segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SARAMAGO.

O Artur Dilmar uma vez me mostrou um livro do Saramago. Era o "Todos os nomes".Gostei muito da trama e principalmente o texto apurado na lingua de Camões. Depois li alguns outros. Entre os quais o famoso "Ensaio sobre a cegueira" e "Memorial do convento", recentemente.
Teve um, pequenino que passei a vista, "As pequenas memórias", de onde selecionei uma pequena parte:

Protopoema
Do novelo emaranhado da memória da escuridão dos nós cegos, puxo um fio que me parece solto
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limo, e tem a macieza quente do lodo vivo.
é um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.

Um comentário:

jorge disse...

Muito lindo este poema. Ainda existe tal livro? Quem poderia emprestar?