Ah, D. Maria! Brincar de falar qualquer coisa mais pesada perto dela era sinal de levar bronca até algum tempo atrás. De vez em quando ainda pego umas esculhambações só prá não perder o hábito. Faço só prá rir mesmo da seriedade de nossa velha mãe.
Durante nossa vida, essa atitude de sempre nos colocar na linha, me fez refletir hoje o quão foi difícil prá ela lidar com 12 moleques pois se esse meu único é fogo na roupa, imaginem 12!!!
Lembro que vendíamos chop em casa prá ajudar no orçamento. Eu mesmo cheguei a vender numa pequena geladeira de isopor na frente do Amazonas de Figueiredo. Me lembro também indo junto com o Jorge, até "lá embaixo" na Rua Sete de Setembro, vender milhares de quilos de papel que recolhiamos não sei por onde prá juntar uma graninha qualquer e comprar, acho que, bombons e ajudar um pouquinho em casa também. Ainda não tinham inventado flanelinhas, lavadores de parabrisas, etc...Acho que não teríamos coragem. Mas também chegamos a vender arame/cobre que desenrolávamos aos montes e vendíamos também nos ferros-velhos próximos de casa. Juntávamos também garrafas de litro e levávamos em troca de bombons no Guaraná Globo.
Essas iniciativas sempre foram apoiadas pela mamãe que detestava ouvir palavrões da boca dos filhos e abominava o uso de bebidas alcóolicas em casa, exceto um vinho ou champagne nos dias festivos, raros momentos de final de ano, quando as crianças tomavam NESCAU e comiam um bolo.
Uma vez, me meti numa bagunça no Amazonas de Figueiredo e alguém me viu e fui parar na secretaria da escola. O resultado? Chama a D. Maria. Lá ela largou as pilhas de roupas no tanque e foi ver o que houve! Só sobrou bronca prá mim e uma ordem dela prá professora: - "Pode castigar mesmo". Se tiver que puxar a orelha, eu estou lhe dando total liberdade prá isso!!" Fiquei aborrecido na época, mas depois entendi, afinal depois disso saí da escola e ainda apertei umas campainhas e saí correndo depois. Moleque é tudo safado mesmo, né?
Mas, uma das que mais me marcou foi de, ainda pequeno, tipo com uns 6 anos, acho eu, ter chamado "MERDA!" perto dela! Caramba, fui acuado na lateral da estante de madeira com aquele adesivo do JARBAS PASSARINHO e aí ela só dizia assim, com uma sandália Havaiana(que já existia naquela época) na mão direita levantada: "- Fala de novo, fala!"
É, e hoje, pai nenhum pode pegar um pouco mais pesado com seus filhos que é tudo crime. Crime que nada. Não fosse por isso eu não estava aqui firme e forte lembrando disso com humor.
Salve D. Maria, minha mãe!
4 comentários:
Realmente, esse negócio de abrir a boca e falar palavrão era uma coisa totalmente abominada lá em casa.
Quando a Dilma supôs que um ladrão imaginário tinha roubado o jabuti do quintal, rogou as mais terríveis pragas ao desinfeliz. A mamãe achou um absurdo aqueles impropérios todos. E nem tinham roubado o jabuti coisa nenhuma, ele só estava escondido. Por outro lado, certas blasfêmias que a gente fala atualmente, a mamãe não só concorda como acha graça. Principalmente quando são dirigidas aos políticos e seres assemelhados.
É porque vocês não viram a reação da mamãe certa vez que o nosso falecido rintim teve um piripaque típico da idade avançada, quando eu disse que ele estava tendo um "BUGUE", a mamãe só faltou me matar de tanto esculhambação que eu tive que ouvir, e o Nazareno aproveitou o embalo pra também reclamar desse linguajar.
Hahahahahahaha! Vixe, que eu nem me lembro disso!!! A velhice é realmente uma Merda! Eu me lembro que eu fui perguntar prá mamãe,certa vez após meu banho, o que era ESPERMATOZÓIDE e ela me mandou esquecer aquilo naquele instante!! Já pensou??
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