domingo, 25 de outubro de 2009

AH, DONA MARIA....

Ah, D. Maria! Brincar de falar qualquer coisa mais pesada perto dela era sinal de levar bronca até algum tempo atrás. De vez em quando ainda pego umas esculhambações só prá não perder o hábito. Faço só prá rir mesmo da seriedade de nossa velha mãe.

Durante nossa vida, essa atitude de sempre nos colocar na linha, me fez refletir hoje o quão foi difícil prá ela lidar com 12 moleques pois se esse meu único é fogo na roupa, imaginem 12!!!

Lembro que vendíamos chop em casa prá ajudar no orçamento. Eu mesmo cheguei a vender numa pequena geladeira de isopor na frente do Amazonas de Figueiredo. Me lembro também indo junto com o Jorge, até "lá embaixo" na Rua Sete de Setembro, vender milhares de quilos de papel que recolhiamos não sei por onde prá juntar uma graninha qualquer e comprar, acho que, bombons e ajudar um pouquinho em casa também. Ainda não tinham inventado flanelinhas, lavadores de parabrisas, etc...Acho que não teríamos coragem. Mas também chegamos a vender arame/cobre que desenrolávamos aos montes e vendíamos também nos ferros-velhos próximos de casa. Juntávamos também garrafas de litro e levávamos em troca de bombons no Guaraná Globo.

Essas iniciativas sempre foram apoiadas pela mamãe que detestava ouvir palavrões da boca dos filhos e abominava o uso de bebidas alcóolicas em casa, exceto um vinho ou champagne nos dias festivos, raros momentos de final de ano, quando as crianças tomavam NESCAU e comiam um bolo.

Uma vez, me meti numa bagunça no Amazonas de Figueiredo e alguém me viu e fui parar na secretaria da escola. O resultado? Chama a D. Maria. Lá ela largou as pilhas de roupas no tanque e foi ver o que houve! Só sobrou bronca prá mim e uma ordem dela prá professora: - "Pode castigar mesmo". Se tiver que puxar a orelha, eu estou lhe dando total liberdade prá isso!!" Fiquei aborrecido na época, mas depois entendi, afinal depois disso saí da escola e ainda apertei umas campainhas e saí correndo depois. Moleque é tudo safado mesmo, né?

Mas, uma das que mais me marcou foi de, ainda pequeno, tipo com uns 6 anos, acho eu, ter chamado "MERDA!" perto dela! Caramba, fui acuado na lateral da estante de madeira com aquele adesivo do JARBAS PASSARINHO e aí ela só dizia assim, com uma sandália Havaiana(que já existia naquela época) na mão direita levantada: "- Fala de novo, fala!"

É, e hoje, pai nenhum pode pegar um pouco mais pesado com seus filhos que é tudo crime. Crime que nada. Não fosse por isso eu não estava aqui firme e forte lembrando disso com humor.

Salve D. Maria, minha mãe!

4 comentários:

José Maria disse...

Realmente, esse negócio de abrir a boca e falar palavrão era uma coisa totalmente abominada lá em casa.

Artur Dias disse...

Quando a Dilma supôs que um ladrão imaginário tinha roubado o jabuti do quintal, rogou as mais terríveis pragas ao desinfeliz. A mamãe achou um absurdo aqueles impropérios todos. E nem tinham roubado o jabuti coisa nenhuma, ele só estava escondido. Por outro lado, certas blasfêmias que a gente fala atualmente, a mamãe não só concorda como acha graça. Principalmente quando são dirigidas aos políticos e seres assemelhados.

Gabriel disse...

É porque vocês não viram a reação da mamãe certa vez que o nosso falecido rintim teve um piripaque típico da idade avançada, quando eu disse que ele estava tendo um "BUGUE", a mamãe só faltou me matar de tanto esculhambação que eu tive que ouvir, e o Nazareno aproveitou o embalo pra também reclamar desse linguajar.

Eduardo Dias disse...

Hahahahahahaha! Vixe, que eu nem me lembro disso!!! A velhice é realmente uma Merda! Eu me lembro que eu fui perguntar prá mamãe,certa vez após meu banho, o que era ESPERMATOZÓIDE e ela me mandou esquecer aquilo naquele instante!! Já pensou??