Diálogo e soberba nunca se completam, mais ainda, quando acompanhados da empáfia e da sordidez. O primeiro, nos leva à lógica dual dos gregos, a dialógica que procura encontrar na razão dual, coerência e solidez de argúcias, mesmo opostas ou diversas. Diálogo unívoco é um erro conceitual. Dialogicidade sempre será alteridade.
A soberba, esta eivada da vaidade, mais latina que clássica. Soberba traduz auto-suficiência e, por conseguinte, soberania, não no sentido da ciência política, mas da axiologia da solidão. A soberba reina por si, por isso, solitária e arrogante. Solitária, posto que unívoca, não dialógica, não dual. É centrada em etnos.
O que pensar então de um diálogo da soberba? Monólogo. O diálogo da soberba é o monólogo arrogante. Vai-se a argúcia, adentra-se a evocação, o rogo, a ajaculatória dos axiomas. Um eterno emitir, um falar e um não-ouvir. Orar e não auscultar. Mais propriamente, prescrever, sem perscrutar.
Na arrogância, a soberba dialoga consigo – por si e per si – e traduz um surdo repique de som. Áudio abafado de anátemas, a soberba grita aos pares e reverbera-se em fórmulas. Um diapasão que não comporta dissonâncias. Ode una e indivisível.
O diálogo surdo da soberba é diletante, mas pode ser dialético. Ainda que dialético, soará sempre arrogante...
Cássio de Andrade
4 comentários:
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O texto está publicado no blogdoespacoaberto.blogspot.com de hoje, 04.01, e se refere ao comentário desastroso de Bóris Casoy em relação aos garis (mais vale também para outras situações).
Ah sim!!!!!!!!!!!! agora.
Coloque a referência no final.
Vou ler este blog.
Vou levar este texto pro 'seu' Sérgio.
Esse Bóris Casoy, foi infeliz no comentário, isso é o que dá falar mais do que se deve.
Determinadas coisas devem ficar guardadas, na lama do ser de cada um.
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