quinta-feira, 22 de abril de 2010

ABRIL

Santo Sepulcro, abril insurreto

A noite, chama a voz apaixonada

Liberdade à tardinha...

Lavam os pés os condenados

Inconfidentes e conspirados

Inertes morrem no retábulo

E as incoerências e os ódios?

Drumond não responde, nem pergunta...

Abril vermelho, martírio

Sacrifício renovado na utopia

Comendo e bebendo o pão e o vinho

"Onde dentes eram tristes, outros solidão"

E incongruentes buscam a interseção

Alguém vai abir o sepulcro

E enterrar na terra em cinzas

A esperança que um dia saiu da caixa.



(Cássio de Andrade)

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