimadinho, e adorava dar susto nos passantes. Ele tinha a seguinte estratégia: como eram duas grades, ele atacava a gente na primeira, corria e ficava esperando pra latir também na segunda, e como a maioria dos transeuntes era menos inteligente que o cão, passava na segunda grade e sempre tomava o susto repetido. Mas uma vez, pusemos nosso intelecto ardiloso pra funcionar. Papai, Nazareno e eu, fome da uma da tarde, descemos a Pe. Eutíquio, e lá o collie dá aquele susto. Mas antes da segunda grade, a gente atravessa a rua... pra ver o collie chegando nela com uma frustração indizível, um franzido da testa, a boca semi-aberta... Foi muito engraçado.
Eu lembro da rua doutor Moraes com suas estivas somente depois das chuvas. Antes, acho que era fim dos anos 60, papai levava a gente no jipe, junto com os filhos do seu Carlos, para catar aterro em alguns lugares de Belém. Trazíamos muita pedra para jogar na rua.Da janela superior, eu via uma rua comprida. Poucas árvores na beira da vala. Não havia muito barulho. Dava para ver o Manuel Pinto, o maior edifício da cidade. Ele tinha uma antena e nela havia um número que de casa dava para enxergar. Também dava para ver alguns navios passando por entre os edifícios láááá longe... Acho que isso só era possível quando a casa em que morávamos ainda não havia começado a afundar na lama...
10 de Maio de 2009 05:53
Artur Dias disse...
Bom, a minha memória seletiva (que já trabalhou inclusive em outros blogs, como o Quinta Emenda, Arbítrio, Quaradouro) relaciona coisas do tipo calango verde e azul na beira da vala, maçariquinhos pela areia, se imaginando lá no Carananduba, mussuns jogando beijo prá gente, aranhas imensas, cobras serpenteando na vertical, ovas de uruá a dois metros do chão e até um naco de sucuri bem gordo, como um pneu de moto, dentro do bueiro da Caripunas. Fora aquela ponte detestável do seu Jorge peixeiro, que uma vez deixou acho que de propósito uma cabeça de peixe com olhos fantasmagóricos semi mergulhada em frente à sua casa, sob a ponte. Acho que não peguei uma fase lá muito glamourosa da rua...Artur
11 de Maio de 2009 11:24
Artur Dias disse...
Também tinha as cercas de estaca de acapu, boa pra enfiar um estrepe em dedo de moleque, aquela planta de folha larga debaixo do quaradouro, com seu cheiro enjoativo (acho que eu era meio entojado mesmo), o dia em que o Jorge subiu no jambeiro e coletou 0,00000000001% da biodiversidade em artrópodos do quintal, o que dá mais ou menos umas 300 espécies ali presentes, com um exemplar de cada (santa biodiversidade!). Vidro cheio, tinha até aranha verde. E tinha a fruta de conde do quintal da Orlandina, segundo a mamãe, venenosa ( a fruta, não a dona, ainda).
11 de Maio de 2009 11:30
Artur Dias disse...
Uma vez eu vi uma ratazana, enorme, aleijada de uma pata traseira. Imagine, se o bicho já é nojento com todas as patas... Aí peguei a Rossi 0,5 mm e mandei ver. Pegou na espinha, acho, e de perneta, a ratazana virou paraplégica. O papai ouviu o estalo da Rossi, me tomou a espingarda, me esculachou, mas não escondeu o orgulho pela excelente pontaria do filhão enxerido.
11 de Maio de 2009 11:34
Artur Dias disse...
Tinha o cão collie, lá no Consulado do Japão, na Pe. Eutíquio, ao lado da ex-igreja batista, por sua vez, ao lado do ex-Perpétuo Socorro. O diabo do cão ( ou o cão do diabo) era mimadinho, e adorava dar susto nos passantes. Ele tinha a seguinte estratégia: como eram duas grades, ele atacava a gente na primeira, corria e ficava esperando pra latir também na segunda, e como a maioria dos transeuntes era menos inteligente que o cão, passava na segunda grade e sempre tomava o susto repetido. Mas uma vez, pusemos nosso intelecto ardiloso pra funcionar. Papai, Nazareno e eu, fome da uma da tarde, descemos a Pe. Eutíquio, e lá o collie dá aquele susto. Mas antes da segunda grade, a gente atravessa a rua... pra ver o collie chegando nela com uma frustração indizível, um franzido da testa, a boca semi-aberta... Foi muito engraçado.
CLARA DISSE
Clara Amorim disse...
eu lembro do vovô, alias, acho que lembro ou pelo menos esquento a cuca no esforço de imaginar o que vivi nos curtos primeiro tres anos de minha existencia em que ele ainda esteve presente entre nós, por ser a primeira neta e a unica que o "conheceu" tenho consciencia que isto me tornou um pouquinho mais privilegiada que os outros que vieram depois,infelizmente so me lembro dele deitado, pedindo "benção" é a unica coisa que consigo lembrar, ele sempre deitado e sempre pedindo a minha até então, maozinha miuda,as vezes eu me pergunto se eu criei essa imagem , ou se ela é de verdade, talvez eu queira muito mesmo lembrar dessa pessoa sempre tão (bem) lembrada e querida, seja pela vovó, pelos meus tios, ou incansavelmente pelo meu "babai" lindo do meu coração, ou quem sabe eu tenha mesmo registrado um pouquinho dele, mesmo que seja um tiquinho só, como agradecimento por ter sido a unica que pode dar a mãozinha e ser abençoada da mesma forma que ele abençou cada um dos doze filhos :)
eu lembro do vovô, alias, acho que lembro ou pelo menos esquento a cuca no esforço de imaginar o que vivi nos curtos primeiro tres anos de minha existencia em que ele ainda esteve presente entre nós, por ser a primeira neta e a unica que o "conheceu" tenho consciencia que isto me tornou um pouquinho mais privilegiada que os outros que vieram depois,infelizmente so me lembro dele deitado, pedindo "benção" é a unica coisa que consigo lembrar, ele sempre deitado e sempre pedindo a minha até então, maozinha miuda,as vezes eu me pergunto se eu criei essa imagem , ou se ela é de verdade, talvez eu queira muito mesmo lembrar dessa pessoa sempre tão (bem) lembrada e querida, seja pela vovó, pelos meus tios, ou incansavelmente pelo meu "babai" lindo do meu coração, ou quem sabe eu tenha mesmo registrado um pouquinho dele, mesmo que seja um tiquinho só, como agradecimento por ter sido a unica que pode dar a mãozinha e ser abençoada da mesma forma que ele abençou cada um dos doze filhos :)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Casa da Rui Barbosa
E tinha também a casa da RB. Foi a primeira. Quase o mesmo cenário da dr. moraes: Mato, ponte e agua. Nosso vizinho era a vovó e o vov^, pais do papai. Uma tardezinha estava eu e o jorge (gordinho e zoiudo) devidamente banhados, empoados e encamisados, sentadinhos num degrau da escadinha da porta da frente. Ai a gente ouviu um barulho de de discussão lá prá casa do vovo. A casa do vovo era ao lado, só que mais recuada uns 3 metros . Eu com uns 6 anos e ojorge com uns 5, eu acho. Dai fomos tentar se espichar prá olhar a confusão. Só tinha um pequeno espaço na escadinha de madeira.Então se espicha , se espicha e... tchbum! lá foram os dois prá dentro da agua eterna que tinha ao redor da casa!
Seu Dias
Eu ia de manhã prá oficina. Moleque sem noção ficava lá mais brincando do que aprendendo.Eu não me tocava que tinha que pelo menos varrer a oficina e o papai brigava comigo. Eu gostava era de destruir aqueles transformadores e tirar o cobre que depois o papai vendia. Lá pelo meio dia agente ia embora prá casa. O papai ia andando com os braços prá trás. A cabeça baixa e os olhos varrendo o chão. As calçadas eram meio irregulare e alguns trechos eram de areia e capim. Uma vez , a gente indo prá casa na hora do almoço, não deu outra: o papai sempre fazia isso, via algo, parava, cutucava com a ponta do sapato e se fosse de valor catava. Nesse dia ele encontrou uma pulseira de ouro grossa. Foi na Pe. Eutiquio proximo á Caripunas.
Nazareno disse...
edunazar disse...
Eu me lembro de pé na porta da frente depois do café ao lado da mamãe dando tchau para o papai até ele sumir neste mesmo muro branco. Depois prá me divertir eu ficava na janela da frente gritando na direção do paredão de tijolos do dentista, só para ouvir o eco devolver o meu grito. Era curioso ouvir minha voz de volta. Podia ficar lá durante muito tempo fazendo isto.
10 de Maio de 2009 17:11
edunazar disse...
Quando a mamãe ia ao Ver-o-Peso, costumava dizer que ia "Lá embaixo". Voltava de lá com as bananas nanicas que eu adorava. Não sei onde ela arranjava tanta força para carregar tantas sacolas.Bacana mesmo era ajudar a fazer picadinho. Botava a carne cozida naquele moedor pesado que eu fazia questão de prender na beira da mesa e depois me punha a fazer força na manivela. De vez em quando eu deixava a D. Maria virar as costas e botava uns moídos prá dentro. Era muito gostoso, só que na hora do almoço a fome já era, mas eu ficava torcendo prá ela me dar essa tarefa de novo.
Eu me lembro de pé na porta da frente depois do café ao lado da mamãe dando tchau para o papai até ele sumir neste mesmo muro branco. Depois prá me divertir eu ficava na janela da frente gritando na direção do paredão de tijolos do dentista, só para ouvir o eco devolver o meu grito. Era curioso ouvir minha voz de volta. Podia ficar lá durante muito tempo fazendo isto.
10 de Maio de 2009 17:11
edunazar disse...
Quando a mamãe ia ao Ver-o-Peso, costumava dizer que ia "Lá embaixo". Voltava de lá com as bananas nanicas que eu adorava. Não sei onde ela arranjava tanta força para carregar tantas sacolas.Bacana mesmo era ajudar a fazer picadinho. Botava a carne cozida naquele moedor pesado que eu fazia questão de prender na beira da mesa e depois me punha a fazer força na manivela. De vez em quando eu deixava a D. Maria virar as costas e botava uns moídos prá dentro. Era muito gostoso, só que na hora do almoço a fome já era, mas eu ficava torcendo prá ela me dar essa tarefa de novo.
domingo, 10 de maio de 2009
Seu Zé Dias
A oficina Tele Dias se avizinhava com mais dois outros profissionais. Seu Lobato , o barbeiro, de bigodinho fino e cabelo bem penteado, com sua bata branca, calça vincada, sapato brilhando. O seu Ulisses, o sapateiro, sem camisa, com uma bermuda grossa cheia de cola de sapateiro, manchas pretas, marrons etc.
O papai vestia as vezes tambem uma bata azul. O cabelo tinha um topete estilo anos 50. Um bigodinho fino. Um anel de ouro com uma pedra vermelha, que eu gostava de ver. Na oficina aquela mopntoeira de tvs, rádios , gravadores e até brinquedos eletricos. O cheiro da solda derretendo no bico do ferro eletrico até hoje prá mim é um cheiro bom.
De tardinha, umas 5 horas mais ou menos, era uma pausa para uma merenda. Pão massa grossa quente com manteiga e coca cola. A gente se sentava lá fora e haja o papai a contar piadas e o povo a dar gargalhada. Mais tarde à noite às vezes eu ia com ele ( eu me arrebentando todo)carregando a valise cheia de ferramentas. Iamos nas casas de famílias de boa renda. Casas com piso de madeira encerada, eu não sabia e escorregava prá lá e prá cá. Casas de teto alto. Eu ficava admirado, olhando aquelas paredes pintadas, o forro de madeira, lustres...Móveis de madeira polida com vasos decorados. E o Zé Dias remexendo o bucho das televisões por trás. Eu era uma especie de instrumentador. Ele dizia- passa a chave tal! e eu catava no fundo da valise o objeto e passava prá ele. Encerrado o serviço, voltavamos prá casa ouvindo os grilos e olhando o céu com estrelas.
O papai vestia as vezes tambem uma bata azul. O cabelo tinha um topete estilo anos 50. Um bigodinho fino. Um anel de ouro com uma pedra vermelha, que eu gostava de ver. Na oficina aquela mopntoeira de tvs, rádios , gravadores e até brinquedos eletricos. O cheiro da solda derretendo no bico do ferro eletrico até hoje prá mim é um cheiro bom.
De tardinha, umas 5 horas mais ou menos, era uma pausa para uma merenda. Pão massa grossa quente com manteiga e coca cola. A gente se sentava lá fora e haja o papai a contar piadas e o povo a dar gargalhada. Mais tarde à noite às vezes eu ia com ele ( eu me arrebentando todo)carregando a valise cheia de ferramentas. Iamos nas casas de famílias de boa renda. Casas com piso de madeira encerada, eu não sabia e escorregava prá lá e prá cá. Casas de teto alto. Eu ficava admirado, olhando aquelas paredes pintadas, o forro de madeira, lustres...Móveis de madeira polida com vasos decorados. E o Zé Dias remexendo o bucho das televisões por trás. Eu era uma especie de instrumentador. Ele dizia- passa a chave tal! e eu catava no fundo da valise o objeto e passava prá ele. Encerrado o serviço, voltavamos prá casa ouvindo os grilos e olhando o céu com estrelas.
Seu Zé Dias
Grande figura! Seu Zé Dias, nosso pai. Filho de dona Chiquinha e seu Bertino. Filho mais velho dos dois começou a trabalhar para sustentar os irmãos. O velho Bertino era um homem dificil. Bebia. Fazia confusão.Papai contava que o vovô tinha terras e barcos em Barcarena mas perdeu tudo devido o alcoolismo. Dai a necessidade dele começar, novo a trabalhar. Ele contou que vendia carvão no começo. Os irmãos dele tinham muito respeito e gratidão por ele.
O seu Dias era conhecido e respeitado na comunidade. Chamava-no de Tele-Dias, que era onome da pequena oficina de rádio e televisão na Pe. Eutiquio esq. da Pariquis. Mas o lado que eu mais admiro nele é a vontade de conhecer, aprender saber o porque das coisas. Em casa comecei a fuçar uma estante cheia de livros velhos, alguns tão antigos que suas páginas se quebravam de tão ressequidas. Livros dos mais variados conteúdos. Alguns de capa dura e aspecto misterioso que eu achava que eram conhecimentos secretos.
O seu Dias era conhecido e respeitado na comunidade. Chamava-no de Tele-Dias, que era onome da pequena oficina de rádio e televisão na Pe. Eutiquio esq. da Pariquis. Mas o lado que eu mais admiro nele é a vontade de conhecer, aprender saber o porque das coisas. Em casa comecei a fuçar uma estante cheia de livros velhos, alguns tão antigos que suas páginas se quebravam de tão ressequidas. Livros dos mais variados conteúdos. Alguns de capa dura e aspecto misterioso que eu achava que eram conhecimentos secretos.
Tia Cica
Tia cica começou a trabalhar como manicure.O vovô, pai dela fez uma mesinha de madeira azul, eui acho, com uma caixinha para por os esmaltes e uma gavetinha p/ guardar o resto.Foi a 1a. vez que eu vi um vidro de esmalte e aquele cheiro gostoso de acetona.Descobri depois que a acetona qunado era uma desgraça prá manchar moveis e outras coisas. A cici era toda gatinha, com as suas calças jeans, da marca LEE. O cabelão encaracolado com um lenço colorido amarrado ao estilo das estrelas dos filmes da época. Ela tinha umas bolsas de couro trabalhado bem à moda dos hippies. Prá falar a verdade, naquele tempo a moda era mais rica mas nem por isso mais cara. Ela sempre foi muito batalhadora e inteligente. Acho que ela estudou no projeto Minerva, não tenho certeza.Depois lembro que ela foi trabalhar num supermercado.
Quando ela casou fiquei muito feliz e então na época fiz um presente prá ela: peguei um arame grosso que eu achei lá por casa, desentortei com toda arte e cuidado e fiz um aro bem redondo que serviria para colocar pregadores de roupa. Na minha ingenuidade de criança, aquilo era de um valor imenso e representava todo o carinho que eutinha por ela. Ela super generosa pegou aquele aro e deu um sorriso agradecendo aquele gesto. Prá mim ela estava feliz também. Um beijo CICA!!!!
Depois também fiquei muito alegre quando ela teve os filhos.
Quando ela casou fiquei muito feliz e então na época fiz um presente prá ela: peguei um arame grosso que eu achei lá por casa, desentortei com toda arte e cuidado e fiz um aro bem redondo que serviria para colocar pregadores de roupa. Na minha ingenuidade de criança, aquilo era de um valor imenso e representava todo o carinho que eutinha por ela. Ela super generosa pegou aquele aro e deu um sorriso agradecendo aquele gesto. Prá mim ela estava feliz também. Um beijo CICA!!!!
Depois também fiquei muito alegre quando ela teve os filhos.
Jorge Lembra...
jorge disse...
Eu lembro bem de estar olhando pela janela lateral da parte de baixo de casa em direção a rua dos Timbiras. Havia a casa do dentista, logo depois do terrenão cheio de capim, onde havia um campinho. O muro da casa do dentista tapava a visão do resto da rua. Eu olhava ansioso aguardando a figura familiar que, como se fosse mágica, surgia depois do muro. Podia ser o papai, podia ser a mamãe ou outro parente. A maior parte das vezes eu ficava sentado no batente da janela, olhava os vizinhos jogando bola, enquanto a mamãe não aparecia pelo muro. Quando víamos aquela figura com as sacolas coloridas, corríamos para ajudar a carregar. Outras vezes, íamos esperar na esquina...
Eu lembro bem de estar olhando pela janela lateral da parte de baixo de casa em direção a rua dos Timbiras. Havia a casa do dentista, logo depois do terrenão cheio de capim, onde havia um campinho. O muro da casa do dentista tapava a visão do resto da rua. Eu olhava ansioso aguardando a figura familiar que, como se fosse mágica, surgia depois do muro. Podia ser o papai, podia ser a mamãe ou outro parente. A maior parte das vezes eu ficava sentado no batente da janela, olhava os vizinhos jogando bola, enquanto a mamãe não aparecia pelo muro. Quando víamos aquela figura com as sacolas coloridas, corríamos para ajudar a carregar. Outras vezes, íamos esperar na esquina...
Jorge comenta
jorge disse...
Eu lembro bem da tia Cica, não sei por que a gente apelidou ela assim. Acho que era porque não sabíamos falar direito CICI.Ela era magrinha. Gente supercarinhosa. Lembro do vestido tipo "Maria Mijona" que ela usava. Dentes pequenos e um sorriso muito grande o tempo todo. Só lembro que me sentia protegido junto dela.Papai conta que um dia eu puxei o papeiro de lente quente, eu devia ter uns três anos, e aí a Cica levou a culpa. Coitada. Ela chorou muito porque tomou uma bronca do papai... Mas o mais engraçado (ele que contou) é que ele estava cagando nessa hora e aí, quando ouviu o berro do moleque, passou o jornal na bunda e nem se limpou direito... Saiu ainda com a bunda suja da privada e... o resto já contei. Essa foi uma das lembranças em que a tia se fez presente.
Eu lembro bem da tia Cica, não sei por que a gente apelidou ela assim. Acho que era porque não sabíamos falar direito CICI.Ela era magrinha. Gente supercarinhosa. Lembro do vestido tipo "Maria Mijona" que ela usava. Dentes pequenos e um sorriso muito grande o tempo todo. Só lembro que me sentia protegido junto dela.Papai conta que um dia eu puxei o papeiro de lente quente, eu devia ter uns três anos, e aí a Cica levou a culpa. Coitada. Ela chorou muito porque tomou uma bronca do papai... Mas o mais engraçado (ele que contou) é que ele estava cagando nessa hora e aí, quando ouviu o berro do moleque, passou o jornal na bunda e nem se limpou direito... Saiu ainda com a bunda suja da privada e... o resto já contei. Essa foi uma das lembranças em que a tia se fez presente.
Toninho comentou
Antônio disse...
Olá Senhores, achei interessante a idéia do Nazareno compartilhar essas histórias de vocês comigo, bem..quero que contem, se é que lembram da minha mãe, o que ela representava pra vocês, qual a primeira imagem dela que vem a mente de vocês, qual a primeira vez que lembram dela?Sei de uma que ela me conta que uma vez o Zé Maria estava todo entupido sem respirar e ela ficou com medo dele morrer e sugou com a boca a secreção nazal dele.....
9 de Maio de 2009 21:45
Antônio disse...
Bem...tenho algumas lembranças do pai de vocês em minha mente, a mamãe mandava eu chamar de avô p ele..eu ..sinceramente nao entendia, pq sabia que ele era marido da tia Maria..então..logo era meu Tio....sempre fui muito questionador...mas nao discutia com ela, afinal era minha Mãe, lembro dele ir em casa uma vez, era aniversário de alguém, tinha muita gente em casa, ele me deu uma menta "ice kiss" e me dizia que aquilo era geladeira de pobre e eu perguntei "por que Vovô Zezé", era assim que a mãe mandava eu chamar a ele....ele me respondeu "tome água da torneira pra vc ver só"..daí ví que ficava muito gelado....ele também era muuito carinhoso comigo e com meus irmãos...
9 de Maio de 2009 21:52
Olá Senhores, achei interessante a idéia do Nazareno compartilhar essas histórias de vocês comigo, bem..quero que contem, se é que lembram da minha mãe, o que ela representava pra vocês, qual a primeira imagem dela que vem a mente de vocês, qual a primeira vez que lembram dela?Sei de uma que ela me conta que uma vez o Zé Maria estava todo entupido sem respirar e ela ficou com medo dele morrer e sugou com a boca a secreção nazal dele.....
9 de Maio de 2009 21:45
Antônio disse...
Bem...tenho algumas lembranças do pai de vocês em minha mente, a mamãe mandava eu chamar de avô p ele..eu ..sinceramente nao entendia, pq sabia que ele era marido da tia Maria..então..logo era meu Tio....sempre fui muito questionador...mas nao discutia com ela, afinal era minha Mãe, lembro dele ir em casa uma vez, era aniversário de alguém, tinha muita gente em casa, ele me deu uma menta "ice kiss" e me dizia que aquilo era geladeira de pobre e eu perguntei "por que Vovô Zezé", era assim que a mãe mandava eu chamar a ele....ele me respondeu "tome água da torneira pra vc ver só"..daí ví que ficava muito gelado....ele também era muuito carinhoso comigo e com meus irmãos...
9 de Maio de 2009 21:52
sábado, 9 de maio de 2009
O pirão
A maioria das coisas de comer, quando eu era garoto, tinha que levar uns bons bocados de farinha. Se era banana, banana com farinha! ovo frito? taca a farinha! camarão ,feijão, peixe, mel, abacate, piquiá, toma-lhe farinha. Osso com tutano só podia comer se joga-se umas colheradas de farinha dentro daquele buraco e revirava até formar aquela mistura nutritiva e passar prá dentro. Ehhh, dona Maria. Só assim prá encher o bucho daqueles 12 magrelos cabeludos.
Mas também tinha as frutas que a mamãe trazia naquelas sacolas coloridas, feitas daquele tecido de nylon, parecido com aquele que fazem cadeira de praia. Vocês sabem que cupuaçu, bacuri, uxi, muruci, taperebá, tem em maior quantidade na época das chuvas. Pois é... eu lembro da mamãe chegando lá pelas 11 horas da manhã debaixo do maior temporal cheia de compras do maior shopping da época, o Ver-O-Peso. A casa fechada ficava tomada pelo cheiro das frutas.
Mas, falando de pirão, eu me acostumei a fazer um pirão de feijão bem tufado e quentinho o qual se tivesse um pedaço de jerimun amassado ficava mais gostoso. Era bom com tudo: camaraão frito, camarão do maranhão, pirarucu frito, jabá frito, ovo frito. Uma vez achei de colocar óleo no pirão que já estava seco e então descobri um novo sabor. Dai fui aumentando a quantidade até um dia que eu tive um desarranjo intestinal . Passei mal, com enjôo e todas as consequencias dessas experiencias idiotas.
Mas também tinha as frutas que a mamãe trazia naquelas sacolas coloridas, feitas daquele tecido de nylon, parecido com aquele que fazem cadeira de praia. Vocês sabem que cupuaçu, bacuri, uxi, muruci, taperebá, tem em maior quantidade na época das chuvas. Pois é... eu lembro da mamãe chegando lá pelas 11 horas da manhã debaixo do maior temporal cheia de compras do maior shopping da época, o Ver-O-Peso. A casa fechada ficava tomada pelo cheiro das frutas.
Mas, falando de pirão, eu me acostumei a fazer um pirão de feijão bem tufado e quentinho o qual se tivesse um pedaço de jerimun amassado ficava mais gostoso. Era bom com tudo: camaraão frito, camarão do maranhão, pirarucu frito, jabá frito, ovo frito. Uma vez achei de colocar óleo no pirão que já estava seco e então descobri um novo sabor. Dai fui aumentando a quantidade até um dia que eu tive um desarranjo intestinal . Passei mal, com enjôo e todas as consequencias dessas experiencias idiotas.
Mais Comentários do Nazareno
3 comentários:
edunazar disse...
Velho Babá, D. Luzia, o neto, Sandro... esse era a cara do Zacarias com aquele cabelo caindo nos olhos. A gente ria muito dele. Lembro-me que certa vez o Sandro ganhou um avião do tipo planador e veio mostrar prá mim, e para o Artur. Prá infelicidade dele, fui experimentar lançando o brinquedo da janela de madeira do quarto onde o Zé e o Jorge dormiam e aí, o vôo do planador foi perfeito mas direto para a vala. Pena que não tinha trens de pouso de hidroavião. Ainda bem que nem o Sandro nem nós levamos bronca pois a perda do briquedo foi bem pior do que qualquer bronca ou surra.
9 de Maio de 2009 17:34
edunazar disse...
Também sobre a D. Luzia, velha meio ranzinza, lembro-me que ela plantou uma castanheira na beira da vala e todos os dias subíamos nele e fazíamos a festa(e ponha festa nisso). Um belo dia vi a velha com o terçado na mão botando a árvore embaixo só prá gente parar de fazer bagunça na frente da casa dela, pode?
9 de Maio de 2009 17:38
edunazar disse...
E a VELHA LAVADEIRA?? Lembra dessa?? Vó do Janjão, da Célia?? Não me lembro o nome dos outros netos agora. Uma tarde debrucei na primeira janela do lado de casa e peguei uma vassoura velha sem cerdas(chamava de talas naquele tempo) e comecei a balançá-la de um lado para o outros, simulando uma tacada de golfe, dentro duma valeta do lado de casa mas o que eu não sabia é que a velha vinha passando com uma trouxa de roupas branquinhas que ela ia entregar e....tchááááááá....dei um banho de lama nela e na roupa. Hoje acho graça disso mas a mamãe teve que me dar um cascudos que sei ela não queria mas era o único jeito de amansar a velha. Criança é dose!!!!
9 de Maio de 2009 18:09
edunazar disse...
Velho Babá, D. Luzia, o neto, Sandro... esse era a cara do Zacarias com aquele cabelo caindo nos olhos. A gente ria muito dele. Lembro-me que certa vez o Sandro ganhou um avião do tipo planador e veio mostrar prá mim, e para o Artur. Prá infelicidade dele, fui experimentar lançando o brinquedo da janela de madeira do quarto onde o Zé e o Jorge dormiam e aí, o vôo do planador foi perfeito mas direto para a vala. Pena que não tinha trens de pouso de hidroavião. Ainda bem que nem o Sandro nem nós levamos bronca pois a perda do briquedo foi bem pior do que qualquer bronca ou surra.
9 de Maio de 2009 17:34
edunazar disse...
Também sobre a D. Luzia, velha meio ranzinza, lembro-me que ela plantou uma castanheira na beira da vala e todos os dias subíamos nele e fazíamos a festa(e ponha festa nisso). Um belo dia vi a velha com o terçado na mão botando a árvore embaixo só prá gente parar de fazer bagunça na frente da casa dela, pode?
9 de Maio de 2009 17:38
edunazar disse...
E a VELHA LAVADEIRA?? Lembra dessa?? Vó do Janjão, da Célia?? Não me lembro o nome dos outros netos agora. Uma tarde debrucei na primeira janela do lado de casa e peguei uma vassoura velha sem cerdas(chamava de talas naquele tempo) e comecei a balançá-la de um lado para o outros, simulando uma tacada de golfe, dentro duma valeta do lado de casa mas o que eu não sabia é que a velha vinha passando com uma trouxa de roupas branquinhas que ela ia entregar e....tchááááááá....dei um banho de lama nela e na roupa. Hoje acho graça disso mas a mamãe teve que me dar um cascudos que sei ela não queria mas era o único jeito de amansar a velha. Criança é dose!!!!
9 de Maio de 2009 18:09
Comentário do Nazareno
edunazar disse...
Minha lembrança ainda pequeno era das noites quando a luz ia embora. Gostava de ver as estrelas e um pisca-acende de vagalumes sobre o mato que crescia às margens da vala. Achava o máximo e um dia pensei em inventar uma lanterna só com vagalumes. Um dia o papai me disse que as 04 estrelas em forma de cruz no céu se chamava CRUZEIRO DO SUL e que 03 outras estrelas em linha se chamavam TRÊS MARIAS. Nunca mais me esqueci disso. Já a constelação de escorpião, essa eu nunca consegui enxergar no céu.
9 de Maio de 2009 17:45
edunazar disse...
Quando a rua enchia, via a preocupação da mamãe, mas quando se é moleque, tudo é festa, principalmente prá quem não tinha nem piscina, nem praia, nem clube prá tomar banho. Eu gostava de meter os pés na água e sair chutando a água. Lembro do Valdemir Pequeno, que morava na casa da D.Marina que tinha um papagaio que gritava o apelido do marido dela: "JACARÉ, JACARÉ, JACARÉ!",esse Valdemir era o cão. Morria de rir, sem nem imaginar o risco que ele corria, surfando naquela vala após a chuva. A correnteza levava ele sobre uma tampa de isopor e ele voltava dando braçadas vala acima. Aquilo não sai da minha retina.
9 de Maio de 2009 17:50
edunazar disse...
Também tenho uma lembrança fortíssima da nossa casa de madeira que eu achava parecida com um morcego por causa de duas telhas pontiagudas uma em cada ponta do telhado feito com telhas francesas. Só tinha em casa chique. As 02 janelas superiores com vidros coloridos pareciam olhos brilhantes. Dentro da casa, um corredor separava a porta da rua da sala e as tardes eram meio poéticas com o sol se pondo e iluminando a madeira com um tom meio alaranjado. À noite eu tinha um certo receio de olhar para o forro do meu quarto. Achava que tinham outros olhos me observando de lá. Coisa de criança.Era só o meu velocípede que ficava guardado lá em cima. Era só levantar e ligar as luzes no velho interruptor redondo feito de cerâmica e ferro e pronto - os olhos do forro sumiam.E as redes atadas? Os antigos diziam que se bem enroladas na altura do peito podiam fechar PEITOS ABERTOS... Lembram disso?
9 de Maio de 2009 18:03
A tv. Dr. Moraes.
Nossos vizinhos do lado direito eram a dona Maria, uma senhora alta, branca, nos dedos um cigarro. Não me lembro agora do nome do marida dela, acho que era seu Carlos. Ele era motorista de ônibus, do Batista Campos. Os filhos, eram o Antonio, Luis, Paulo, Sandra e Tânia. A gente brincava e brigava junto. Tinha também a dona Luzia e seu filho papudinho, o Babá. Todo dia ele saia sóbrio de manhã e quando era de tarde voltava cambaleando, se agarrando nas cercas e paredes das casas. Era metido a valentão. Era magro e envelhecido. A calça ficava caindo e ele puxando.Prá completar, ele tinha também um filho com as mesmas caracteristicas. A mãe dele, a dona Luiza era lavadeira, tinha os cabelos brancos e criava uns seis cachorros. Já era uma senhora idosa e era obrigada a conviver com dois bebados.
A tv. Dr. Moraes.
Anos 60. Abro os olhos.O sol entra pelas frestas das paredes de madeira. O vapor sobe da panela de café.A casa fechada ainda guarda o cheiro gostoso.Na mesa, toalha de algodão branco, sobre ela um pão "massa-grossa" estalando de quente, cortado de comprido, passado manteiga e uma mantegueira verde limão transparente.
Nos quartos, as redes formando um "N".
Lá fora, mato alto, grosso. Era um capim afiado, riscava de leve a pele. Cortando o mato, pontes, ou como eu escutava falarem, estivas de madeira. A imagem era a de uma grande cabeleira verde se agitando com o vento, que começava na rua dos Timbiras e seguia até a rua Conceição. Prá mim não era bonito nem feio. Era normal. Eu não achava ruim.A gente morava lá e nunca ouvi ninguém dizer que aquilo era ruim. Andar se equilibrando pelas pontes era um mérito de moleque esperto, pelo menos na minha cabeça de moleque.
Compondo o espaço da Dr. Moraes, paralela às pontes, a vala, como se chamava popularmente, depois soube que podia se chamar também canal, o que prá mim soava menos pejorativo. A vala da Dr. Moaraes , pensando bem hoje, é uma entidade, um caráter próprio da rua. É a cara da rua, se a rua tivesse uma cara. Naquele tempo a agua era clara, dava prá ver os peixes. As laterais eram de cimento. Me disseram que foram os americanos, não sei por que cargas d'água, que construiram o leito da vala.
Anos 60. Abro os olhos.O sol entra pelas frestas das paredes de madeira. O vapor sobe da panela de café.A casa fechada ainda guarda o cheiro gostoso.Na mesa, toalha de algodão branco, sobre ela um pão "massa-grossa" estalando de quente, cortado de comprido, passado manteiga e uma mantegueira verde limão transparente.
Nos quartos, as redes formando um "N".
Lá fora, mato alto, grosso. Era um capim afiado, riscava de leve a pele. Cortando o mato, pontes, ou como eu escutava falarem, estivas de madeira. A imagem era a de uma grande cabeleira verde se agitando com o vento, que começava na rua dos Timbiras e seguia até a rua Conceição. Prá mim não era bonito nem feio. Era normal. Eu não achava ruim.A gente morava lá e nunca ouvi ninguém dizer que aquilo era ruim. Andar se equilibrando pelas pontes era um mérito de moleque esperto, pelo menos na minha cabeça de moleque.
Compondo o espaço da Dr. Moraes, paralela às pontes, a vala, como se chamava popularmente, depois soube que podia se chamar também canal, o que prá mim soava menos pejorativo. A vala da Dr. Moaraes , pensando bem hoje, é uma entidade, um caráter próprio da rua. É a cara da rua, se a rua tivesse uma cara. Naquele tempo a agua era clara, dava prá ver os peixes. As laterais eram de cimento. Me disseram que foram os americanos, não sei por que cargas d'água, que construiram o leito da vala.
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Ahhhh eu tbm achava que era um castelo de verdade!!!